Os jogos nas plataforma digitais podem reinventar as relações entre as pessoas, assim como tudo mudou quando surgiram os smartphones. (Foto: Freepik)

Metaverso: uma nova realidade dentro do mundo virtual

Por: Kim Belluco | Em:
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Viver em um mundo paralelo. O que antes era assunto de cinema, agora é realidade. O metaverso surgiu com a finalidade de fazer o espelhamento entre o mundo virtual e o real, com possibilidades infinitas e sem barreiras geográficas. É um local onde as pessoas podem interagir por meio de avatares 3D, tudo em realidade virtual aumentada. É um novo estilo de vida que vem ganhando mais adeptos pelo mundo.


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TrendsCE conversou com especialistas da área que explicaram o conceito do metaverso. Segundo Marcelo Rigon, diretor e fundador do estúdio Ilex Games – desenvolvedor de jogos eletrônicos –, essa nova realidade imitará a real, mas abrirá um leque de opções, tanto na realização de novos negócios como para a resolução de problemas.

“O metaverso é uma iniciativa que envolve diversas empresas que buscam a criação de um mundo digital centralizado que permita à população interagir sem limitações de deslocamento físico e nem com as mesmas regras. Como esse universo seria digital, acessível via computador, smartphone, óculos de realidade virtual ou de realidade aumentada, é um campo muito próximo ao que é produzido por empresas de jogos, o que torna essa indústria a mais apta a explorar essa nova criação. Além disso, toda a interação deverá ser gamificada para aumentar o interesse do público e mantê-lo conectado, além de ter jogos dentro dessa realidade também”, explicou.

Mas engana-se quem pensa que o metaverso é algo inédito. Apesar de a tecnologia ter avançado muito, a tecnologia está longe de ser a primeira iniciativa do tipo. Em 2003, algumas empresas também buscaram um ambiente semelhante, o que culminou na criação do famoso Second Life e um outro jogo um pouco menos conhecido, Project Entropia. Em ambos os ambientes digitais, o dinheiro digital tinha uma equivalência com o dinheiro real, sendo possível realmente ganhar dinheiro jogando. No entanto, diversas limitações da época impediram o crescimento dessas iniciativas.

“Os jogos nesta plataforma podem reinventar as relações entre as pessoas, assim como tudo mudou quando surgiram os smartphones e você passou a não depender mais de um telefone fixo para se comunicar. Com a interação em um ambiente 3D, as pessoas terão um sentimento de proximidade ainda maior do que em mensagens de texto, vídeo e emoticons. No campo profissional, a interação de pessoas com sistemas digitais que nada produzem de físico e, mesmo assim, tendo seu salário garantido pelo desempenho em uma aventura com seus amigos pode ser uma realidade se os jogos play to earn forem adotados pela sociedade. Por último, isso pode causar uma alteração irreversível em como pensamos a relação econômica entre países, pois teríamos uma economia digital que não segue regras de um Banco Central e na qual as compras e vendas podem ser feitas por todos em qualquer nação. Isso já é uma realidade com as criptomoedas, que alcançariam uma nova escala de uso ao ingressarem em jogos populares que serão lançados nesse mercado”, completou Marcelo Rigon.

Muitas empresas renomadas como Meta, Nike, Epic e NVIDIA estão investindo pesado nessa visão de futuro. Mais do que isso, muitas cidades e até mesmo países estão apostando no metaverso para resolver problemas públicos. Barbados, ilha do Caribe Oriental, por exemplo, está abrindo uma embaixada virtual na plataforma Decentraland.

“Imagine uma situação na qual você não precisa sair de casa para resolver um problema. Eu posso entrar em uma realidade virtual e esclarecer qualquer tipo de situação. A capital da Coreia do Sul está criando uma versão virtual da cidade para resolver todo tipo de assuntos públicos. É uma tecnologia fantástica, que pode abrir várias situações em volta dela”, afirmou Gino Matos, jornalista especializado em tecnologia e realidade virtual.

Gino citou também a importância do verbo ‘ter’ nesse tipo de situação. Na visão do jornalista, o sentimento de posse da população mundial fará o multiverso refletir diretamente na economia. Já ocorreu de uma pessoa comprar um terreno no multiverso por mais de US$ 2 milhões apenas para ‘morar’ ao lado do rapper Snoop Dogg.

“O ‘ter’ do ser humano é muito subjetivo. Isso mostra, de forma crua, a importância que o ser humano dá à propriedade. Se as pessoas vão viver, se vai ter essa realidade virtual onde você interage com outras pessoas sem barreiras geográficas, é normal que você queira um certo status. Os NFTs vão testar essa posse, tornar única aquela camisa de seu avatar, aquele tênis. É um investimento que ficará para o resto da vida. É um conceito muito novo você conseguir transferir a posse do mundo real para o mundo virtual. O jogo GTA é um exemplo. Cidade Alta fez uma parceria, na qual você comprava o carro no jogo e ganhava uma versão NFT, para quando o metaverso vier, você pode usar lá. Já estão pensando nisso. É surreal”, concluiu.

O metaverso ainda está em fase inicial, mas pode revolucionar o modo como vivemos e nos comportamos atualmente. Com uma internet de qualidade, o mundo virtual pode vir a se tornar realidade em algumas décadas. A Grayscale, maior gestora de artigos digitais do mundo, acredita que, em poucos anos, o metaverso se torne um mercado de US$ 1 trilhão, diante da comodidade e facilidade de resolver qualquer tipo de situação sem sair de casa, realizar sonhos e por não haver barreiras geográficas, permitindo se conectar com qualquer pessoa do mundo e conhecer lugares de uma forma diferente da tradicional.

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