As empresas e instituições que atuam com a Responsabilidade Social Corporativa, tendem a ter comprometimento permanente em adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento sustentável. (Foto: Freepik)

Desenvolvimento sustentável do comércio aliado ao bem-estar das populações

Por: Sara Café | Em:
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As empresas que não mudam tendem ao fracasso. O cenário globalizado do mercado atual tem exigido que a gestão seja modificada. Com o avanço das informações instantâneas e a necessidade de soluções rápidas, as mudanças organizacionais forçam a empresa não somente a mudar sua forma de atuar, mas também a forma de investir.


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Esse cenário tem uma perspectiva de se agravar por causa de problemas globais. Pandemias, mudanças climáticas, acumulação de resíduos sólidos e a expansão desenfreada da urbanização são alguns dos resultados diretos do modelo de sociedade que foi optado. O foco nas questões ambientais, sociais e de governança tornou-se uma das grandes temáticas da transformação mundial.

“Nesse período de pandemia foi possível ver o quanto as pessoas estavam distantes da natureza, e como o mundo parou, a população começou a ter um novo olhar para o meio ambiente, que foi desde cultivo de plantas em casa, como os cuidados com os animais e o destino do lixo. Em relação a crise climática é a mesma questão, quando se vê o quanto a falta de cuidado e respeito com o meio ambiente pode prejudicar o ser humano é aí que começam as ações na busca de corrigir tal erro que cometemos”, reflete Ione Sena, Técnica de Desenvolvimento Comunitário do Serviço Social do Comércio (Sesc) no Ceará

A mudança deve ocorrer na base da sociedade, é o que diz Francisco Cardoso, educador ambiental do Sesc. “Vejo que precisamos urgentemente adotar práticas sustentáveis para que o mundo não entre em colapso. Um fator que pode ser extremamente eficiente no processo para a conservação ambiental é a transformação cidadã por meio da educação. Formar pessoas conscientes para minimizar os impactos ambientais, a partir da educação ambiental, possibilita resultados positivos de médio a longo prazo”, analisa. 

Assim, o desenvolvimento sustentável propõe três pilares interdependentes e mutuamente sustentadores: econômico, social e proteção ambiental. Ione Sena define: “É o termo usado para descrever as ações que buscam melhorar a qualidade de vida da população mais necessitada, ou seja, as ações que minimizem a desigualdade social”.

Isso tudo tem provocado uma quebra de paradigma na forma como as pessoas veem as coisas, pensam, se relacionam entre si, consomem produtos e serviços, e atuam no seu dia a dia. Essa mudança reflete o aumento do nível de consciência da população em relação a temas socioambientais, motivação para mudança de seus hábitos e disseminação da importância da sustentabilidade.

Nesse contexto, as empresas e instituições que atuam com a Responsabilidade Social Corporativa, tendem a ter comprometimento permanente em adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento sustentável, melhorando simultaneamente a qualidade de vida de seus colaboradores, familiares e sociedade em geral. “Estar atento com o aspecto sustentável do negócio vai muito além da gestão de impactos ambientais e sociais, mas também é ter claro que a sustentabilidade é estratégica nos negócios e determinará o futuro das empresas, do meio ambiente e dos empregos”, defende Francisco Cardoso.

Ione Sena também confirma que as empresas que buscam trabalhar as questões de qualidade de vida e sustentabilidade é uma influência muito positiva para a população. “Haja visto que todo trabalho relacionado a essas causas começa com a conscientização de uma empresa de grande porte e renomada tendo que essa iniciativa pode mudar o pensamento e a visão de muita gente.”

Por isso, é importante reforçar que a sustentabilidade social depende de toda a sociedade. “Cada um deve fazer a sua parte e estimular os outros a fazerem o mesmo, já que a mobilização é um fator importante para a efetivação dessa proposta. Para praticar a sustentabilidade social, todos os envolvidos, assim como a comunidade que os cercam, devem usufruir de uma vida com qualidade, todos os seus próprios processos e os das empresas devem estar de acordo com essas boas práticas”, garante o educador ambiental do Sesc.

Sesc Ceará: transformação cidadã por meio da educação

O Sesc é fruto de um sólido projeto cultural e educativo que trouxe, desde sua criação pelo empresariado do comércio e serviços em 1946, a marca da inovação e da transformação social. A concretização desse propósito se deu por uma intensa atuação no campo da cultura e suas diferentes manifestações, ação de educação permanente com intuito de valorizar as pessoas ao estimular a autonomia pessoal, a interação e o contato com expressões e modos diversos de pensar, agir e sentir.

O conceito de sustentabilidade tem relação direta com o bem-estar social, que se traduz na missão do Sesc. Trabalhar por uma sociedade mais sustentável é um compromisso que a instituição assumiu, e que vem se desdobrando em uma série de ações. A conservação do meio ambiente, o fortalecimento da cidadania e a promoção de uma cultura igualitária são os parâmetros utilizados no desenvolvimento dessas ações, que visam incentivar a consciência crítica e construção de modos de viver inclusivos, solidários e sustentáveis.

“No mundo corporativo, o meio ambiente sempre foi visto como fonte de insumos e recursos para os processos produtivos, tais como energia, matérias-primas, minérios, metais, água e outros. Além da entrega de bens e serviços, as empresas também precisam olhar para os subprodutos ambientais, como resíduos, efluentes, lançamentos atmosféricos ou rejeitos. Nessa análise, a importância em diversos compromissos que o Sesc tem diariamente e que sempre precisa buscar um equilíbrio, mas não apenas o equilíbrio econômico e social, também, do ponto de vista ambiental”, afirma Francisco Cardoso.

No Ceará, a instituição oferece aos trabalhadores do Comércio de Bens, Serviços, Turismo, seus familiares e à sociedade oportunidades para viver melhor. A sustentabilidade é um pilar que está inserido em vários projetos e ações, como a Reserva Ecológica no Sesc Iparana, o viveiro de mudas nativas no Parque do Cocó, as ações ambientais nas escolas do Sesc e o projeto Pensando Verde.

Com cerca de sete anos de existência, o projeto Escola Vem ao Sesc está incluído no Programa de Educação do Sesc no Ceará, confirma o educador: “O projeto é uma iniciativa do Sesc Iparana Hotel Ecológico que consiste na realização de aula em campo de Educação Ambiental para alunos de escolas públicas de 7 a 14 anos. A aula acontece dentro da Unidade de Conservação Florestal do Sesc, na Reserva Ecológica Sesc Iparana, com a proposta de auxiliar na formação e conscientização ambiental de crianças e adolescentes e, também, na ampliação dos conhecimentos extracurriculares de Educação em Saúde, Nutrição e Recreação.”

O programa participa de mais uma edição do Prêmios Verdes, organizado pela Cúpula Internacional do Meio Ambiente, com sede em Miami e Equador, e premia os 500 melhores projetos socioambientais dos países Ibero-americanos, Estados Unidos, Canadá, Espanha e Caribe. O Sesc Iparana garantiu a 220ª posição na classificação geral e a 40ª em sua categoria, Educação.

O Educador ambiental da instituição, Francisco Cardoso, reforça a importância desse reconhecimento internacional: “Mostra que nossas ações e projetos promovidos estão de acordo com os compromissos de responsabilidades socioambientais, e que o Sesc se preocupa em gerar impactos positivos na atuação para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).”

Outro programa que o Sesc Fortaleza desenvolve é o Pensando Verde, que estimula ações de educação ambiental e agroecologia. Suas atividades são realizadas em parceria com instituições comunitárias e buscam beneficiar um público intergeracional, sobretudo mulheres de baixa renda e chefes de famílias.

“O Projeto Pensando Verde tem como objetivo fomentar atividades que promovam a difusão das discussões socioambientais, incentivando a organização comunitária em torno das práticas sustentáveis, por meio da aplicação dos conceitos e técnicas da Agroecologia Urbana. Trabalhando as questões ambientais nas comunidades, temos uma melhoria na qualidade de vida e a redução dos possíveis desastres naturais, pois a disseminação do conhecimento reduz a problematização das comunidades”, defende Ione Sena.

Essas iniciativas alinham-se aos esforços do Sesc, que vem ao longo de muitos anos atuando na Educação e nas questões sobre o desenvolvimento sustentável no aprendizado. Para a Técnica Comunitária do Sesc, a ideia é incentivar a formação de cidadãos mais críticos, conscientes e mais preocupados com o impacto que suas próprias ações causam ao meio ambiente. “Quando falamos em inclusão, as pessoas são protagonistas das ações, assim elas se incluem dentro da problemática e dessa forma haverá sempre a necessidade de melhorar para beneficiar a todos, pois cada um entende e compreende que o melhor para um é também para os outros.”

Francisco Cardoso complementa que a educação para a sustentabilidade contribui para a mudança de comportamento e atitudes ambientais conscientes no processo de ensino e aprendizagem, de como as pessoas pensam e agem para a conservação dos recursos ambientais, e que essa mudança garanta os recursos para as futuras gerações. “Nesse contexto, a educação ambiental promove competências como pensamento crítico, reflexão sobre cenários futuros e tomadas de decisão de forma colaborativa”, finaliza.

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