As parcerias público-privadas, as chamadas PPPs, assim como as concessões ganham força na captação de investimentos para Fortaleza na nova gestão da cidade, iniciada em janeiro de 2021. Cenário que abre uma janela de oportunidades para novos empreendimentos em diversas frentes, como energia e tecnologia. A proposta, segundo o atual secretário de Desenvolvimento Econômico do […]

Parcerias público-privadas e concessões atraem novos investimentos para Fortaleza

Por: Anchieta Dantas Jr. | Em:
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As parcerias público-privadas, as chamadas PPPs, assim como as concessões ganham força na captação de investimentos para Fortaleza na nova gestão da cidade, iniciada em janeiro de 2021. Cenário que abre uma janela de oportunidades para novos empreendimentos em diversas frentes, como energia e tecnologia. A proposta, segundo o atual secretário de Desenvolvimento Econômico do Município, Rodrigo Nogueira, é incentivar empresas privadas a investirem em matrizes energéticas limpas e sustentáveis para o meio ambiente. No campo das concessões, ele cita, por exemplo, os espigões ao longo da Avenida Beira-Mar. Segundo o secretário, esses espaços darão uma nova cara à cidade, fazendo com que o turismo ganhe cada vez mais escala pela atratividade gerada.


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“As PPPs e concessões são vitais nesse momento de retomada da economia. Temos nesse sentido algumas PPPs prontas para serem lançadas, que já foram estruturadas na gestão anterior, do prefeito Roberto Claudio, e, em virtude da pandemia, precisaram ser adiadas, ao exemplo da PPP de eficiência e geração de energia para as 520 escolas do município e outra que atenderá mais de 180 equipamentos da secretaria de saúde e das unidades 1 e 2 do IJF. Esses programas têm a projeção de gerar uma melhor manutenção elétrica dentro desses equipamentos, além de uma economia em torno de 15% do custeio de energia”

Rodrigo Nogueira, secretário da SDE de Fortaleza

No que tange às concessões, ainda no primeiro trimestre deste ano, a pasta pretende lançar a modalidade para os espigões da Avenida Beira Mar, contemplando o espigão localizado ao final da Avenida Rui Barbosa e o da Avenida Desembargador Moreira. De acordo com o doutor em economia e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Gildemir Silva, estudioso em indústrias de rede com foco em infraestruturas, Fortaleza é bastante atrativa para os investidores em energia, turismo e ainda transportes.

“Incorporando os aspectos tecnológicos existentes e tendo em vista as formações na área que dispomos no Ceará, existe um potencial muito bom para a implementação de serviços globais em tecnologia. Não só para o desenvolvimento de aplicativos, mas também em termos de infraestrutura e de mercados regulados. Nesse aspecto, as PPPs podem ser alavancadoras de infraestruturas para prover esses serviços”

Gildemir Silva, doutor em economia e professor da UFC

O professor ressalta que Fortaleza poderia abrigar uma série de parcerias a fim de compatibilizar os interesses da administração pública municipal com o setor privado. “Poderíamos ter PPPs para conexões de internet, podendo esses empreendimentos estarem associados à rede de cabos submarinos que chegam à cidade. Outra possibilidade seriam as PPPs para postos de abastecimento de carros elétricos e híbridos, incluindo aí o sistema de veículos compartilhados que já existe em Fortaleza. Desse modo, os pontos de abastecimento seriam mais bem distribuídos pelos bairros, com tecnologia desenvolvida por uma empresa privada”, aponta.

FOTO: Embratur/ Divulgação

Ao mesmo tempo, Silva destaca as PPPs voltadas para o sistema de transporte coletivo. “Fortaleza tem um sistema de transportes público bem intenso, que poderia migrar para transporte híbrido, movido a energia elétrica. Isto demandaria o apoio da iniciativa privada, tanto para desenvolver a tecnologia como para promover as primeiras linhas”, fala. Outro setor relevante, complementa o economista, seriam as PPPs que associassem o turismo com a preservação do meio ambiente. “Poderiam ser incluídos nesse aspecto os parques do Cocó e da Sabiaguaba”, avalia.

Gildemir Silva ressalta que todas essas parcerias entre o público e o privado resultariam na atração de outros tipos de investimentos correlatos, a exemplo de indústrias em polos próximos, como o Pecém e o Eusébio, para fabricação de equipamentos para esses fins. “Uma fábrica de carros híbridos seria um bom exemplo”, expõe.

Empreendedorismo tecnológico

Ainda entre as modalidades de captação de investimentos para a capital cearense, o secretário Rodrigo Nogueira aponta as ações visando o fomento ao empreendedorismo tecnológico por meio de Hubs, cuja dinâmica imprima foco em eixos indispensáveis para o desenvolvimento de Fortaleza.

“Essas ações vêm aliadas aos incentivos fiscais correlatos ao setor, tais como os regulamentados à requalificação da Praia de Iracema e ao Programa de Apoio a Parques Tecnológicos e Criativos de Fortaleza (Parqfor)”

Rodrigo Nogueira, secretário da SDE de Fortaleza

O Parqfor tem como objetivo incentivar o desenvolvimento sustentável econômico e tecnológico do município por meio de apoio aos empreendimentos que desenvolvam atividades econômicas de base tecnológica e criativa, instaladas nas áreas de incentivo do Programa, tais como as Áreas Parques, Zonas Especiais de Dinamismo Urbano Social (Zedus) e as Instituições de Ensino Superior conveniadas. A ideia, segundo a Secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico, é que Fortaleza possa gerar novos ambientes para abrigar empresas inovadoras e criar empregos mais qualificados para a população.

Atualmente, o Parqfor possui oito Instituições de Ensino Superior conveniadas, além de quatro áreas declaradas como áreas Parques Tecnológicos e Criativos ou incentivadas (Praia do Futuro, campus e entorno da Universidade Estadual do Ceará, Centro e Francisco Sá), além de nove empresas inscritas no Programa, conforme dados da SDE de Fortaleza.



Tripé econômico

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico do Município, o futuro da economia de Fortaleza está balizado em um tripé: economia dos bairros, turismo e tecnologia.

“Nesse sentido, me reporto a projetos como o Meu Bairro Empreendedor, o qual identifica, em cada bairro, a principal rua do comércio e, a partir dessa análise, fazemos uma obra de requalificação da via, para receber o equipamento público onde será concentrada toda a capacitação e assessoria aos empreendedores do respectivo entorno, gerando renda e empregos em todas as regiões da cidade”

Rodrigo Nogueira, secretário da SDE de Fortaleza

Segundo o secretário, até o fim da atual gestão, pretende-se ter um total de dez bairros atendidos, dando maior capilaridade ao projeto que hoje funciona em apenas dois bairros. Outro ponto relevante para economia municipal, acrescenta Nogueira, é o turismo. “Afinal somos uma das cidades mais belas e visitadas do Brasil, cuja vocação nos permite explorar e impulsionar a atratividade do eixo em benefício da população”, avalia.

Nesse contexto, ele destaca que serão empreendidas ações focadas na criação de equipamentos públicos, como a concessão dos espigões, anteriormente mencionada, e as concessões já operacionalizadas, a exemplo do Mercado dos peixes e do Largo dos Tremembés, na Praia de Iracema. “Também será feito, em parceria com a Regional II, um amplo programa de qualificação profissional voltado à capacitação de todos os profissionais atuantes na Beira Mar e nos locais mais visitados pelos turistas”, fala.

Fechando o “tripé econômico”, o eixo tecnologia será outro foco da atual gestão, cujo propósito, ao longo dos próximos quatro anos é qualificar mais de 50 mil profissionais para área, por meio do programa de qualificação Fortaleza Digital, desenvolvido em conjunto com a Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação (Citinova), associado aos incentivos fiscais regulamentados para o setor.

Câmaras setoriais

Em relação à parceria com o setor produtivo da cidade, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Fortaleza reforça sua importância para a discussão dos projetos. “A SDE, nesse sentido, já vem estudando a criação de câmaras setoriais voltadas aos mais diversos segmentos, com o auxílio de alguns parceiros e entidades de classe, por meio das quais aprofundaremos os debates ao longo dos meses subsequentes. As portas da Secretaria estarão sempre abertas para qualquer empresário que queira contribuir com a gestão, seja ele de pequeno, médio ou grande porte”, afirma.

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