Quem investe em ações na bolsa de valores em qualquer lugar no mundo sabe que este sensível mercado é alimentado por expectativas positivas e negativas. Ao menor sinal de risco, os ativos financeiros buscam proteção para evitar perdas, da mesma forma que na situação inversa, quando o dinheiro é atraído por perspectivas de bons negócios. […]

Mercado de ações se recupera e segue otimista em manter crescimento

Por: Gladis Berlato | Em:
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Quem investe em ações na bolsa de valores em qualquer lugar no mundo sabe que este sensível mercado é alimentado por expectativas positivas e negativas. Ao menor sinal de risco, os ativos financeiros buscam proteção para evitar perdas, da mesma forma que na situação inversa, quando o dinheiro é atraído por perspectivas de bons negócios. O episódio da Covid-19 confirmou esta lógica e a pandemia se tornou uma das variáveis diretas de curto prazo atormentando a vida de analistas e investidores. Como tem sido a recente mudança de comando na Petrobras, que vai passar, garantem analistas, mas fragiliza a confiança dos investidores.


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Basta um rápido olhar na performance das principais ações negociadas em um ano de pandemia para perceber a curva que se forma a partir do que se chama bom ou mau humor do Mercado, que viu na vacinação um marco positivo levando o segmento a retomar o caminho da recuperação. Agora, a dúvida é saber se e quando todos estarão protegidos para que a economia volte ao seu rumo e as aplicações sigam seu curso, de preferência ascendente.

“O ritmo do processo de vacinação determinará o desempenho das aplicações em ações neste ano”

Delano Macedo, sócio-fundador da CDP Capital

Delano, como seus colegas especialistas em finanças acompanhou o tombo de 45% da bolsa em março, quando registrou o pior resultado de sua história. O desenho da curva em 2020 pode ser facilmente imaginado. O volume negociado em janeiro e parte de fevereiro ficou em 119 mil pontos, o que animou os investidores no início do novo ano.

Na avaliação do economista Sérgio Melo, da SM Consultoria, assim como a queda foi forte e rápida, a recuperação também foi. Março chegou com péssimas notícias, mas abril mostrou uma certa estabilidade com registro de 80 mil pontos, o que foi confirmado em maio e junho, alcançando 100 mil pontos em julho e agosto. E novembro também trouxe alívio aos agentes deste mercado com um crescimento de quase 16%. O movimento positivo se deve não só à descoberta das vacinas, mas à mudança de rumos na maior economia do mundo, os Estados Unidos, com a posse de Joe Biden, que trouxe alento a todas as bolsas internacionais.

Embora não vislumbre no radar de curto prazo algo que traga maior segurança na questão da vacinação, Sérgio Melo atribui esta performance favorável ao excesso de liquidez. Apesar das incertezas, 2020 não foi cancelado no calendário dos negócios. Exatas 28 empresas abriram capital, caso das cearenses Pague Menos e Aeris Energy, que se juntaram ao clube integrado por M.Dias Branco, Enel, Banco do Nordeste, Grendene, Arco Educação e Hapvida.

“E novas emissões devem ocorrer em breve”, antevê ele, dizendo que “para quem tiver uma boa marca e um produto de qualidade, a hora de abrir capital e entrar nesta prateleira é agora”

Sérgio Melo. sócio e diretor da SM Consultoria

O mercado de capitais, a seu ver, tende a continuar crescendo pelo menos até meados de 2022, juntamente com outros ativos como ouro. Está em avaliação pela Comissão de Valores Mobiliário o pedido de 33 empresas brasileiras para a realização de ofertas públicas iniciais (IPO). E a intervenção na Petrobrás? “É episódica”, resume.

Sobre a troca da presidência da Petrobrás com queda no valor das ações girando em torno de 20% perdendo mais de R$ 100 bilhões no valor de mercado, o presidente da Associação Brasileira de Agências Regulação (Abar), Fernando Alfredo Franco, também entende como um acidente, um ponto fora da curva.

“Embora tenha trazido enorme insegurança a investidores nacionais e internacionais, a Companhia é maior do que a intervenção do governo e voltará a crescer”

Fernando Alfredo Franco, presidente da Abar

Ele acredita que o presidente Bolsonaro, diante da independência do comando anterior da estatal, se viu acuado e reagiu também pela possibilidade de uma nova greve dos caminhoneiros que paralisaria o País. A preocupação do mercado, agora, está voltada à ameaçada intervenção no mercado de energia. Para Jackson Soares, diretor de investimentos da Fortus Capital, integrante da Fortus Group, a intervenção em estatais e em preços administrados é preocupante porque quebra o principal pilar de confiança com o mercado e a liberdade econômica tão defendida pelo ministro Paulo Guedes.

“São fatos que desorganizam o mercado que tende a retomar seu caminho e continuar crescendo”

Jackson Soares, diretor de investimentos da Fortus Capital

Novos investidores

O fato inusitado no emblemático ano de 2020 ficou por conta dos novos investidores. Foram mais de três milhões de novos CPFs somando aplicações da ordem de R$ 424 bilhões. Foram exatos 3,23 milhões novos investidores na B3, a bolsa paulista. Trata-se de um volume nada desprezível de pessoas que vislumbrou o mercado de ações como uma oportunidade de rentabilizar seu capital e fugir da acanhada taxa Selic de apenas 2% ao ano, o menor patamar histórico. Para se ter uma ideia, este número de entrantes é quase 50% a mais do número de 2019 quando o interesse de pessoas físicas começou a aparecer mais fortemente neste mercado.

Analistas têm dúvidas, agora, de estimar o comportamento desses investidores  em um ano, quase com o primeiro trimestre fechado, ainda sem definição de orçamento federal, com PIB em queda e desemprego e inflação em alta.

Bolsa de valores brasileira

Com 400 empresas listadas e 128 anos de existência, a bolsa de valores brasileira, ex-Bovespa, que agora atende pelo nome de B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), foi palco em 2020, da estreia de 27 companhias que abriram capital.  Nela transitam ativos de relevância como Vale, Petrobras, Itau Unibanco, Ambev, Bradesco e Cielo, entre tantas marcas de referência e que em valor de mercado somam algo em torno de US$ 850 bilhões.

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