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Indústria da alimentação: mercado, cenário e projeções

A indústria da alimentação é peça fundamental para a economia brasileira, pois o setor é responsável por sustentar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, impactando diretamente na inflação do país caso ocorra a variação de preços. Vale destacar ainda que, a indústria alimentícia é um mercado de grande geração de empregos, sendo responsável por contratar 8 mil novos postos de trabalho de janeiro a abril deste ano.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), as contratações no primeiro quadrimestre cresceram 0,5% na indústria de alimentos em relação ao mesmo período de 2019, mesmo diante da crise econômica em decorrência da pandemia provocada pelo coronavírus.

Projeções e tendências

Sendo um dos poucos setores que se mantém de pé ao longo da pandemia, a tendência é que as indústrias da alimentação sigam em grande ascensão, visto que, como mostrado anteriormente, o setor é de suma importância para o fortalecimento da economia. No entanto, assim como todo nicho, é de suma importância atentar-se ao comportamento do consumidor final.

Apesar dos produtos de origem animal serem responsáveis pela maior parte do faturamento, os consumidores passaram a adquirir com frequência os produtos orgânicos e funcionais, como: alimentos fermentados, grãos antigos e probióticos, além das gorduras saudáveis.

Vale ressaltar ainda a busca por uma alimentação saudável. Apesar do saudável estar constantemente associado ao orgânico, é importante frisar que a indústria também é uma importante contribuinte para esse fim com a produção de alimentos como polpas de frutas, processamento de alho, fabricação de massa pronta para tapioca, dentre outros. 

Os recursos tecnológicos tornaram-se essenciais para a promoção de um alimento mais nutritivo e com qualidade. Graças a eles, houve um exponencial crescimento da manipulação e distribuição de alimentos de fácil consumo, não cozidos, não processados e que não aquecidos a uma temperatura superior a 48˚C, para preservação máxima das vitaminas e minerais.

Delivery

O sistema delivery tornou-se um fator determinante para a expansão do mercado da alimentação. O foodservice, sistema delivery feito por aplicativos, foi responsável por proporcionar um ganho anual médio de 11,5% em compras das indústrias alimentícias.

Uma pesquisa realizada pelo aplicativo Mobills, de gerenciamento financeiro, apontou que a população brasileira gastou mais de 94% com compras delivery durante a pandemia do coronavírus. Portanto, a empresa que apostar no segmento via delivery, encontrará um bom retorno financeiro.

Investimentos

Os investimentos são recursos essenciais para a elevação da produção, qualidade do produto, segurança de manipulação e distribuição do produto, além da redução de futuros gastos. Conforme a última pesquisa de investimentos da FIEC, em 2018, em torno de 70% das indústrias cearenses realizaram algum tipo de investimento. Do total, 60% destinados para a continuação de projetos anteriores e 40% na realização de novos projetos.

Majoritariamente, os recursos empregados foram para a aquisição de novas máquinas e equipamentos (79,2% dos investimentos), em seguida, novas tecnologias (8,3% dos investimentos) e capacitação de pessoal (6,3% dos investimentos), respectivamente.

Os resultados revelam que, apesar do menor investimento na expansão da capacidade produtiva, as empresas buscaram um ganho na produtividade e eficiência dos processos.

O papel do Sindialimentos

O Sindicato das Indústrias da Alimentação e Rações Balanceadas no Estado do Ceará (Sindialimentos) exerce papel fundamental para o desenvolvimento das indústrias no Estado ao representá-las diante das entidades públicas, visando a redução da carga de impostos.

Além disso, o Sindialimentos realiza uma série de ações em apoio à categoria, tais como: celebração de convenções coletivas, incentivo a participação de feiras nacionais e internacionais, ações de consultoria, palestras, treinamentos, informações jurídicas e muito mais.

Com o intuito de estreitar as relações de mercado dos associados com o exterior e a produção local, o Sindialimentos implementou a Plataforma de Negócios Cruzados. O sistema desenvolvido pela empresa Leag Group funciona como uma rede social para empreendimentos do setor. A plataforma disponível em português, inglês e espanhol permite ainda: divulgação do portfólio da empresa, networking, ambiente para cursos e palestras on-line, além de chat, espaço para negociação e sala de reunião. Todas as mensagens são criptografadas para evitar vazamento de dados.
O espaço virtual é interativo e permite a personalização do layout conforme o perfil da empresa.

As ações em apoio às empresas associadas foram intensificadas durante o período de pandemia. Foram realizadas webinários gratuitos em parceria com diversos órgãos para tratar diferentes temáticas, capacitações gratuitas, divulgação para o fortalecimento do consumo de alimentos produzidos no Ceará, articulação para compra de álcool em gel, resolução de atividades burocráticas dos associados junto aos órgãos responsáveis e ainda atualizações sobre as normas estipuladas para enfrentamento ao coronavírus.

* Economista, Doutor em Biotecnologia, Mestre em Ciências Avícolas, presidente do Sindialimentos, Secretário Desenvolvimento Econômico de Jaguaribe, sócio da Gallus Indústria e Comércio de Alimentos e da Piscis Indústria e Comércio

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