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Indústria de polpa de frutas cearense é otimista com crescimento

Quando a saúde entra em pauta, existe um setor que começa a ganhar destaque: o da alimentação saudável. E é justamente nesse segmento que a indústria de polpa de frutas do Ceará vem encontrando espaço nos últimos meses dentro e, até mesmo, fora do Estado. “O segmento de polpa de fruta vem crescendo até mais do que os produtos convencionais de sucos de frutas. E, hoje, a gente exporta mais de 50% da nossa produção. O restante fica mais no mercado nacional, atendemos mais às Regiões Norte e Nordeste do Brasil. Em linhas gerais, o mercado de polpa de frutas está se desenvolvendo bem mais que o mercado de suco de fruta, por isso a gente aposta mais nesse produto”, comenta Paulo Wagner, diretor executivo da Indústria Marasuco.


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De acordo com Paulo Wagner, o Ceará vende polpas de frutas para mais da metade dos estados do Nordeste, pois o Estado tem em torno de 140 empresas no ramo de conservas, fabricação de sucos e concentrados também. “Dessas empresas, 48% estão na Região Metropolitana e 52% estão no restante do estado. Aqui, nós temos seis polos de produção”, comenta.

O impacto econômico positivo dessa indústria pode ser sentido através da geração de empregos e rendas. “A empresa Nossa Fruta, por exemplo, gera um impacto social para mais de 600 famílias em vários estados do Nordeste. Estamos hoje com, aproximadamente, 400 colaboradores, sendo que praticamente cerca de 250 estão dentro do Ceará”, conta João Nogueira, diretor de logística e marketing comercial da empresa Nossa Fruta.

“Hoje, somos aproximadamente 30 indústrias sindicalizadas junto ao Sindicato das Indústrias da Alimentação e Rações Balanceadas do Estado do Ceará (Sindialimentos). São cerca de 80 colaboradores, entre internos e externos. Se juntarmos isso com a produção de campo, vai para quase 100 colaboradores”, completa Benício Júnior, sócio-diretor da Frutã. “Há benefícios desde o setor primário, com a compra das frutas, ajudando os produtores”, destaca.

Impactos da pandemia

Paulo Wagner destaca que, considerando o contexto de pandemia, mercados de polpa de frutas que tinham forte atuação em atendimentos de licitações, como merenda escolar, ou empresas que atendem a restaurantes e lanchonetes sofreram um impacto econômico maior. Já para a maioria das empresas, que têm uma distribuição voltada para o varejo, o segmento não teve um rendimento ruim em 2020. Mas passou por outros desafios causados pelo coronavírus. “Algumas empresas tiveram problemas operacionais com funcionários com suspeita de Covid-19, que precisaram ser afastados para cumprir uma quarentena, por exemplo”, ele explica.

João Nogueira aponta outros movimentos que também atingiram o setor. “Houve uma mudança de hábitos de consumo. À medida que passaram mais tempo em casa, as pessoas aumentaram o hábito de consumir sucos. Isso foi muito influenciado pela busca do aumento da imunidade, a busca por ter uma alimentação mais saudável. E a maioria das polpas de frutas, por não terem aditivos, corantes ou conservantes, preservam praticamente todos os nutrientes. Medidas de redução do impacto da pandemia na economia, como o auxílio emergencial, também ajudaram muito o aumento do consumo no setor alimentício”, ele ressalta.

Perspectivas para o setor

Benício Júnior, sócio-diretor da Frutã, comenta que a perspectiva de exportação para 2021 já começou bem positiva e deve superar as expectativas. Ele acredita que, mesmo com o mercado interno desafiador, a perspectiva é de crescimento nos próximos meses para o segmento.

“Exportamos hoje para Porto Rico, Estados Unidos, Emirados Árabes, Alemanha e outros países. Já estamos acima da meta projetada para exportação. O mercado interno, por sua vez, está um pouco abaixo da meta projetada, mas é um pouco mesmo. Não é tão significante e, com a perspectiva de abertura de novos canais, é muito provável que a gente até supere a meta projetada no decorrer do ano”

Benício Júnior, sócio-diretor da Frutã

Paulo Wagner também concorda com as possibilidades de crescimento da indústria de polpas de frutas no Ceará, já que o mercado tem sido bem dinâmico.

“Aqui, nós temos uma grande quantidade de polos de produção de frutas em nosso Estado. De 184 municípios do Ceará, 64 têm uma produção de fruticultura. Temos mais de 45 mil hectares dessa produção. E todas essas frutas podem ser beneficiárias de nosso Estado, abastecendo tanto o mercado interno, quanto o externo”

Paulo Wagner, diretor executivo da Indústria Marasuco

“2021 vai ser um ano com mais desafios porque toda a cadeia de suprimentos, em geral, teve aumento: desde a matéria prima da fruta, com aumento do custo de produção, até o, consequentemente, aumento do custo de distribuição. Tivemos um aumento de 28% de combustíveis, por exemplo. E tudo isso impacta e torna o desafio maior”, aponta João Nogueira. Mas ele reforça que a expectativa de crescimento para o mercado externo está muito otimista.

“O mercado externo está mais avançado que o Brasil em relação à vacinação, por isso, deve haver um aquecimento nas exportações a partir do segundo semestre, com o índice de vacinação maior e as economias retomando atividades. Em resumo: temos um cenário positivo, com esse desafio do aumento dos custos, e ainda a possível migração do público consumidor para fazer compras mais inteligentes” 

João Nogueira, diretor de logística e marketing comercial da empresa Nossa Fruta
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