Com a inserção da tecnologia no nosso dia a dia, o mercado de trabalho já apontava novas tendências para o futuro. Com o impacto provocado pela pandemia, no entanto, esse processo de transformação digital necessitou ser acelerado, fazendo com que novos profissionais do futuro apareçam mais rapidamente.
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Cris Martins, coordenadora de Educação Executiva do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) Ceará, aponta que, atualmente, existem dois tipos de profissionais. Ela destaca os que estão acompanhando essas mudanças e procuram se desenvolver. E, por último, os que não acompanham esse movimento e pensam que as pessoas serão substituídas pelas máquinas. O profissional que vai se destacar é exatamente o que vai conseguir usar competências comportamentais a seu favor. Ele faz o que a máquina não entrega, em resumo.
“O profissional do futuro vai dar espaço para hábitos que podem ser automatizadas. Já os que não puderem, ele vai estar preparado para desenvolver”.
Cris Martins, coordenadora de Educação Executiva do IEL
Diego Platini, CEO da Youfy, também compartilha o mesmo pensamento. Ele acredita que as empresas vão contratar mais e as pessoas terão um salário melhor.
“Essa onda de automatização gera muito mais empregos do que elimina. A grande questão é que não estamos investindo o suficiente para preparar os profissionais do futuro para essas novas oportunidades. Temos um problema no nosso modelo educacional”.
Diego Platini, CEO da Youfy
Para Diego, os empregos não vão ser perdidos e vão se transformar em algo diferente. A questão é se estamos preparados para esse algo diferente ou não. “E essa preparação está na educação”, completa. A Youfy é uma empresa que produz robôs aptos a executar atividades rotineiras que acontecem em meio virtual e simulam a ação humana.
Transformação digital e pandemia
Diego Platini conta que a pandemia foi um divisor de águas para a Youfy. “A pandemia foi um acelerador de demandas para nós. As empresas se viram obrigadas a partir para essa automatização, essa transformação digital. O mercado tecnológico foi impactado com um crescimento de demandas”, aponta.
Para Vitor Silvério, Gerente de Parcerias Estratégicas da Robert Half, a pandemia veio para modificar muito da rotina de trabalho. E, dentro desse contexto, o profissional do futuro é aquele que consegue melhorar as suas hard skills (habilidades técnicas) dependendo das qualidades que o mercado exige.
“Falando de hard skills, o que a gente tem percebido é que os profissionais têm aprendido a ter uma adaptabilidade, uma resiliência maior. E, apesar de serem técnicos, eles precisam pensar para solucionar um problema da empresa”.
Vitor Silvério, Gerente de Parcerias Estratégicas da Robert Half
Profissionais do futuro
Vitor Silvério continua apontando que o profissional do futuro vai ser o que não fica apenas dentro da sua área, mas, sim, aquele que vai usar tudo para automatizar e se adaptar com resiliência para cenários distintos, como esse da pandemia.
Para ele, a nova geração não está ligada em uma empresa que simplesmente pague bem, mas a uma empresa que faça o bem para a sociedade. Destaca a sigla ESG, que envolve os termos ambiental, social e governança, como norte para as empresas que almejam espaço nesse novo mercado de trabalho. “Uma empresa cujo objetivo esteja conectado ao ambiental e social, uma empresa que esteja engajada em termos de diversidade e inclusão, uma empresa que esteja engajada em melhorar o ambiente ao seu redor, é hoje uma empresa que retém mais profissionais”, completa.
Cris Martins, coordenadora de Educação Executiva do IEL Ceará, completa que o profissional do futuro tem que ser o protagonista da sua trilha de carreira, praticar a heutagogia, assumindo a responsabilidade pelo seu desenvolvimento. “As informações, que são muitas, estão ao alcance de todos. Por isso, é preciso direcionar a sua busca pelo conhecimento e ir em frente”, finaliza.