A indústria brasileira de produtos diversos arrecadou mais de 3 bilhões de reais em 2020, segundo dados da CNI. (Foto: Envato Elements)

Indústria de produtos diversos movimenta bilhões no Brasil

Por: Sofia Holanda | Em:
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A indústria brasileira de produtos diversos é um segmento que, como o próprio nome diz, inclui diversas áreas, desde materiais de pesca, brinquedos, joias, dentre outros. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor emprega mais de 150 mil pessoas, em mais de 12 mil fábricas espalhadas pelo país.


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A indústria de produtos diversos

Artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes, instrumentos musicais, artefatos para pesca e esporte, brinquedos e jogos recreativos, instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e artigos ópticos. Todos esses itens compõe a indústria brasileira de produtos diversos.

De acordo com as informações da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor emprega mais de 150 mil pessoas, em mais de 12 mil fábricas espalhadas pelo país. O setor produz itens variados e em torno de 8,6% desses produtos são exportados. A participação do setor no PIB industrial brasileiro foi de 1,4% em 2019.

O pesquisador David Guimarães, especialista em Inteligência Competitiva do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), explica que houve uma crescente participação de microempresas no segmento, importante para a empregabilidade de funcionários com até ensino médio completo.

“Segundo os dados do Ministério do Trabalho e Previdência de maio de 2022, o setor é responsável por empregar cerca de 2.332 funcionários no Ceará. Além disso, segundo o mesmo órgão, em 2020, o Ceará apresentou uma quantidade de estabelecimentos no segmento de 305 empresas em operação”,

David Guimarães, especialista em Inteligência Competitiva do Observatório da Indústria da FIEC.

Ainda de acordo com os dados coletados pelo Observatório da Indústria, por sua vez, a massa salarial total do segmento representou, no mesmo ano, um total de R$ 2.450.554. Já segundo o IBGE, as informações setoriais apontam que a receita líquida de vendas do setor anual apresentou o montante de R$ 162,5 milhões, em torno de 0,3% de participação da indústria de transformação cearense. Já o Produto Interno Bruto anual do setor (IBGE) foi avaliado em aproximadamente R$ 41.377.366, todos dados de 2019.

Por fim, no tocante ao mercado externo, é um setor caracterizado nos últimos anos por ser predominantemente importador no estado. Segundo o Ministério da Economia, no ano de 2021, o setor importou cerca de US$ 8.224.705. Concomitantemente, este exportou um volume de US$ 216.365. Isto é, houve um déficit na balança comercial no setor de US$ 8.008.340.

Marcelo Azevedo, gerente de análise econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), observa que é um setor que não conseguiu se encaixar em outras áreas, que inclui diversos segmentos, desde artefatos de pesca a produção de instrumentos musicais. “São áreas bem diferentes entre si. Em comparação com os demais setores, temos realidades muitos diferentes, são tamanhos diferentes, alguns setores com produção complexa, participação maior de mão de obra, outras são mais expressivas e outras menores. Quando se fala em brinquedos existe um cenário e uma demanda super ampla, já no ramo de joias, instrumentos médicos e odontológicos são áreas mais específicas e cada tem sua importância e peculiaridades, movimentando uma economia que arrecadou em torno de 3 bilhões, em 2020”.

No segmento de brinquedos, a Abrinq estima um ano de crescimento para o setor

Dentre os diversos setores da indústria de produtos diversos encontra-se o segmento de brinquedos, uma área que já prevê um ano positivo. Diante da sazonalidade das vendas, segundo a estatística anual da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), em 2021, seguiu anos anteriores, concentradas em mais de 50% nos meses de julho, agosto, setembro e outubro, para abastecer as lojas no Dia das Crianças e no Natal.

O setor também tem um olhar positivo, mesmo diante da dificuldade de abastecimento, que não impede Abrinq de estimar crescimento do setor em 6% este ano. A entidade explica que a situação já foi pior ano passado, mas o problema de abastecimento de insumos e de matérias-primas ainda afeta o parque industrial. Para o presidente da Abrinq, Synésio Costa, no entanto, a indústria nacional do brinquedo tem condições de suprir boa parte da demanda interna.

Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria – CNI – dava conta que sete entre dez indústrias brasileiras, ano passado, acusaram a falta de insumos, que este ano teve redução e deve voltar ao quase normal no segundo semestre. A indústria do brinquedo teve, em 2021, faturamento de R$ 7,8 bilhões, 4% acima de 2020 (R$ 7,5 bilhões), ano que já havia superado o anterior. Desde 2011, quando registrou R$ 3,460 bilhões, o faturamento da indústria vem crescendo continuadamente.

Mantidas as variáveis atuais, o crescimento deste ano, de acordo com Synésio Costa, deve evoluir para mais 6%, perfazendo R$ 8,3 bilhões para o setor de brinquedos em geral. A falta de alguns itens importados, explica o presidente da Abrinq, não está afetando as principais linhas de produção do brinquedo.

No último ano as importações, em sua maioria concentradas na China, decresceram de 77,34 para 75,80%, dando espaço para a indústria nacional aumentar sua produção. Com isso o número de empregos gerados passou de 35.832 para 36.500.

A inflação no período para os brinquedos ficou perto de 5%. As vendas do setor em todo o mundo passaram de US$ 102 bilhões em 2020 para US$ 109,1 bilhões ano passado.


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