Vinculado à Federação das Indústrias do Ceará (FIEC) – idealizado e implantado na gestão do ex-presidente Beto Studart e continuado pelo atual Ricardo Cavalcante – o Observatório da Indústria é uma rica e vasta fonte de informação aos empresários já instalados que queiram expandir seus negócios e para aqueles que buscam um local para novos […]

Observatório da Indústria aponta os setores estratégicos para o crescimento do Ceará

Por: Gladis Berlato | Em:
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Vinculado à Federação das Indústrias do Ceará (FIEC) – idealizado e implantado na gestão do ex-presidente Beto Studart e continuado pelo atual Ricardo Cavalcante – o Observatório da Indústria é uma rica e vasta fonte de informação aos empresários já instalados que queiram expandir seus negócios e para aqueles que buscam um local para novos empreendimentos. Antes mesmo de completar dois anos, em 09 de outubro, o Observatório já contabiliza resultados de alguns programas.

“O Observatório da FIEC tem atuado de maneira disruptiva, contribuindo para que dados se transformem em conhecimentos de extremo valor e ajudem nossas indústrias a tomarem as melhores decisões, e a se desenvolverem cada vez mais. Isso tem impulsionado a economia cearense, gerando renda e emprego para nossa gente. É animador observar essa transformação em curso”, afirma o presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante.

Para a coordenadora do Observatório, Edvânia Brilhante, “a FIEC foi visionária ao montar uma equipe multidisciplinar de alto nível, com total interação entre iniciativa privada, governos e academia para implementar os planos e garantir a competitividade da economia estadual”. Ela explica que o desafio é continuar desenvolvendo a indústria tradicional e avançar para novos setores.


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Um dos resultados deste esforço conjunto veio da chamada Economia do Mar, que teve um sistema de governança construído a muitas mãos conquistando em 2019 o reconhecimento internacional “Excellens Mare”, em Lisboa, da PriceWaterHouse Consulting (PwC*).

Trabalho de fôlego também foi desenvolvido para detectar os Profissionais do Futuro. Participaram 413 representantes da Academia, empresas, governo e Terceiro Setor, resultando em 212 perfis profissionais estratégicos que serão demandados até 2035 por 10 setores industriais.

Outro avanço foi na parte de Ciência de Dados. A equipe coletou, tratou e sistematizou mais de 1,0 trilhão de informações de bases públicas e privadas nacionais envolvendo ferramentas de ponta, como inteligência artificial, para servirem de suporte na análise e nas estratégias.

A instalação da Zona de Processamento de Exportações da Companhia do Porto de Pecém foi outro caso bem sucedido. O Observatório identificou empresas com potencial para integrarem a ZPE. E a pedido do Banco Mundial, a equipe do Observatório da Indústria levantou o perfil tecnológico das empresas do Ceará para que a partir daí outras ações possam ser tomadas. A universidade, por exemplo, pode usar a informação para melhor direcionar os conteúdos de suas pesquisas e cursos, alinhada com a demanda do mercado.

Exemplo de dados do Observatório da Indústria

Da mesma forma, o Observatório recebeu e aceitou o desafio de desenvolver um robusto trabalho para o governo do Estado envolvendo a segurança pública. “É o poder transformador da informação e do conhecimento disponíveis democraticamente a todos”, observa Edvânia Brilhante, certa de que os dados disponíveis e analisados servem de rotas firmes que visam colocar o Ceará no caminho do progresso sustentável alinhado às tendências mundiais.

Observatório – Como tudo começou

Da concepção à montagem, o Observatório nasceu do esforço de planejadores especializados, o que resultou em milhares de informações econômicas, sociais, ambientais e de pesquisa e investimentos relevantes para a tomada de decisões. Foram identificados 17 setores e áreas de interesse estratégico, organizadas de modo a facilitar a busca.

O estudo aponta o potencial de exploração de áreas prioritárias como água, construção e indústria metálica e não-metálica, a economia do mar, saúde, energia, agroalimento, biotecnologia, meio ambiente, eletrometalmecânico, logística, produtos de consumo, tecnologia da informação e comunicação e também a economia criativa do turismo.

O desafio da política de abastecimento de água é uma das chamadas rotas estratégicas. Embora o Brasil detenha a maior reserva hídrica do Planeta, ocupa apenas a 22ª posição em consumo per capita, de acordo com a FAO. E o Ceará não é diferente pois enfrenta problemas de abastecimento embora conte com 12 bacias e com 21 mil poços subterrâneos de água. Mesmo assim, os estudos mostram que há baixo volume de água armazenada, reduzida cobertura e perdas excessivas, questões a serem resolvidas com gestão e tecnologia.

Dentre outros setores de atividade de peso, a economia do mar é outra grande oportunidade de negócios, especialmente quando se sabe que até 2050 a previsão é de aumento de consumo de energia (50%), de água (40%) e de comida (50%), soluções que podem passar pela riqueza dos oceanos. A aquicultura é um caso evidente de progresso pois projeta-se que ela abastecerá cerca de dois terços do consumo global de peixes até 2030.

A Biotecnologia Marinha é outro eixo de negócios dada a elevada biodiversidade do mar ainda pouco explorada, da mesma forma que a Tecnologia Oceânica que permite a busca de energia das ondas de superfície ou a instalação de turbinas eólicas em alto mar.

O Setor de Produtos de Consumo foi considerado estratégico por possuir polos industriais em todas as regiões do Estado, envolvendo calçados, confecções e móveis, geradores de empregos e consequente impacto social. O estudo mostra que há espaço para avançar tanto no mercado doméstico como no comércio internacional, atraindo investimentos e ampliando a produtividade e permitindo o aperfeiçoamento da mão-de-obra empregada.

Para se ter uma ideia do potencial exportador projetado, no caso da indústria de Confecções, o Ceará tem Inserção nas vendas externas de 0,3%, cerca de um terço do índice nacional. Quanto a Calçados e Couro, o indicador do Ceará (27,5%) é maior do que o brasileiro (24,1%), mas em Móveis a inserção internacional do Estado é de apenas 0,5%, enquanto que a do Brasil é de 14,6%.

No caso da Indústria Agroalimentar (bebidas, alimentos, pesca e aquicultura, produção florestal, agricultura e pecuária), em perspectiva mundial, o país com maior participação no valor adicionado da Agricultura mundial é a China, com quase 28% do setor. O Brasil ocupa a 5ª colocação, com produção avaliada em US$ 3,3 trilhões, ou seja, 3,4% do valor global. Na Agricultura, a China também ocupa a primeira posição no ranking mundial de produção Industrial de Alimentos e Bebidas, com 22% do setor. O Brasil, por sua vez, fica em 4º lugar, com cerca de 5% do total mundial de alimentos e continua com a missão de celeiro do planeta.

Estes são apenas alguns dos setores estratégicos. Todos contam com o suporte do Programa para o Desenvolvimento da Indústria, criado para dar forma às iniciativas do Observatório da Indústria. Sob o lema “Conhecer para Cooperar, Cooperar para Desenvolver”, o programa tem seus projetos organizados na prospecção de futuro para a competitividade setorial, na inteligência competitiva e na cooperação e ambiência para o desenvolvimento, oferecendo benefícios e vantagens aos que apostam no Ceará como uma terra de oportunidades.

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