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“Sistema S” colhe bons frutos para a economia cearense

FOTO: Adobe Stock

O Brasil carrega a pesada marca de mais de 13 milhões de desempregados, taxa que pode ser maior por conta da pandemia, ainda sem um horizonte para acabar. Sabe-se que parcela significativa deste negativo legado é a falta de uma maior qualificação do trabalhador brasileiro, especialmente de baixa renda. É neste ponto fraco que se concentra a missão das entidades que integram o conhecido “Sistema S”, ao atuarem na formação e aperfeiçoamento da força de trabalho oferecendo, também, ações voltadas à assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica.


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Com um orçamento nacional da ordem de R$ 17,8 bilhões (dado de 2019) englobando todos os 27 Estados, a receita é formada por contribuições sobre a folha de salários das empresas e repassada pelo governo às entidades integrantes do Sistema, a partir de alíquotas variáveis de 0,2% a 2,5%. Enquanto as indústrias recolhem 1% ao Senai e 1,5% ao Sesi, o comércio recolhe 1,5% ao Sesc. 

SENAI CEARÁ

As nove instituições oferecem desde cursos básicos até elevados conteúdos tecnológicos que resultam em soluções inovadoras para a indústria e para a sociedade.  É o caso do Senai do Ceará que há 77 anos iniciou suas atividades e hoje dá suporte a todos os tamanhos e atividades empresariais. A instituição, que atua em parceria com a Federação das Indústrias do Ceará (FIEC) e órgãos públicos municipais, estadual e Federal, forma e aperfeiçoa os trabalhadores através de seis unidades de Educação e do Instituto Senai de Tecnologia, além de contar com cinco unidades móveis equipadas com modernos laboratórios que atendem todo o Estado do Ceará.

O Senai cearense acredita no poder de transformação da educação. Uma das provas desta postura foi a entrega de 237.662 trabalhadores melhor preparados para o mercado de trabalho e para a cidadania nos últimos cinco anos. No primeiro semestre de 2019, em apenas um dos programas, a Saga da Inovação, foram desenvolvidos 30 projetos inovadores alinhados com as demandas da indústria moderna.  E no Instituto Senai de Tecnologia foram desenvolvidos, em outros, os projetos: Lona Plástica para cobertura de solo recondicionada pelo uso de nanomateriais; madeira plástica a partir da casca da carnaúba para a indústria petroquímica; e o dispositivo anestésico Viber para a odontologia, em parceria com a Universidade Federal do Ceará. Em contribuição ao combate à pandemia, foram fabricadas câmaras de desinfecção doadas a hospitais, foi desenvolvido um equipamento hospitalar de oxigenação assistida – Elmo, distribuídos 80 mil EPIS (aventais, máscaras e fashe shilds), produção de álcool em gel, além de um protótipo de respirador mecânico pulmonar.

Nos desafiamos permanentemente a atuar assertivamente na aprendizagem profissional para elevar a condição de empregabilidade do trabalhador, dentro do conceito de aprender fazendo”, ilustra o diretor regional Paulo André Holanda. 

 Fruto deste esforço, em dois anos, o Estado reduziu em 100 mil o número de trabalhadores com necessidade de maior qualificação. O Ceará ainda tem o enorme desafio de qualificar 277.511 trabalhadores até 2023 em ocupações industriais nos níveis superior, técnico, qualificação e aperfeiçoamento. Ocorre que este número já foi 380 mil, segundo acompanhamento da pesquisa Mapa do Trabalho Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Na visão do Senai cearense, para estar integrada a conceitos como Indústria 4.0, Big Data, Inteligência Artificial, Digitalização e Internet das Coisas é preciso manter e ampliar os programas em andamento no “Sistema“, que são muitos, variados e aplicáveis ao mundo real da energia, TI, telecomunicações, Química, Alimentos, Têxtil, Metalmecânica, meio ambiente e na indústria em geral.

SESC CEARÁ 

O Sistema Fecomércio Ceará, juntamente com o Serviço Social do Comércio (SESC) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), além do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Estado (IPDC) vêm transformando a vida do trabalhador e dando suporte aos empresários. Com presença em todo o Ceará, atuam em 184 municípios, através de 45 unidades Sesc e Senac e outros 35 pontos físicos contando, também, com 10 unidades móveis. 

Com esta estrutura e receita originada de contribuição sindical, assistencial e produtos/serviços, o SESC e Senac cearenses contabilizam resultados nas áreas de atuação. 

O impacto do trabalho, desenvolvido pelas instituições que compõe o Sistema Fecomércio, Federação, SESC, SENAC e IPDC, não alcança apenas os empresários e os trabalhadores do comércio, mas a sociedade, em geral”, disse o presidente do Sistema Fecomércio, Maurício Filizola. 

São instituições privadas, mantidas pelos empresários do comércio de bens, serviços e turismo que além de representarem o setor mais importante para a economia do Estado, ​ realizam programas e projetos com a finalidade de promover o bem-estar social e a educação profissional. 

No Ceará, estamos presentes nos 184 municípios, mas a atuação dos braços sociais, Sesc e do Senac, vai além dos números. São vidas que ajudamos a transformar, histórias de superação que fazemos parte, a partir da nossa missão de servir a sociedade e contribuir com o desenvolvimento social”, comenta. 

Em 2019 até momento, o SESC alcançou 404.799 matrículas nas suas 34 unidades na Educação (básica, jovens e adultos, infantil, fundamental, pré-vestibular, idiomas, formação contínua de educadores e educação ambiental). Foram 17.417 beneficiários e 2.124 nos centros educacionais SESC Ler, que conquistou a Medalha Paulo Freire 2009. 

Na Saúde, 100.145 clientes realizaram consultas odontológicas e 26.446 fizeram algum procedimento em clínicas de saúde, com destaque ao projeto Saúde Mulher (exames citopatológicos e mamografias) e ao projeto OdontoSESC.  Na Cultura, com 66.542 participantes e um público de 1,7 milhão de pessoas, os destaques foram a Mostra Cariri e Museus Orgânicos. No Lazer, com modalidades esportivas e de recreação, o destaque foi o Futsal SESC que completou 12 anos com 2.915 alunos em 23 núcleos. Em promoção social, o Sesc atua na inclusão e acesso aos direitos sociais. O destaque foi o Mesa Brasil que arrecadou 2,7 milhões de quilos de alimentos distribuídos em 50 municípios.

SENAC CEARÁ

Em todo o País, 80% dos alunos de curso técnico do Senac já saem da sala de aula direto para a prática da profissão. E no geral, 46% são empregados durante ou após o curso. O fato explica a missão do Senac-CE que conta com um portfólio de mais de 800 cursos em diferentes áreas como infraestrutura, segurança, turismo, produção alimentícia, informação e comunicação, gestão e negócios, entre outros. 

Segundo Rodrigo Leite, diretor do Senac e SESC cearenses, “o Sistema S é a maior organização de proteção social para o cidadão e forte parceiro para o crescimento econômico do País. Trata-se de um modelo eficaz, há mais de sete décadas presente na vida dos brasileiros, gerando riqueza e desenvolvimento.”

Foram 127.456 novas matrículas em cursos e ações extensivas oferecidos das 22 unidades (13 fixas, quatro móveis e cinco polos de educação à distância). Da teoria à prática, o Banco de Oportunidades do Senac-CE encaminhou 13.085 atendimentos e realizou 10.094 egressos. Com nota máxima no MEC, o Senac EAD oferece mais de 200 opções em cursos em cinco polos de atendimento no Estado. 

Outros destaques envolvem as 11 Bibliotecas Senac com mais de 53 mil títulos especializados; as 3.150 matrículas em um mês no Senac Riomar em seus diversos cursos rápidos, oficinas e workshops e os cursos in company e consultorias. E, ainda, o espaço de capacitação profissional do Sistema Fecomércio Senac Reference com mais de 4 mil m² em 30 ambientes pedagógicos. 

SEBRAE-CE

Como instituição de fomento ao empreendedorismo, o Sebrae/CE atua junto aos pequenos negócios, que representam mais de 90% das empresas formais e responde por 52% dos empregos gerados no Estado. Também atua junto às diversas esferas do poder público para a melhoria do ambiente de negócios através de ações de apoio aos microempreendedores individuais (MEI), microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP). Apenas de janeiro a agosto deste ano de pandemia, o Sebrae/CE atendeu 39.301 pequenos negócios formais e 40.155 pessoas em busca de empreender, alguns dos quais que estavam na informalidade. Neste período, foram ofertadas 43.739 horas de consultoria, 93.113 orientações e 6.174 horas de cursos, dentre outros.

Afinado com os novos tempos, o Sebrae/CE ajudou as pequenas empresas a se reinventarem levando conhecimento para a necessária transformação digital e vendas por canais remotos, o que incluiu, também, o uso de protocolos de biossegurança para a retomada das atividades. 

Além disto, o Sebrae/CE desenvolve anualmente um conjunto de ações de capacitação, consultoria, ações de acesso a mercado, inovação, inserção no mundo digital, orientação para crédito, encadeamento produtivo, entre outras, visando apoiar os pequenos negócios de todos os setores da economia.

O programa de educação empreendedora conta, por exemplo, com o Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), em parceria com as prefeituras e o Governo do Estado, que leva conteúdos e práticas ligadas ao empreendedorismo para alunos do ensino fundamental das redes públicas e privadas. Outro destaque é o Desafio Startup Ceará, que envolve alunos de faculdades e universidades de todas as regiões incentivando o desenvolvimento de negócios inovadores que solucionem problemas específicos de empresas e setores econômicos. Somente este ano, são cerca de 2 mil jovens participando deste processo. 

Para o superintendente do Sebrae/CE, Joaquim Cartaxo, “o maior desafio é auxiliar as empresas, especialmente as que surgiram na pandemia, para que superem as dificuldades e permaneçam ativas”.

Ele informa que a previsão é atender até dezembro deste ano, aproximadamente 62 mil pequenos negócios e cerca de 66 mil candidatos a empresários. Para isso o Sebrae/CE elaborou o projeto Revita, um conjunto de soluções que auxiliam os empreendedores a se manterem competitivos por meio ferramentas de gestão, finanças, marketing e inovação.

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