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Primeiros contratos do Ceará Credi vão ser assinados hoje, 19

Depois da criação do programa, em abril deste ano, e da oferta de cursos de capacitação para os interessados em acesso ao crédito, iniciados em junho, começam a ser assinados os primeiros contratos por meio do Ceará Credi – programa de crédito produtivo do Governo Cearense, cujo objetivo é fomentar o microempreendedorismo em todo o Estado.


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A expectativa é de que nesta segunda-feira, 19, sejam reunidos microempreendedores, com representantes de cada uma das regiões do Ceará, a fim de oficializar a contratação e o aporte dos primeiros recursos. A meta inicial é atender 30 mil microempreendedores e trabalhadores cearenses com financiamentos que variam de R$ 500,00 a R$ 5.000,00, totalizando R$ 100 milhões aplicados em 2021.

Dados já divulgados pela Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), ligada à Secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), apontam que, até o momento, o programa recebeu mais de 30 mil cadastros, os quais estão gradativamente sendo analisados para aprovação. O processo de análise de crédito e aprovação é realizado por analistas distribuídos em 45 postos de atendimento em todo o Ceará.

De acordo com a Adece, a maior demanda por recursos por meio do Ceará Credi tem sido, até agora, dos setores de comércio e serviços, com destaque para crédito para obtenção de capital de giro e investimentos. Sendo que 20% das pessoas cadastradas são para abrir novos negócios e 80% para fomentar negócios já existentes.

Retorno para a economia do Ceará

Segundo Gildemir Silva, doutor em Economia e professor de Finanças da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade (FEAAC), da Universidade Federal do Ceará (UFC), o Ceará Credi, da forma como formatado, traz importantes resultados para a economia estadual.

“Primeiramente, porque o microcrédito gera melhor retorno do que créditos grandes, pois melhora o capital de giro, diminuindo a inercia de pequenos negócios, uma vez que o setor vinha parado há bastante tempo. Dessa forma, esses empreendedores começam a operar mesmo não tendo demanda. Daí, com a demanda surgindo, as empresas que estão operando, consequentemente, atenderão uma demanda que está frustrada, mas que pode vir a se recuperar com o avanço da vacinação contra a Covid-19, entre outros fatores”

Gildemir Silva, doutor em Economia e professor de Finanças da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade (FEAAC), da Universidade Federal do Ceará (UFC)

Um segundo ponto, “de extrema importância”, avalia o professor, é o uso da tecnologia para cadastrar microempreendedores mediante a captação de recursos de investidores. “Isso é inovador no setor, pois, na verdade, o governo não está se endividando para fazer fomentar o crédito produtivo e, sim, fazendo a ponte entre o setor produtivo e o setor de investimentos, ou seja, os investidores. O que é muito válido, pois temos visto ações desse tipo na iniciativa privada, mas é inovador para a iniciativa pública no Brasil. Por aqui eu ainda não vi nada igual, embora já tenha observado em outros países”, expõe.

Silva, refere-se ao fato de o Governo do Ceará estar prospectando investidores, principalmente aqueles com interesse em ações de impacto social, dado que o Ceará Credi tem um forte componente de inclusão produtiva e financeira.

Modelagem do programa

Em matéria publicada pela Trends CE em junho deste ano, segundo a diretoria de Economia Popular e Solidária da Adece, a tecnologia a ser utilizada na implantação do Ceará Credi é um dos diferenciais do programa, que pretende “bancarizar” os beneficiados com a criação de contas digitais.

A modelagem está atrelada a um aplicativo de meios de pagamento totalmente digital, que permite a inclusão bancária desses empreendedores. A ideia é fazer com que o capital chegue na base dos empreendedores e que o dinheiro circule no próprio município dessas pessoas.

Outro diferencial do programa é a oferta de capacitação empreendedora e de educação financeira para os inscritos por meio de uma plataforma digital. São pequenos cursos modulados, com vídeos de fácil linguagem, permitindo uma melhor organização e planejamento dos negócios e das finanças, com o objetivo de potencializar ainda mais o impacto da concessão de crédito.

E o Ceará Credi inova ainda ao conceder um bônus de adimplência de 10% sobre as parcelas pagas em dia, que é depositado em um conta poupança digital, a qual o empreendedor só vai ter acesso após o vencimento da operação (contrato). Isso faz com que além da educação financeira, haja o estímulo à poupança da família.

Já os empréstimos não contarão com juros no ano de 2021 e microempreendedores (formais e informais), trabalhadores autônomos dos diversos segmentos de produção, artesanato, comércio e serviços, inclusive empreendedorismo social e cultural, podem pleitear o crédito. Estão inclusos ainda agricultores familiares que desenvolvam negócios não agrícolas no meio rural, como o beneficiamento da produção.

Capacitação

Os cursos de capacitação para interessados em empréstimo por meio do Ceará Credi seguem disponíveis na plataforma online do Ceará Credi. Entre os temas ofertados, são obrigatórios para quem deseja iniciar uma atividade produtiva os cursos “Desvendando o crédito” e “Ceará Credi – Ajudando você a pensar no seu negócio”.

Após as aulas, o empreendedor receberá um certificado digital e seguirá com o cadastro para a etapa de agendamento por um agente de crédito.

Outros cinco cursos opcionais foram adicionados à plataforma virtual e seguem abertos a todos os empreendedores. São eles: “Como organizar suas finanças em crise”, “Por que você e todo mundo pode empreender”, “Como cuidar do dinheiro do negócio”, “Formalização para mulheres empreendedoras” e “Marketing digital para mulheres empreendedoras”.

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