Além de trazer dificuldades que atrapalharam o crescimento das micro e pequenas empresas, a chegada da Covid-19 também impulsionou o nascimento de outros empreendimentos, ocasionados pela necessidade de renda. Diante desse cenário econômico, microempreendedores conseguiram encontrar no Banco do Nordeste do Brasil (BNB) o aliado ideal para ajudá-los a manter ou conquistar espaço no mercado.
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Segundo Rodrigo Bourbon, superintendente do BNB para o Estado do Ceará, devido às mudanças provocadas pelo novo coronavírus, o banco adotou medidas emergenciais sobretudo para duas frentes. A primeira foi voltada para empresas que precisaram parar as atividades, parcial ou totalmente, e tiveram a receita afetada.
“Além de cumprir todas as determinações do Governo, tivemos iniciativas, digamos assim, da gestão própria do banco. Por exemplo, suspendemos de forma automática, até dezembro deste ano, todos os pagamentos das empresas afetadas pela pandemia”.
Rodrigo Bourbon, superintendente do BNB Ceará
A outra frente foi o crédito novo. Isso porque enfrentar a pandemia também significou a manutenção dos postos de trabalho e os pagamentos de impostos. “De um lado, você tem uma receita muito afetada. Do outro, você continua com os custos. Então, o banco entrou com linhas emergenciais. E o carro-chefe da linha emergencial de banco é o capital de giro”, explica Rodrigo. Embora empresas que precisaram adaptar seu modelo de negócio tenham tido linhas de investimento específicas, o capital de giro foi a principal estratégia de auxílio com base no recurso de caixa.
Cenário de investimentos
Mesmo em um contexto tão adverso para a economia, até o final de outubro, o Ceará conseguiu contratar R$ 3,4 bilhões do Banco do Nordeste, através de recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). De acordo com Rodrigo Bourbon, esse valor representa mais de 87 mil operações de crédito no Estado. “Nosso programa de microcrédito, que é o maior da América do Sul, o Crediamigo, teve papel decisivo no contexto econômico da pandemia. Porque, de forma inédita, ele foi autorizado a operacionalizar recursos do FNE”, esclarece.
Somente aqui no Ceará, a linha do FNE Emergencial alcançou R$ 632 milhões com uma forte atuação do CrediAmigo nos valores investidos. O programa de microcrédito do BNB desembolsou no total mais de R$ 3 bilhões, o que resulta em uma aplicação superior de R$ 6 bilhões na economia do Estado até outubro de 2020.
Sobre a importância do Crediamigo para a prospecção de investimentos no Estado, Rodrigo destaca que, apenas em 2020, já foram feitos mais de um milhão e 200 mil empréstimos no Ceará pelo programa. “Quando a gente fala isso, a gente está falando quase na sua totalidade de clientes atendidos, clientes ativos, muita gente alcançada, fazendo a economia circular. A partir disso, temos vários cases de clientes formalizados, que já são microempreendedores, alguns até com empresas de pequeno porte. Cresceram com o programa, trazendo grandes números para serem investidos na economia local, números muito robustos”, afirma.
É natural que grandes empresários consigam linha de crédito nos bancos, mas quem está começando a empreender encontra algumas dificuldades para iniciar o caixa do seu negócio. Segundo o especialista em linhas de crédito e sócio da Aplix Capital, Igo Falcão, acredita que a atuação de bancos públicos de disponibilizar linhas diretamente para esse público microempreendedor é fundamental. “É muito importante que bancos como o BNB, o BNDES, principalmente o BNB, no caso do Ceará, que olham para o nosso cenário e sabem das nossas particularidades, estejam cada vez mais próximos. Porque é um banco que fomenta negócios. E é muito importante ter esse tipo de instituição porque o Ceará ainda é muito dependente. Cada vez mais teremos mais investidores, mas ainda somos muito dependentes”, avalia.
Cenário futuro
As startups também ganham destaque quando se fala em oportunidades de investimento para o Ceará. O próprio BNB foi o primeiro banco público a criar uma linha de financiamento exclusiva para as jovens empresas, antes mesmo da pandemia, a FNE Startup. “O banco desenvolveu e customizou um produto para startups, onde o objetivo é financiar empresas com base tecnológica, que tenham projetos de investimento em inovação de produto, de serviço e organizacional”. Inclusive, para fortalecer o combate ao novo coronavírus, o banco lançou uma chamada pública para startups que tivessem interesse em apresentar soluções para auxiliar outras empresas na luta contra a Covid-19.
“Olhando do ponto de vista de investimentos, num cenário de pandemia, é natural que os investidores busquem outras alternativas para o seu caixa. E aí as startups chegam hoje como excelentes oportunidades de investimento. No Ceará, a gente está ainda caminhando, mas existem muitos investidores buscando esse tipo de negócio. Eu estou muito otimista. Esse é o momento para olhar o cenário, investir em startups ou entrar com seu modelo de negócio em incubadoras”. .
Igo Falcão, especialista em linhas de crédito e sócio da Aplix Capital
Quando o assunto é o período pós-crise, a previsão é de que, com planejamento adequado, o investimento no Estado continue em ascensão. “A gente ainda está avaliando esse período como fase de transição. Estamos analisando cenários, já realmente colocando nosso corpo técnico para pensar, juntamente com a região, com a classe empresarial, quais seriam as ações que podem ser continuadas, e quais as que podem ser aprimoradas para 2021”, conclui Rodrigo.