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Cariri e Sertão de Sobral: os melhores negócios para investir

As cidades de Sobral e Juazeiro se destacam na economia cearense

A economia do Ceará como um todo possui diversos atributos conhecidos, mas a composição econômica do Estado, na verdade, está longe de ser algo homogêneo. Pelos quatro cantos dos 148.886 Km² de território, há peculiaridades que escondem – ou evidenciam – certas características políticas, demográficas e sociais, entre outras, que, justamente por serem únicas, podem interessar sobremaneira os olhares dos investidores mais atentos.

Em 22 de outubro de 2015, foi publicada, no Diário Oficial do Estado, a Lei Complementar nº 154, que criava as 14 regiões de planejamento do Ceará com o objetivo de aperfeiçoar as atividades de planejamento, monitoramento e implementação de políticas públicas de forma regionalizada. Assim, o Estado ficou dividido em 14 regiões de planejamento distintas, seguindo a metodologia do estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

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Tendo como referência esses estudos, a TrendsCE elaborou uma mapeamento resumido dessas regiões que pode auxiliar na prospecção de novos negócios de acordo com as particularidades de cada lugar. Trata-se de um panorama local a partir da visão de dois personagens de relevância e com larga experiência na economia de cada uma dessas 14 regiões. Alguém que já tenha feito ou faça parte dos quadros da gestão pública, da iniciativa privada ou da academia vai mostrar bons indicativos do que está em evidência no setor produtivo e possa render bom retorno para possíveis investidores. 


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Confira a seguir, na visão dos nossos “consultores”, algumas das características que fazem as regiões do Cariri e Sertão de Sobral, cada uma a sua maneira, uma boa opção para investir. 

CARIRI

Posicionada no extremo sul do Ceará e fazendo divisa com nada menos que quatro estados nordestinos, a região de planejamento do Cariri é detentora de 7,89% do PIB cearense, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). Mais que o já há décadas consagrado turismo religioso de Juazeiro do Norte e os decantados geoparques do Crato, os setores que podem vir a se destacar na economia do Cariri nos próximos anos são os de Inovação, Agricultura e Logística. É o que aponta o economista e empresário Michel Araújo, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação da Prefeitura de Juazeiro do Norte.  

Por que investir no Cariri? Geograficamente, a região coloca-se como centro do interior do Nordeste:

“Estamos equidistantes de todas as capitais nordestinas. Atendemos o interior do Ceará, Pernambuco, Paraíba e uma parte do Rio Grande do Norte. Essa região toda, num raio de 300 km, aproximadamente, vem se abastecer por aqui. Então, somos um grande distribuidor logístico”.

Perspectivas para o futuro: Com a chegada da Transposição do Rio São Francisco, mais precisamente na barragem de Jati, município caririense, uma parte do Cinturão das Águas do Estado já passando pelo região – trecho vai de Jati a Nova Olinda, devendo garantir o abastecimento dos reservatórios da região -, com uma maior oferta de água, em breve, espera-se que os projetos projetos agrícolas sejam favorecidos.

Transnordestina: Um dos eixos da ferrovia – cujas obras foram retomadas em 2019 e receberam, recentemente um novo aporte da iniciativa privada de R$ 257 milhões – terminará no município caririense de Missão Velha.

“Isso vai ligar o Cariri ao Porto do Pecém e ao Porto de Suape (Pernambuco). Então, temos uma possibilidade muito grande de importar matéria-prima, de forma muito barata, e de passar a fazer um comércio exterior de uma maneira muito tranquila por conta dessa nova ligação”.

Aposta na inovação: A região está buscando implementar um ecossistema de inovação chamado “Kariri Valley”, com a proposta de atrair startups. Destaque ainda para o projeto Smart City, em Juazeiro do Norte. Em formato de Parceria Público-Privada (PPP), a iniciativa prevê ações como troca de iluminação pública, videomonitoramento, wi-fi público e utilização de aplicativos, dentre outras. “Tenho dito que é um projeto que não se define em quatro anos, pois seria preciso uns 20 ou 30 anos para se consolidar”.

SERTÃO DE SOBRAL

Como não poderia deixar de ser, esta região de planejamento leva o nome da cidade que é a quinta do Estado em termos de população – 208.935 habitantes, de acordo com estimativa para 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – e baseia boa parte de sua economia em serviços – 52,99% do PIB municipal, segundo dados do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Mas o maior chamariz da região continua sendo o ramo da Educação. Com taxa de escolarização em 97,9% na pesquisa do último Censo (2010) e a nota expressiva no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 7,2 para alunos recém egressos da rede pública do ensino fundamental (dados de 2017, segundo o Ipece), para o secretário do Trabalho e Desenvolvimento Econômico do município, Inácio Ribeiro, a aposta na formação de seus cidadãos deve continuar a nortear os rumos da economia local nos próximos anos. O que não impede que outros setores, como o de Energias Renováveis e o de Logística possam vir a se sobressair também num futuro próximo. 

Referência nacional: “Sobral tem um grande trunfo em seu capital humano, que é diferenciado. A cidade tem a melhor educação pública do país, o IDEB é o melhor do Brasil. Somos um polo universitário, que congrega mais de uma dezena de instituições de ensino superior, entre públicas e privadas”. 

Localização:

“Estamos em um ponto equidistante entre duas capitais: Fortaleza e Teresina (Piauí), próximos do Porto do Pecém (211 Km) e a joia turística de Jericoacoara (165 Km). Além disso, a Secretaria de Obras do Governo do Estado já iniciou processo licitatório para o novo aeroporto de Sobral, um equipamento que poderá receber aeronaves até de médio porte, como por exemplo um Airbus, com capacidade para 135 passageiros”.

Energia: A cidade de Sobral, conhecida como “Princesa do Norte”, possui três linhas de transmissão, uma subestação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), que está ligada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) de energia. “Isso tem permitido a vinda de empresas de energias renováveis, principalmente a energia solar. Uma já está certa e já vai começar neste ano. O direcionamento que estamos dando nas políticas públicas e de desenvolvimento do município está focado na cadeia produtiva de todo o segmento das energias renováveis. Além de sermos a capital da educação, queremos ser a capital das energias renováveis”.

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