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Investimento em rodovias contribui na produtividade e competitividade econômica

As novas estradas pavimentadas no Ceará, que já foram finalizadas em 2020, somam 93,5 quilômetros. O Estado possui cerca de 8.300 quilômetros de rodovias estaduais pavimentadas.

As estradas são um importante ponto de partida para a economia circular, pois o investimento em rodovias é um recurso que impacta toda a extensão em que elas estão presentes. As novas estradas pavimentadas no Ceará, que já foram finalizadas em 2020, somam 93,5 quilômetros. Dentre elas, estão as obras concluídas no trecho Potiretama – Divisa CE/RN. Há ainda os 85,5 quilômetros de rodovias restauradas, como o trecho Crateús – Divisa CE/PI, e 58,8 quilômetros de rotas duplicadas, como o trecho Missão Velha – Barbalha. O total de 237,8 quilômetros representa quase R$ 268 milhões em investimentos no Estado.


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“A partir do momento em que a circulação de veículos, especialmente os de carga, se torna mais ágil de um local para outro, impulsiona a comercialização de produtos e serviços. Da mesma forma, carro particular e ônibus vão de uma cidade à outra com mais facilidade, com mais opções de rota. Isso dá mais perspectiva de crescimento às empresas, mais horizonte de geração de empregos, mais incentivo ao turismo, promovendo mais qualidade ao deslocamento e à vida da população que usa nossas estradas”

Quintino Vieira, superintendente de Obras Públicas do Ceará (SOP)

Das novas estradas cearenses pavimentadas concluídas neste ano, tem o trecho Altaneira – Assaré que é um exemplo do fortalecimento econômico gerado por esse tipo de obra. “Essa pavimentação foi muito positiva para nós, pois aumentou nossas possibilidades de comércio. Melhorou o tráfego de transporte, principalmente aqueles que vão para Crato e Juazeiro. Sem contar que diminuiu também o tempo de deslocamento: em cerca de 15 minutos, a gente chega em Assaré agora”, fala Paulo Almeida, secretário da Infraestrutura de Altaneira, município da região do Cariri.

Cenário atual

Segundo Heitor Studart, presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Coinfra/ FIEC), as rodovias fazem parte de um processo intermodal de produtividade e de competitividade da logística econômica. “O fundamental para o estado do Ceará hoje são as BRs, as rodovias federais que interligam o Estado ao Brasil, e o nosso ponto positivo são os polos economicamente viáveis, que fazem a interligação com os portos do Pecém e do Mucuripe”, comenta.

“É fundamental no Ceará a conservação e a duplicação das BRs 222, 116, 020 e 304, por exemplo. Essas rodovias impactam profundamente a economia no Estado, pois vêm puxando uma série de cadeias produtivas. Cerca de 20% do frete reduz se obras assim forem feitas. Mas a gente também depende de uma série de outras obras complementares além das estradas”

Heitor Studart, presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da FIEC

Atualmente, o Ceará possui cerca de 8.300 quilômetros de rodovias estaduais pavimentadas. Considerando obras como novas pavimentações, duplicações e restaurações de estradas, o Programa de Logística e Estradas do Ceará, o Ceará de Ponta a Ponta, entregou 2.518 quilômetros desde 2015, com um investimento de R$ 2,1 bilhões.

“Há novos 353 quilômetros de rodovia em implantação, outros 172,5 quilômetros em restauração e 68,6 quilômetros em obras de duplicação. Isso movimenta cerca de R$ 550 milhões em 594 quilômetros de obras rodoviárias, que também representam promoção do desenvolvimento do Estado, através da geração de empregos diretos e indiretos, do incentivo a negócios, sejam eles turísticos, industriais ou rurais, e da melhoria do acesso da população aos mais diversos serviços”, contextualiza Quintino Vieira. Para o superintendente da SOP, a melhora da trafegabilidade permite também os acessos às divisas com estados vizinhos e rodovias federais, o que facilita a circulação de pessoas e mercadorias para todo o Brasil.

Cientista Chefe

Um outro exemplo de iniciativas que têm sido um complemento para o investimento em estradas no Ceará são programas como o Cientista Chefe, que tem o objetivo de unir o meio acadêmico à gestão pública. Por meio do projeto, pesquisadores têm a oportunidade de trabalhar em secretarias ou órgãos estratégicos do Governo do Estado identificando soluções de ciência, tecnologia e inovação que podem melhorar os serviços. O professor Jorge Soares, da Universidade Federal do Ceará (UFC), é cientista chefe da Infraestrutura e já apresentou soluções para a SOP-CE que podem tornar o trabalho de pavimentação no Estado mais eficaz. Os impactos econômicos desses resultados são percebidos, sobretudo, no transporte de cargas e de passageiros, impactando também o turismo.

“Meu papel é tentar mostrar quais seriam as melhores práticas, em termos de projetos, de formas, para gerar melhor qualidade das estradas. O Ceará tem 10 mil quilômetros de estradas e 8.300 são pavimentadas. A qualidade dessa pavimentação impacta diretamente no transporte de carga, no transporte intermunicipal de passageiros. Essa área de infraestrutura viária tem uma capilaridade muito importante, porque trafega, inclusive, pessoas que precisam de hospital, por exemplo. Então tem impacto na saúde, na educação”

Jorge Soares, cientista chefe da Infraestrutura e professor da UFC

De acordo com Soares, o Ceará investe aproximadamente mais de R$ 500 milhões em manutenção/ampliação de estradas por ano. “A gente vem atuando para que esses investimentos sejam feitos com qualidade, que durem pelo menos 10 anos. Tudo para que não tenham problemas de buracos prematuros, trincamento com poucos meses. Existem muitos casos de vias que apresentaram defeito nesse curto espaço de tempo”, ele avalia.

A equipe do cientista chefe desenvolveu uma ferramenta de Inteligência Artificial capaz de capturar imagens de defeitos, como buracos e trincas, nos 8 mil quilômetros de estradas pavimentadas utilizando até câmera de smartphones. “Temos também outra vertente de atuação que faz o acompanhamento de como as obras das estradas estão. Porque é importante que, primeiramente, o projeto seja bem feito. Assim, a obra pode ser feita à luz do projeto com o mínimo de variabilidade, alcançando melhores resultados”, conclui Jorge.

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