O mundo está cada vez mais digitalizado. E isso tem sido notado inclusive quando o assunto é dinheiro, a partir do uso das moedas digitais, as criptomoedas. Circulando pelo mundo digital desde 2009, de acordo com Jefferson Teixeira de Souza, sócio-fundador da startup Lumen e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), as criptomoedas são […]

Criptomoedas: por que ficar de olho nesse mercado?

Por: Maria Babini | Em:
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O mundo está cada vez mais digitalizado. E isso tem sido notado inclusive quando o assunto é dinheiro, a partir do uso das moedas digitais, as criptomoedas. Circulando pelo mundo digital desde 2009, de acordo com Jefferson Teixeira de Souza, sócio-fundador da startup Lumen e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), as criptomoedas são “ativos digitais que simulam o que são as moedas chamadas governamentais ou fiduciárias. Elas têm o propósito de servir como meio de troca, de forma muito parecida ao que é o real, por exemplo, mas também têm sido muito usadas como reserva de valor. Ou seja, as pessoas compram na expectativa de valorização e vendas futuras. Então tem sido muito enxergada também como possibilidade de investimento”, explica.


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Logo no início de 2021, uma criptomoeda específica chamou atenção. O Bitcoin bateu recorde e chegou a valer US$ 40 mil na primeira quinta-feira (7) do ano. A moeda digital havia encerrado 2020 sendo cotada em U$S 29 mil. No Brasil, segundo dados da Cointrader Monitor, pelo menos 351 mil Bitcoins foram movimentados no ano passado, o que gerou a movimentação de R$ 53,3 bilhões (considerando o valor do Bitcoin no último dia do ano), o que resultou em uma valorização de 420% nos doze meses de 2020.

Principais criptomoeadas e seus valores-mercados

Mas essa euforia da alta também caiu com a volatilidade da moeda. Quatro dias depois, na segunda-feira (11), o Bitcoin havia registrado uma queda de 16% no acumulado em 24 horas. “A criptomoeda é um ativo muito interessante para se ter na carteira dentro de um controle de risco que envolve a diversificação. O que se sugere é que não se opere sem conhecimento técnico, sem conhecimento de onde se está investindo e com percentuais altos. É um ativo que você precisa considerar dentro de uma carteira daquele percentual de altíssimo risco. Ou seja: tem um grande potencial de ganho, mas também um risco de perda total”, pontua Jefferson Teixeira de Souza.

Oportunidades de investimento

Apesar dos riscos, há três meses, o administrador Bruno Camargo decidiu investir em criptomoedas. Durante esse período, seu ganho já chegou a 20%. “Como é algo bem volátil, é necessário acompanhar as notícias financeiras e avaliar sempre os gráficos, os chamados candles. Se bem estudado, esse tipo de investimento traz vantagens de ganho e liquidez diárias”, ele afirma. Atualmente, Bruno investe nas moedas digitais mais conhecidas, como Bitcoin, Ethereum, Litecoin, Bitcoin Cash e USD Coin, sempre acompanhando a validação do dólar. “O primeiro passo é começar a se informar e iniciar investindo pouco. Por exemplo, R$ 500 para começar a comprar e vender. À medida que nos tornamos mais confiantes, vamos colocando um pouco mais. Mas sempre sem comprometer as contas pessoais”, ele sugere.

“Quando a gente fala sobre o ponto de vista de investimento, por envolver uma tecnologia relativamente complexa, ainda é um tipo de ativo muito de margem de interesse de quem tem vocação tecnológica, como pessoas da área da computação ou que estão mais ligadas à inovação, empreendedorismo. Mas tem se popularizado”, avalia o professor Jefferson Teixeira. “Obviamente, é um ativo de altíssimo risco, de muita volatilidade. Mas, sem dúvida, vale a pena para ter uma carteira diversificada”, conclui.

Vantagens e riscos

Como moeda totalmente virtual, a criptomoeda traz algumas vantagens em relação à fiduciária. Segundo Jefferson Teixeira de Souza, “você consegue operar negociações de forma muito mais ágil, rápida e barata. Tem a facilidade de pagamento, de transferência de recursos, e ainda a simplicidade do uso de tecnologia dentro desse processo de transferência”, enumera.

“A moeda digital atual, como Bitcoin ou Ethereum, não é regulada pelo banco central de um país. Ela poderia ser, já que um país pode criar uma moeda digital. Mas essas não são ligadas a nenhum, elas foram criadas em um conceito inicial na lógica de não depender de regulação. E isso tem uma série de prós e contras”

Ênio Arêa Leão, economista

Para o economista, essa falta de regulação é o grande contra das criptomoedas. “Na nossa cabeça, as moedas deveriam ser reguladas pelos governos porque eles dão segurança de que elas vão ser honradas. Elas têm valor. Na medida em que a moeda não é regulada por um governo, e é feita toda de maneira sigilosa, ela dá essa despreocupação de que você não vai ser regulado, pelo menos, por nenhum poder, mas, por outro lado, existe a possibilidade de que a gente volte a ver dinheiro ilícito rodando”, pondera.

O futuro do comércio?

Dentro de um cenário cercado por compras virtuais, contas digitais e maior uso de cartões de débito e crédito, o economista Ênio Arêa Leão acredita que a moeda digital é irreversível. “A gente tem usado cada vez menos papel moeda. Mas a questão é: quem é esse regulador do dinheiro digital? A discussão relevante está aí. A gente acha que os governos ainda são importantes para cuidar dessa nossa reserva de valor. Moedas digitais já estão acontecendo e vão crescer muito. Agora, deixar de ser os governos que vão regular a moeda, aí eu acho um passo bem mais largo e é muito cedo para a gente falar ainda”, analisa.

“Do ponto de vista técnico de quem opera essas moedas, porque a gente faz produção de criptomoedas na nossa empresa, mas também do ponto de vista das oportunidades de investimento, é um mercado que vale a pena sim ser estudado, vale a pena ter na carteira de investimento”

Jefferson Teixeira de Souza, professor da UECE e sócio-fundador da startup Lumen

“Os potenciais para crescimento desse mercado são enormes. Se isso irá se consolidar ou não, só o tempo dirá. Mas para aqueles que querem diversificar seus investimentos, vale a pena o estudo”, finaliza o professor.

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