Os cearenses foram surpreendidos com uma péssima notícia nesta terça-feira (19), quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o reajuste tarifário anual de 24,18% a 25,12% da Enel Ceará, atingindo o orçamento de milhões de consumidores autônomos e empresários, que veem a inflação atingir novo patamar nas próximas semanas.
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O reajuste reascende uma antiga discussão e reforça uma vocação cearense para energias alternativas, como é o caso da geração de energia fotovoltaica. Algumas empresas já buscam a geração solar como opção e, inclusive, utilizam como vantagem comercial, como é o caso da MRV, maior construtora e incorporadora da América Latina, que tem instalado placas do tipo em vários de seus empreendimentos, inclusive nos populares.
Desde 2017, a construtora inclui, em seus lançamentos imobiliários, painéis fotovoltaicos para a produção e energia. A expectativa da empresa é de que, em breve, todas as unidades habitacionais sejam lançadas com a tecnologia. A companhia já possui quase três mil unidades habitacionais entregues com sistema de energia renovável pelo País, gerando mais de 1.700.000 KWh.
A empresa destaca a economia e o impacto na vida de milhares de pessoas. “O valor agregado do imóvel com energia solar aumenta e cria um diferencial de mercado. Esse viés sustentável, com o uso da fonte limpa e inesgotável, é uma enorme vantagem, além de gerar mais economia para o morador”, detalha André Lemke Lorenzoni, gestor de vendas da MRV.
Por ter uma instalação prática e ser aplicável facilmente em residências e empresas, a utilização das placas fotovoltaicas também é apoiada pelo presidente licenciado do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE), o engenheiro civil Emanuel Maia Mota.
“É fundamental incentivar o cidadão a produzir sua própria energia com a geração fotovoltaica. É uma alternativa barata que, com uma ligeira desoneração na carga tributária, auxiliaria na redução da conta e ainda poderia gerar renda para o consumidor, com a venda do excedente para a rede”, destaca.
Mercado e incentivo
A vocação cearense para a energia solar foi reconhecida nesta semana com um grande anúncio: a FazSol, joint venture da japonesa Shizen Energy com a brasileira Espaço Y, e Órigo Energia vão construir 11 fazendas do tipo no Estado. As usinas serão instaladas nos municípios de Mombaça, Independência e Pedra Branca. A previsão é que os projetos sejam concluídos ainda em 2022. Ao todo, serão investidos R$ 150 milhões na iniciativa.
Em março, na Capital, o Programa Fortaleza Solar foi aprovado por unanimidade na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor). A proposta do vereador Júlio Brizzi estabelece incentivos ao desenvolvimento tecnológico, ao uso e a instalação de sistemas de conversão e aproveitamento de energia solar no Município.