Assim como outros setores industriais, o segmento de eletrometalmecânico cearense teve de se adaptar às restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus. Desde que o Governo do Ceará decretou emergência em saúde pública, no último 16 de março, o setor recorreu a mecanismos possíveis para conseguir atravessar o período pandêmico sem grandes consequências: antecipou férias de funcionários, suspendeu alguns contratos de trabalhos, reduziu jornadas.
Quer receber os conteúdos da TrendsCE no seu smartphone?
Acesse o nosso Whatsapp e dê um oi para a gente.
De acordo com o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico no Estado do Ceará (Simec), o momento, agora, é de retomada responsável de produção. A associação afirma que as empresas do setor devem cumprir protocolos sanitários para proteção de colaboradores, adotar trabalho remoto em áreas estratégicas e manter reuniões não presenciais.
“Absorver tudo isso como parte de uma nova cultura no dia a dia das empresas tem reflexos, e isso muda de forma substancial a vida das empresas”, destaca o presidente do Simec, Sampaio Filho.
Também presidente da Câmara Setorial Eletrometalmecânica do Ceará, ele afirma que a indústria ainda não teve uma avaliação de impacto no modelo de negócios. “Porque nosso sistema de produção é seriado, mas certamente mudanças serão observadas”, justifica.
Sampaio observa, ainda, que o setor apresenta relação com outros setores estratégicos no Estado, e explica que, se a indústria da construção civil reage, por exemplo, o segmento eletrometalmecânico também sente impacto positivo, já que é fornecedor de materiais e serviços. Por outro lado, a retração no poder de consumo de bens duráveis faz com que os reflexos sejam menos otimistas, “porque temos um parque considerável de indústria de bens de consumo duráveis”. “O parque industrial de fornecimento para energias renováveis tem crescido pela demanda externa e interna. Do ponto de vista da competitividade com outros estados, temos uma infraestrutura portuária que impulsiona a exportação de aço produzidos pela CSP [Companhia Siderúrgica do Pecém]”.
Exportações
As exportações do setor representam cerca de 2,5% do acumulado do que é exportado no Brasil. Em 2019, conforme o Ministério da Economia, o Ceará somou US$ 1,38 bilhão na saída de materiais da indústria. Ao todo, de acordo com levantamento do Observatório da Indústria, 411 produtos são exportados, com destino, principalmente, para os Estados Unidos. Semimanufaturados de ferro ou aço não ligado e partes de motores e geradores estão entre os principais itens que saem do País.
Também de acordo com o Ministério da Economia, mais de 28 mil postos de trabalho formais no segmento estavam ativos em 2018, distribuídos por mais de 1.500 estabelecimentos. Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos, fabricação de eletrodomésticos e produção e tratamento de aços e ferros fundidos (siderurgia) estão entre as principais ocupações da indústria no Ceará.