2021 é um ano extremamente importante para a Enel Ceará. Foi o que apontou Marcelo Puertas, responsável de operações da empresa, em coletiva nesta quarta-feira, 14, ao anunciar o investimento de, aproximadamente, R$ 1 bilhão na transformação da rede elétrica cearense, valor com quase R$ 90 milhões a mais do investido em 2020. O recurso, segundo ele, prevê a inauguração de cinco subestações em 2021, localizadas nos municípios de Ibiapina, Granja, Jaguaruana, Paracuru e Itarema, beneficiando mais de 150 mil clientes em todas essas regiões.
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“Essas subestações trazem benefícios ao sistema elétrico de todo o Ceará, propiciando uma flexibilidade operativa muito grande e um ganho de capacidade de energia. O cliente final vai perceber a qualidade no fornecimento de energia e, quando houver alguma falta, um restabelecimento ainda mais rápido”
Marcelo Puertas, responsável de operações da Enel Ceará
A transformação da rede elétrica apresentada pela Enel Ceará em 2021 contará com a construção de 200 km de linha de distribuição de alta tensão, com uma extensão semelhante à distância de Fortaleza e Icapuí, na divisa com o Rio Grande do Norte. Alguns dos municípios beneficiados serão Maracanaú, Amontada, Itapipoca, Paracuru e Sobral. Além disso, também está prevista a instalação de um novo alimentador em Jericoacoara, interligado ao município de Cruz, com potência de 1.17 MW e mais de 500 postes e 30 km de média e baixa tensão.
Marcelo Puertas compartilhou ainda que serão realizadas 57 mil manutenções no Ceará, representando um aumento de cerca de 130% em relação ao ano de 2020. “Vamos realizar também 418 mil podas de árvores em todo o Estado, árvores essas que estão na iminência de toque com a rede elétrica, podendo causar algum curto-circuito, algum problema de desligamento. E isso representa um aumento de 50% em relação ao ano anterior. Toda essa poda é feita e regulada por nossos engenheiros ambientais”, comentou.
No aspecto da tecnologia e inovação, a Enel Ceará prevê a instalação de 400 novos equipamentos de telecontrole de religadores automáticos. Atualmente, o Estado possui cerca de quatro mil equipamentos desse tipo. “O telecontrole são chaves automáticas que nós conseguimos manobrar de dentro do centro de operações aqui em Fortaleza, em qualquer lugar do Estado, através do sistema GPRS ou até satélite. Através do telecontrole, é possível manobrar a rede e fazer intervenções sem a necessidade de enviar um técnico em campo, o que agiliza o restabelecimento de energia em caso de necessidade”, avalia Marcelo.
Outro destaque apontado para 2021 foi a inauguração da obra do Centro de Treinamento para capacitação dos eletricistas da empresa na Barra do Ceará. Realizada em parceria com o Senai, ela deve ser inaugurada em julho. A ideia do projeto é habilitar os profissionais para operar nas redes de distribuição.
Os impactos econômicos gerados a partir do setor de distribuição de energia elétrica, como é o caso da Enel Ceará, são bastante relevantes. Nicolino Trompieri, coordenador de contas regionais do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) e professor de Economia da Universidade de Fortaleza (Unifor), exemplifica o papel da distribuição de energia para os sistemas produtivos da economia.
“Quando você investe na qualidade e no aumento da distribuição, isso aumenta o número de consumidores e, dentro desses consumidores, teremos o consumo industrial e o residencial. O consumo industrial vai aumentar a produção na economia. Com o residencial, o Governo arrecada impostos com a parcela do ICMS com a energia elétrica. E essa parcela é importante dentro da arrecadação tributária do Estado: representa 13% da arrecadação total do ICMS”
Nicolino Trompieri, coordenador de contas regionais do Ipece
Outro fator importante destacado por Nicolino é a qualidade da energia. Quando se tem uma rede que mantém uma tensão constante, isso evita picos que possam prejudicar domicílios ou indústria com a queima de eletrodomésticos ou equipamentos industriais. A falta de energia também é outro fator que impacta a economia, com a perda de produtividade, especialmente por ela depender muito do uso da internet e da comunicação como nos dias atuais.
Sobre o reajuste tarifário no Estado, previsto para as próximas semanas de abril, Marcelo Puertas esclareceu que o regulamento da medida é realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “A Enel Ceará também está na expectativa desse reajuste. A gente não sabe o que a Aneel vai definir para 2021, porém, o reajuste médio do ano passado foi na casa de 3,94%”, pontuou. Em relação à postergação, também usando 2020 como referência, o responsável de operações da Enel destacou que o reajuste, apesar de ter sido feito em abril, só começou a valer a partir de julho.