Este ano, os efeitos da pandemia seguiram presentes no varejo. Razão pela qual, os estímulos às transformações e o surgimento de oportunidades continuaram pautando o cotidiano dos lojistas. Ainda mais diante das tendências previstas para o setor, que não só se confirmaram, como também devem trazer desdobramentos ao longo dos anos que virão. Mas afinal, o que 2021 representou na prática para o comércio, ou seja, que lições para o varejo ele deixou?
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Para responder a esta pergunta, a TrendsCE conversou com especialistas na área. Em comum, o que fica claro é que as empresas precisão estar preparadas para mudanças repentinas e somente aquelas que são ágeis e conseguem oferecer uma experiência de compra excepcional para o cliente serão capazes de conquistá-los e obter sucesso.
“Acredito que uma das principais lições para o Varejo que não só o ano de 2021, mas, na verdade, toda a pandemia até então nos deixou é que devemos estar preparados para o imponderável. Para aquilo que não se espera. Foi o que aconteceu em 2020 e durante este ano também, embora de forma menos impactante”, destaca o vice-presidente da Federação do Comércio no Ceará (Fecomércio CE), Cid Alves.
Conforme disse, a capacidade de adaptação também é algo que não se pode esquecer, assim como a importância das plataformas digitais. “Já bastante comuns nos segmentos de alimentação, notadamente bares e restaurantes, e medicamentos, agora, as plataformas digitais passaram a ser fundamentais para concretizar vendas em todos os segmentos do varejo”, explica.
Nesse contexto, apesar de não precisar de números, Alves afirma que, desde o ano passado, o volume de vendas por meio do comércio eletrônico vem crescendo sem precedentes, consolidando-se como um canal fundamental e complementar às lojas físicas. “É um caminho sem volta. O mesmo pode ser dito em relação aos pagamentos digitais, que avançaram bastante em 2021, representando menos custo para os lojistas, principalmente se consideramos o PIX. Dessa forma, daqui para frente a tendência é aprimorar cada vez mais essas ferramentas”, emenda.
O físico integrado ao digital: uma das principais lições para o varejo
Para o economista e especialista em varejo, Alex Araújo, uma das questões mais discutidas em 2021 e que fica como uma das principais lições para o varejo foi o movimento de integração das plataformas de comércio digitais com as lojas físicas. “É o que chamamos de ‘figital’, onde o físico se confunde com o digital, trazendo uma transformação profunda para o lojista e o consumidor”, expõe.
“Hoje, por exemplo, o consumidor gosta de fazer suas pesquisas e comprar on-line e, como deseja rapidez na entrega do produto, muitas vezes deixa para retirá-lo na loja física ao invés de esperar receber em casa. Portanto, essa integração para uma boa experiência de compra é fundamental”, justifica.
Outro aspecto que ficou claro ao longo desse ano é a relação entre o tamanho das lojas físicas e do estoque, ou seja, o mix de produtos disponível no local. De acordo com Araújo, “o varejista tem optado por espaços mais enxutos e com um portfólio de produtos mais gerencial na loja, dada essa integração com o comércio eletrônico”.
“Do mesmo modo que o consumidor pode comprar online e retirar na loja, ele pode comprar na loja, que, por contar com um estoque mais enxuto, acessa a plataforma digital, realiza a venda presencialmente, mas faz a entrega na casa do consumidor”, relata.
Nesse sentido, ele destaca o papel cada vez mais relevante que a logística ganhou nesse processo. “Não é à toa que muitas redes do varejo estão apostando em localizações estratégicas para os seus centros de distribuição a fim de que fiquem cada vez mais perto do consumidor”, complementa o economista ao afirmar que essas são tendências que só tendem a se aprofundar nos próximos anos.
Pagamentos digitais e a cultura da agilidade
Assim como Cid Alves, da Fecomércio CE, Araújo também reforça a consolidação dos pagamentos digitais na preferência do consumidor. “Essa é mais uma das lições para o varejo que vieram com o ano de 2021. Os pagamentos digitais continuarão a ser amplamente utilizados pelo cliente e o lojista precisa oferecer o máximo de opções. O Banco Central está trabalhando muito na regulação desses processos e mais mudanças devem vir por aí. Para se ter uma ideia, também poderemos ter o dinheiro no formato digital”, argumenta.
“Então, o comércio precisa estar preparado, pois tudo isso traz mais flexibilidade e praticidade para o consumidor que quer cada vez mais agilidade”, avalia. “Dessa forma, as respostas das empresas para o consumidor vão precisar ser cada vez mais rápidas, indo desde o contato inicial, passando pelo atendimento, venda, processo de pagamento até chegar na entrega. Somente com uma boa experiência na jornada de compra o lojista vai ser capaz de atrair e fidelizar o consumidor”, conclui Araújo.