Desafios para governos, empresas e universidades crescem com o aumento da população urbana e trazem a necessidade de novas formas de geração de energia, preservação de recursos naturais, transportes eficientes, educação e saúde, segurança e alimentação. Diante desse cenário, a construção de smart cities tem se tornado uma tendência no uso de tecnologia de modo […]

Ceará atrai oportunidades de investimento em inovação urbana

Desafios para governos, empresas e universidades crescem com o aumento da população urbana e trazem a necessidade de novas formas de geração de energia, preservação de recursos naturais, transportes eficientes, educação e saúde, segurança e alimentação. Diante desse cenário, a construção de smart cities tem se tornado uma tendência no uso de tecnologia de modo estratégico, como soluções sustentáveis com foco na qualidade de vida dos cidadãos.


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Segundo a Comissão Europeia, as cidades inteligentes são aquelas que usam as tecnologias da informação e da comunicação (TIC) para tornar mais eficientes e sustentáveis as redes de transporte público e os sistemas de iluminação, calefação e abastecimento de água no espaço urbano. Além de garantir espaços públicos mais seguros e mais adequados às necessidades da população.

“A ideia de cidade inteligente, principalmente social, é a de agregar as pessoas. Ainda hoje nós vivemos na concepção de cidade do século 18, 19. Nessa época, não se pensava tanto no convívio humano, se pensava mais no desenvolvimento tecnológico e financeiro. Mas é importante tornar o terreno onde a cidade é inserida em algo útil e produtivo, seja para habitação, seja para comércio. As cidades inteligentes buscam fazer esse tipo de planejamento para acompanhar como a área está sendo desenvolvida, se pode estagnar futuramente em algum setor. E ter um aparato de dados que indica esse tipo de questão vai tornar os projetos de expansão dela mais eficientes”

Pablo Porto, arquiteto e urbanista

A evolução tecnológica associada à consciência social e ambiental é uma forte tendência no processo de transformação e construção das cidades. Para Susanna Marchionni, CEO da Planet Smart City no Brasil, as smart cities são o futuro. “Nas cidades do futuro, e isso acontece não somente no Brasil, mas em cada lugar do mundo, as pessoas não compram simplesmente uma casa ou um apartamento. Elas compram todos os serviços que estão ao redor. E um outro fator importante é baratear o custo de vida. Imagina morar em um local com ciclofaixa, que você pode andar de bicicleta, com energias alternativas. Muda a qualidade de vida e é economicamente sustentável. Eu acho que isso é um impacto muito forte no dia a dia das pessoas e no bolso delas também”, ressalta.

De acordo com Susanna Marchionni, CEO da Planet Smart City no Brasil, os empreendimentos podem ser ótimos negócios para investidores. “A gente tem dois tipos de produtos, porque nós vendemos lotes e casas. Se comprar uma casa, pode ser para morar ou alugar. Em Laguna, ficamos perto de praias como Paracuru e Taíba. Em Aquiraz, estamos bem perto do Beach Park. Quem compra um lote, tem uma infraestrutura de qualidade de altíssimo padrão. E com valores bem acessíveis. Sempre falamos de parcelas de menos de R$ 400”, ressalta.

Projeto no Ceará

O Ceará já conta com uma cidade inteligente inclusiva, localizada em São Gonçalo do Amarante, que ocupa 330 hectares. A Smart City Laguna é uma iniciativa da empresa Planet Smart City, que utiliza tecnologia para melhorar a infraestrutura e a qualidade de vida dos moradores com soluções sustentáveis. O empreendimento já trouxe um investimento de US$ 50 milhões para a região, sendo planejado para receber até 25 mil pessoas. “Temos uma infraestrutura de altíssima qualidade, com serviços de tecnologia ao alcance de todos. E a inclusão social é o conceito mais importante para mim. Eu considero a tecnologia como um meio, mas não o fim. Ter uma cidade pensada para as pessoas, o engajamento, o empoderamento dos moradores, é muito mais que simplesmente construir uma grande infraestrutura. E isso inclui soluções inteligentes em quatro pilares: urbanismo e arquitetura, meio ambiente, tecnologia e pessoas”, explica a CEO Susanna Marchionni.

Segundo Susanna, a decisão de implantação da smart city ocorreu, principalmente, devido ao Porto do Pecém. “Nosso grupo fez uma pesquisa e nisso percebemos que essa área, realmente, tem um grande déficit habitacional, mas um movimento econômico muito forte. Temos o desenvolvimento do próprio Porto do Pecém, da siderúrgica, da primeira ZPE que funciona no Brasil todo. Por isso escolhemos esse local”, explica.

Além da Smart City Laguna, a Planet Smart City também é responsável pelo empreendimento Smart City Aquiraz, outra cidade inteligente que recebeu um investimento de US$ 40 milhões e ocupa 200 hectares. O espaço foi planejado para receber até 18 mil pessoas e terá cerca de cinco mil lotes, incluindo residências e ambientes comerciais. O ambiente contará com mais de 50 soluções pensadas para proporcionar mais sustentabilidade, economia e qualidade de vida. Entre elas, estão iluminação pública inteligente, grandes espaços de áreas verdes e piso intertravado, um Hub de Inovação com 1.000 m² de área construída, ponto de ônibus inteligente, cinema gratuito, sistema de bicicletas compartilhadas e também cozinha compartilhada.

“O nosso carro-chefe é o aplicativo do bairro, o Planet App, que você pode baixar gratuitamente, e mostra o painel de controle da cidade. Com ele, temos possibilidades para os moradores criarem grupos de segurança, venderem produtos e serviços. Nossa intenção é justamente usar a tecnologia como meio para melhorar o dia a dia das pessoas”

Susanna Marchionni, CEO da Planet Smart City no Brasil

Vantagens econômicas

Para o arquiteto e urbanista Pablo Pablo, uma das grandes vantagens das cidades inteligentes é a geração de dados. “Inclusive, os moradores podem acessar esses dados e saber em que ponto podem otimizar suas demandas. A própria cidade também gera dados, que podem ser digitais ou analógicos, para que os órgãos responsáveis possam fazer previsões de melhoramento de infraestrutura, por exemplo. É possível ter atos concretos a partir de um planejamento em cima de dados reais. A vantagem disso é que tudo o que é utilizado na cidade pode ser otimizado. Com um aplicativo, por exemplo, se eu informo que coloquei o lixo para fora, as centrais que o recolhem traçam uma rota, o caminhão não precisa passar por todas as ruas da cidade. Isso traz otimização de tempo, gasolina, combustível fóssil, o próprio caminhão roda menos, precisando de menos manutenção. A questão da expansão da tecnologia nas cidades é a otimização, ter aquele recurso utilizado da melhor forma possível”, avalia.

As cidades inteligentes também trazem vantagens econômicas para o Estado com a geração de empregos. “Temos aqui no Brasil, agora, mais de 600 funcionários, e a maioria deles são locais. Isso significa impactar diretamente na economia da região. O mix funcional, ou seja, a integração entre residência e comércio, também significa gerar emprego com a possibilidade das pessoas morarem e trabalharem perto. Isso traz um impacto econômico muito forte, não somente nos municípios onde estamos trabalhando, mas para o Estado todo. Na Smart City Laguna, por exemplo, a gente pode gerar, dentro da cidade mesmo, empregos diretamente no mercado do comércio para quatro mil pessoas com a cidade funcionando. Já na Smart City Aquiraz sempre falamos mais de três mil empregos”, comenta Susanna Marchionni.

Distritos de inovação

A aposta na tecnologia como impulsionadora de desenvolvimento econômico também está presente no Ceará nos chamados Distritos de Inovação em Saúde, que são territórios voltados para a criação de novos negócios e serviços dentro da economia da saúde. Atualmente, o Estado possui três estratégias seguindo esse modelo, dentro do projeto Viva@Ceará: o Viva@Porangabussu, em torno da lagoa do Porangabussu; o Viva@Eusébio, em torno da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); e o Viva@Quixeramobim, em torno do Hospital Regional do Sertão Central (HRSC). Segundo Lia Parente, diretora de Planejamento do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor), “os três distritos devem trabalhar com produtos complementares dentro da área da economia da saúde, trazendo ganhos não só pelo aumento da renda da população daquele local, com o aumento de novas empresas e inclusão de jovens no mercado, mas também com a racionalização e a autonomia da própria saúde no Ceará”.

Ela pontua ainda que, a partir dos Distritos de Inovação, será possível explorar melhor as pesquisas da universidade, avaliando produtos que podem se transformar em bons negócios para o Estado. Com a implantação dos Distritos de Inovação em Saúde, aumentam as oportunidades de emprego e negócio para a própria comunidade da região.

“A inclusão de jovens dentro da economia da saúde, por exemplo, tem uma possibilidade de aumentar muito a renda média da comunidade. A área da saúde tem uma das maiores médias salariais do mundo. E trabalhar com esse valor médio salarial maior tem a tendência de conseguir trazer para elas uma condição de vida, de renda, muito melhor”

Lia Parente, diretora de Planejamento do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor)

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