Os edifícios inteligentes aparecem como a nova tendência no país. São empreendimentos que fazem uso da alta tecnologia para aprimorar a interação entre os condôminos com as condições de moradia. É a criação de um ambiente mais econômico e sustentável, com conforto e segurança através de ações integradas. E duas empresas apareceram com destaque no setor, a Inloop Holding e a Planet Smart City, esta última ajudou a criar o primeiro prédio inteligente de São Paulo.
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“O primeiro projeto foi o Aquarela Bela Vista, que foi entregue há mais de um ano protagonizando um grande case de vendas. No começo, os futuros moradores tinham dúvidas sobre o modelo de consumo sustentável, consciente e racional que estava sendo proposto. Agora que o primeiro foi entregue, eles conseguem sentir na rotina as soluções inteligentes, melhorando a rotina e, consequentemente, sua qualidade de vida”, contou Suzanna Marchionni, CEO da Planet Smart City no Brasil.
Eduardo Peralta, CEO da Inloop, revelou que a empresa é uma das parceiras da Planet Smart City. Ele listou também algumas diferenças entre os empreendimentos comuns e os edifícios inteligentes, que estão caindo no gosto da população pela facilidade e simplicidade na resolução de problemas, integração entre os ocupantes, dentre outros itens.
“Os nossos prédios inteligentes contam com cerca de 50 soluções voltadas para pessoas, meio-ambiente, tecnologia e arquitetura que proporcionam uma melhor qualidade de vida aos moradores, boas oportunidades e baixo custo na gestão do condomínio e, principalmente, de forma acessível à população. Considerando os empreendimentos tradicionais que vemos no mercado, a principal diferença é que nossos projetos contam com a parceria da Planet, uma empresa anglo-italiana especializada em cidades Inteligentes e que atua em diversos países, e juntos, trouxemos essas tecnologias da Itália para aplicar em nossos projetos verticais”, explicou.
Suzanna Marchionni completou o pensamento de Eduardo Peralta.”O grande diferencial é a infraestrutura de alta qualidade. Disponibilizamos um app gratuito, Planet App, que é acompanhado por um gestor social – profissional responsável por fornecer ferramentas de planejamento e governança, que facilite o compartilhamento de serviços e experiências entre os moradores, buscando sempre estimular o vínculo humano e o bem-estar coletivo. Ele é coparticipante do processo de formação de determinada comunidade, costurando parcerias externas com empresas e entidades.
Além do gestor social, o empreendimento oferece ateliê de costura, biblioteca de objetos, biblioteca de livros, entre outras soluções que simplificam a rotina. Isso significa que o morador não adquire apenas o apartamento, ele compra todas essas vantagens que vão impactar diariamente na sua qualidade de vida. Por exemplo: se ele quer instalar uma prateleira na sua sala, mas não tem uma furadeira e não quer comprar apenas para fazer esse serviço, ele pode reservar pelo aplicativo do prédio a ferramenta na Biblioteca de objetos, instalar o seu móvel e devolver ao final do trabalho. Isso tudo sem precisar gastar dinheiro a mais”, pontuou.
A Planet Smart City foi fundada em 2015 pelos especialistas imobiliários italianos Giovanni Savio e Suzanna Marchionni e hoje é líder global em cidades inteligentes inclusivas. A ideia surgiu com a intenção de melhorar a qualidade de vida nos grandes centros urbanos, baseadas em inovação social e digital e serviços compartilhados.
Abrangência nacional
A maior concentração de edifícios inteligentes está localizada na Grande São Paulo, mas há projetos ambiciosos realizados em outros estados, a exemplo do Smart City Laguna, a primeira cidade inteligente social do mundo, localizada em São Gonçalo do Amarante, no Ceará.
“A Planet Smart City trabalha com cidades e condomínios inteligentes. O nosso maior projeto é a Smart City Laguna que já abriga mais de 200 famílias. Além dela, outras cidades estão sendo construídas como a Smart City Aquiraz (CE), Smart City Natal (RN) e os condomínios inteligentes em São Paulo nas regiões de Itaquera, Jabaquara, Freguesia do Ó e Bela Vista. Os projetos da capital paulista têm o objetivo de formar uma comunidade tecnológica, inclusiva e integrada. E, para que isso funcione da melhor forma, a economia compartilhada é incentivada entre os moradores, promovendo um estilo de vida integrado e colaborativo. Até o final do ano, iremos lançar a Smart City Bahia, em Camaçari. E, além dos projetos no Brasil, a Planet tem projetos na Itália, onde fica o Centro de Competência, na Índia, nos Estados Unidos, e nossa sede corporativa, que fica em Londres. Até o final do ano, planejamos também começar projetos na Colômbia“, revelou Suzanna.
Já o Inloop foca seus projetos na Grande São Paulo. “Hoje atuamos na grande São Paulo e em curto prazo (ainda esse ano) teremos grandes lançamentos aqui na cidade. Mas quem sabe, em breve, vem novidade por aí? A empresa vem crescendo bastante e sabemos que é uma questão de tempo para aparecerem concorrentes com soluções parecidas. Principalmente quando falamos em tecnologia e soluções inteligentes para moradia, sabemos que ainda há muito a se aprimorar aqui no Brasil. Nosso objetivo é continuar estudando novidades para trazer, entender as demandas e necessidades da população e lançar ainda mais projetos acessíveis e inovadores”, afirmou Peralta.
Empreendimentos acessíveis?
Mesmo com tantas soluções inteligentes, o principal objetivo do projeto é torná-lo acessível à população. São tecnologias diferenciadas, no entanto, há parcerias para otimizar o custo do projeto.
“Nossos projetos inteligentes, Viva Smart, fazem parte do Programa Casa Verde e Amarela do Governo Federal. Porque, além de trazer todas essas soluções, para nós também faz sentido que isso seja cada vez mais acessível. Ou seja, qualquer pessoa que se enquadre no Programa pode comprar com benefícios do governo, e aos que não se enquadram, também temos várias opções facilitadas para aquisição pelo método de financiamento convencional. Para nós da Inloop, acreditamos que desenvolvemos mais que simples projetos de engenharia. Pra gente, é sobre como o morador vai aproveitar os próximos momentos da vida em família e celebrar suas conquistas num lugar que ele possa chamar de casa. Conviver bem com os vizinhos do condomínio e principalmente, ter acesso a tudo isso de forma que caiba em seu orçamento”, pontuou Peralta.
“Os valores são a partir de 200 mil reais até 330 mil e entram no Programa Casa Verde e Amarela. Isso significa que os compradores que se adequam ao programa, podem ter benefícios para financiar a compra do apartamento. Existem também os que compram como investimento, esses, claro, não têm acesso aos benefícios, mas adquirem como investimento”, completou Suzanna.
Conforme explicado por ambas as empresas, cada projeto é customizado, a depender da região, cultura, pessoas e economia. Mas, ao comparar os projetos do Brasil – sejam eles de São Paulo ou do Ceará – com os da Índia, Estados Unidos e Itália, percebe-se que as características são as mesmas, um lugar seguro para que os filhos possam brincar na rua, ter entretenimento, acesso a cultura e segurança.
Os desafios em ser mulher
Suzanna ressaltou também as dificuldades de uma mulher ao entrar no ambiente de construção civil. A descriminação está presente neste meio, mas ela explicou como enfrentou as barreiras e conseguiu realizar seus sonhos e projetos.
“Eu como mulher na construção civil, senti na pele as dificuldades que ainda enfrentamos para validar as nossas ideias e projetos. Muitas vezes, fui vista apenas como a gringa que sonha. Hoje, posso dizer que, me mudei para o outro lado do mundo com um propósito e, juntamente com um time que agarrou essa ideia e trabalha para esse ideal, estamos conquistando grandes vitórias e mudando o jeito de viver das pessoas por meio de moradias acessíveis. Acreditamos no senso de pertencimento e em empoderar as pessoas para que elas possam tomar decisões que melhorem a sua qualidade de vida“, finalizou.