As ações do agronegócio têm atraído cada vez mais investidores, sobretudo por sua rentabilidade, mesmo diante da crise mundial inflacionária gerada nos últimos dois anos de pandemia e agora, recentemente, realimentada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.
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Como se costumava dizer antigamente em relação aos melhores papéis negociados em bolsas de valores, as ações do setor agro agora são as “grandes vedetes” do mercado, isso sem desmerecer, claro, muitos papéis de grandes empresas de vários setores da economia negociados na Bolsa de Valores brasileira, a B3.
Tanto é verdade que a B3, em maio de 2022, criou o Índice Agronegócio B3, ou simplesmente Iagro B3, composto por 32 ativos. Já no ano passado foi criado o fundo de investimento de agronegócio. Mas qual a razão essa atração por papéis de empresas do agronegócio?
Para o empresário Luíz Roberto Barcelos, sócio fundador da Agrícola Famosa e diretor institucional da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), a resposta é bem simples: o setor produz comida. E toda pessoa precisa comer. As empresas do agronegócio que estão na Bolsa de Valores brasileira “estão indo muito bem”.
Há pouco mais de 20 dias, o Ibovespa – principal indicador de desempenho das ações negociadas na B3 e que reúne as empresas mais importantes do mercado de capitais do Brasil – caiu de 120 mil pontos para menos de 100 mil pontos, comportamento também verificado em outras bolsas do mundo. No entanto, as empresas do agronegócio ficaram prativamente imunese algumas até tiveram seus papéis valorizados, como, por exermplo, a SLC e a Brasil Agro, que produzem grãos de soja, milho e algodão.
O investidor, que já vinha acreditando no agronegócio, passou a vislumbraro setor como excelente investimento, não somente nas empresas que produzem alimentos diretamente, mas nas demais que compõem a cadeia de produção, como máquina, adubos, defensivos, etc.
O agronegócio não para. Como disse, todos tem de se alimentar. Mesmo com a inflação mundial, boa parte em decorrência da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que provocou, de imediato, a elevação de vários produtos, inclusive de alimentos, o setor agro continua firme e se fortalecendo cada vez mais. Tudo isso, claro, atrai os investidores, sejam eles pequenos, médios ou grandes.
O crescimento do agronegócio no Brasil fez com que a B3 lançasse, em maio deste ano, o primeiro índice de empresas do setor:Índice Agro Free Float Setorial (Iagro-FFS). A carteira do novo indicador, que estreou em maio e que valerá até 02 de setembro de 2022, é composta por ações e units de companhias listadas que foram categorizadas como Agronegócio pela nova classificação setorial criada pela B3, a pedido do mercado.
De acordo com a B3, o Iagro é o primeiro índice da Bolsa do Brasil com temática agro. Sua criação facilita o investimento nesse setor da economia, já que permite que novos produtos com exposição ao agronegócio, como ETFs e outros fundos passivos, passem a ser oferecidos para os investidores.
A B3 acredita que a criação do Iagro é mais uma das iniciativas para impulsionar o agronegócio, conectando o setor e os investidores a produtos e serviços financeiros que protegem e financiam o crescimento do setor. O objetivo do novo índice é refletir o desempenho médio dos ativos de empresas que fazem parte do agronegócio. A composição da carteira será revista a cada quatro meses, sempre em janeiro, maio e setembro.
Em 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio do Brasil, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP), juntamente com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), cresceu 8,36%.
Apesar de, no último trimestre do ano passado, o PIB do agronegócio brasileiro ter caído 2,03%, influenciado por uma piora nos preços reais do setor. Diante do bom desempenho do PIB agregado do agronegócio em 2021, o setor alcançou participação de 27,4% no PIB brasileiro, a maior desde 2004 (quando foi de 27,53%).
De acordo com o Cepea, o segmento primário e de insumos se destacaram em 2021, com aumentos de 17,52% e 52,63%, respectivamente. O PIB também cresceu para os outros dois segmentos, 1,63% para a agroindústria e 2,56% para os agrosserviços. Dentre os ramos, enquanto o PIB do agrícola avançou 15,88% de 2020 para 2021, o PIB do pecuário recuou 8,95%.
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