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Especialistas apontam sustentabilidade como estratégia para eficiência da cadeia de suprimentos

Industrial port and container yard

A sustentabilidade passou a ser um critério de escolha do consumidor, ou seja, produtos e serviços que não tenham uma “pegada” sustentável deixam de ser prioritários para o consumo. Ademais, as leis e os regulamentos de diferentes países também constituem importantes direcionadores da sustentabilidade em cadeia de suprimentos.


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Entretanto, a adoção de práticas de sustentabilidade nas empresas não é algo trivial e que se efetua de um dia para o outro. Geralmente, é necessário ter, dentro da cadeia, uma empresa e/ou organização que atue como catalisadora desse processo e, ao mesmo tempo, adote mecanismos de governança que possam evidenciar a adoção dessas práticas.

A tecnologia constitui uma ferramenta-chave de governança, bem como de suporte para uma maior transparência das transações nas cadeias de suprimento. Tecnologias como Big Data e Blockchain, que estão associadas à chamada Indústria 4.0, são algumas daquelas que apresentam maior aplicabilidade na gestão das cadeias de suprimento.

“Logo quando surgiu (no final da década de 1990), o conceito de Supply Chain Management (SCM) – gestão da cadeia de suprimento – se restringia à questões financeiras (minimização de custo, aumento da lucratividade) e operacionais (melhoria da eficiência, da qualidade, diminuição dos tempos de entrega, entre outras). Com o passar do tempo, especialmente a partir do final da primeira década dos anos 2000, aspectos ambientais e, posteriormente, questões sociais, passaram a fazer parte do SCM, levando à gestão sustentável da cadeia de suprimento (SSCM – Sustainable Supply Chain Management)“, afirmou o Dr. Fernando Viana, professor adjunto do Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas (PPGA), da Universidade de Fortaleza (Unifor), instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz.

Supply Chain significa “Cadeia de Suprimento”, que reúne os processos de produção de uma empresa e suas relações com clientes e fornecedores, desde compra de materiais e insumos, seleção de fornecedores, desenvolvimento e fabricação de produtos, transporte de mercadorias e insumos, gerenciamento do fluxo diário de materiais e até mesmo a coordenação das interações entre fornecedores, distribuidores e clientes. Essa cadeia precisa ser gerenciada, daí o conceito de Supply Chain Management (gestão da cadeia de suprimento).

Existem diversas definições de SCM na literatura, mas segundo Mentzer et al. (2001): “A gestão da cadeia de suprimento é considerada uma coordenação sistemática e estratégica das tradicionais funções dos negócios e das táticas entre essas funções, dentro de uma empresa particular e entre as firmas de uma cadeia de suprimento, com o propósito de melhorar o desempenho de longo prazo das firmas individuais e da cadeia de suprimento como um todo”.

Fernando Viana ressalta ainda a importância de as empresas trabalharem com bons modelos de gestão de risco da cadeia de suprimentos. “As cadeias de suprimento precisam operar de forma eficiente, com baixos custos, agilidade e, também, minimizando emissões e impactos ambientais, evitando situações de exploração da mão de obra, trabalho infantil, escravidão moderna (modern slavery), fomentando a diversidade e a justiça social“, completou.

A preocupação com critérios ESG (Environmental, Social e Corporate Governance) constitui em um fator determinante de mercado, em que os consumidores apostam cada vez mais em produtos e serviços com impacto positivo no meio ambiente e na sociedade, alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela ONU.

“Então, em linhas gerais, a sustentabilidade empresarial e a sustentabilidade nas cadeias de suprimento deixaram de ser uma tendência e passaram a ser uma realidade. Os profissionais e as empresas que não se engajarem nisso poderão ficar fora do mercado, em alguns anos. Até mesmo no mercado financeiro, percebe-se um forte crescimento da busca por investimentos em empresas socialmente responsáveis, sustentáveis e rentáveis, por serem consideradas mais preparadas para enfrentar riscos sociais, ambientais e econômicos e gerar valor para os acionistas a longo prazo”, pontuou o professor.

Baseadas na Lei Estadual Nº 17.178, de 15 de janeiro de 2020, as empresas estão aderindo ao Selo de Empresa Sustentável, um programa de certificação ambiental pública que tem como foco desenvolver boas práticas ambientais, tecnologias e metodologias limpas e reciclagem de insumos, visando o desenvolvimento sustentável e a proteção do meio ambiente.

“As empresas adotam práticas de sustentabilidade ambiental, seja no desenvolvimento de produtos ambientalmente corretos, ou na implementação de processos produtivos que minimizem os impactos ambientais. Então, a consequência disso para o mercado de trabalho é que os profissionais precisam ser capacitados nessa temática (sustentabilidade) para que possam ter oportunidades e consigam atuar como agentes transformadores dentro das organizações e cadeias”, finalizou.

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