A colheita da safra de algodão do Ceará está prevista para até o fim do mês de setembro. Retomar a produção é resultado de mudanças na realidade dos campos no estado, que já foi um dos maiores produtores do País há cerca de três décadas.
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Segundo Daniel Olinda, diretor institucional da Nova Agro, localizada na Chapada do Apodi, em Tabuleiro do Norte e Limoeiro do Norte, a empresa entrou como compradora do algodão dos produtores cearenses que tinham o programa de modernização da cotonicultura do Ceará.
Chegando ao terceiro lugar de maior produção do país e ao primeiro do Nordeste nos anos 1980, antes da praga do bicudo, o Ceará ocupou o posto devido às condições de solo e clima que favorecem o crescimento do algodão.
Os investimentos em tecnologias e manejo propiciam melhorias para o estado que apresenta condições favoráveis para a plantação. Por meio do Programa de Modernização do Algodão do Governo do Ceará, executado pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), em parceria com Embrapa, Centec, Ematerce e instituições ligadas ao setor, desde 2019, os agricultores são estimulados a voltarem ao plantio.
“Em 2019, foi a nossa primeira safra e a gente implantou, neste ano, 1300 hectares de forma tecnificada, trazendo o que tem de melhor em equipamentos com GPS, piloto automático, agricultura de precisão. Também trazendo o que tem de melhor disponível no mercado e em manejos, além de um engenheiro agrônomo experiente. E ano que vem a gente vai plantar três mil”, comentou o diretor da Nova Agro.
Na cidade de Tabuleiro do Norte está sendo colhida a primeira safra. Foram plantados cerca de 700 hectares em fevereiro deste ano, em área própria, e cerca de 600 com parceria. A colheita ainda nem foi concluída, mas já é possível afirmar que a produtividade será acima da média nacional, próxima a 300 arrobas por hectare.
Na região do Cariri, a produção de algodão de sequeiro apresenta resultados positivos nos últimos anos. Em 2018, foi estimado o cultivo de 30 hectares. O valor foi ampliado para 700 hectares em 2019. Já no ano de 2020 dobrou para 1.400.
Atualmente, o algodão é cultivado nas regiões de Tabuleiro do Norte, Chapada do Apodi, Iguatu, Missão Velha, Brejo Santo e Milagres. No ano de 2020 foram contabilizados 2.919 hectares. A previsão para 2021 é equivalente a 3.234 hectares. “Na primeira safra, que foi essa última, já tivemos produtividade semelhante à média nacional”, relatou o Daniel Olinda.
O Brasil tem se mantido entre os cinco maiores produtores mundiais, ao lado de países como China, Índia, EUA e Paquistão. Além de ocupar o primeiro lugar de produtividade em sequeiro.