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Condomínios – um mercado em plena inovação

Um “cliente” em espaço dedicado e valioso que busca conveniência, segurança e praticidade a preços compatíveis. Este é o perfil dos novos condôminos da era Covid-19, do confinamento e do home office, que descobriram as vantagens de terem bons serviços sem deslocamentos. Um “nicho” muito bem explorado por startups e empresas já tradicionais no ramo que desenvolveram soluções para velhas dores.


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Estimativas da Associação Brasileira de Síndicos (Abrassp) dão conta de que mais de 68 milhões de brasileiros vivem em condomínios. Sozinho, o dado já impressiona. Imagina num contexto de negócios potenciais, considerando o volume de prédios e conjuntos residenciais que isoladamente acolhem, muitas vezes, até mais do que a população total de pequenos municípios Brasil a fora.

Com foco neste terço da população brasileira é que as administradoras de imóveis trabalham, seja em cima de uma gestão operacional e financeira mais moderna, seja na oferta de serviços inteligentes de portaria e segurança ou em conveniências como agendamento de espaços comuns de salão de festas e academias. Também visam a melhoria da comunicação entre os moradores e a possibilidade de realizar pequenas compras em mercadinhos eletrônicos, muitos já disponíveis, embora até então meio ignorados.

Fila de espera

Claudiney Marques, CFO da Mercado Prático Lojas Autônomas, com unidades em São Luís (MA) e em Teresina (PI), diz que o sistema ininterrupto de compras é um sucesso dentro das edificações de médio e grande porte, onde o consumidor escolhe a mercadoria e paga pelo aplicativo no celular. Dependendo do tamanho do condomínio, disponibiliza-se em torno de 300 a 350 itens de necessidade básica. “É um modelo de grande aceitação que está tomando conta do mercado”, garante ele, lembrando que em São Luís, onde ele é líder da operação, já tem condomínio na fila à espera de instalação das lojas. Curitiba, São Paulo e Belo Horizonte são outras praças onde já atuam grandes empresas.

“Nós planejamos espalhar lojas nos condomínios em todo o Nordeste”.

Custos pela metade

QR Code, chave virtual e acionamento remoto são algumas das ferramentas utilizadas pela Sinergia Segurança e Soluções, de São José do Rio Preto (SP), aplicadas a condomínios. O controle de acessos com cerca eletrônica, travas elétricas, reconhecimento facial e biometria integram o composto de segurança da empresa que há cinco de seus 11 anos de atividade está focada em condomínios, especialmente portarias remotas.

“A questão central é a elevação do nível de segurança do prédio a partir da melhoria técnica profissional”.

Will Fernandes, CEO e CTO da Sinergia Segurança e Soluções

Ele garante que o custo de uma portaria remota, a partir de equipamentos, sistemas e treinamento, cai até 50% em relação à portaria física 24 horas – que custa entre R$ 16 e 20 mil – porque um porteiro à distância está habilitado e instrumentalizado para monitorar e atender vários condomínios.

Hoje já são mais de 50 condomínios no interior de São Paulo (São José do Rio Preto e Tupã, devendo chegar a Ribeirão Preto ainda neste ano) rodando o aplicativo que vai além da portaria remota. Oferece aos síndicos uma plataforma capaz de reduzir e/ou eliminar conhecidos problemas de reserva de salão de festas, lavanderias, manutenção predial e de elevadores, relação de convidados em festas, registros de obras, aviso de mudanças, falta de água e reunião de condomínio.

“É o assassinato do WhatsApp e suas brigas no grupo”, brinca Will. Ele só não brinca quando fala na falta de uma legislação específica envolvendo segurança eletrônica e a presença de aventureiros que operam no setor sem os necessários investimentos em estrutura.

“O Brasil negligencia muito em se tratando de segurança eletrônica”.

Rede social de condôminos

Os sócios Norberto Vebber e Paulo Marcon, da Drikey, não têm dúvidas de que em um futuro breve, a portaria virtual se tornará a mais utilizada em condomínios e até mesmo em residências pela praticidade e possibilidade de compatibilização com parcerias com vários segmentos (entregas, manutenções, etc..).

Originalmente criado em 2019 como portaria autônoma via aplicativo, o sistema se transformou em uma rede entre os condôminos a partir da popularização da internet em dispositivos móveis. Com isso, o desenho inicial agregou outras funções de segurança, facilidade e mobilidade para os moradores dentro de um único aplicativo.

“Acreditamos que o futuro dos sistemas de automação predial é ganhar a forma e a funcionalidade de uma rede social voltada a condomínios transacionando todos os assuntos de interesse comum”. Norberto Vebber, sócio da Drikey.

A complexidade do viver verticalmente desafia síndicos e administradoras. São inúmeras obrigações fiscais, trabalhistas, contábeis e tributárias. E um conjunto incontável de normatizações envolvendo saúde ocupacional, regimento interno e convenções, além dos sempre presentes conflitos em função de barulho, circulação de animais e até roupas no varal. E os síndicos, profissionais ou não, como regra não têm domínio sobre estes temas pela sua formação.

Banco Digital

O “Economizômetro” que gira na velocidade do preço do combustível nas bombas de abastecimento, dá uma ideia da economia registrada em função do CondoConta, um banco digital criado exclusivamente para o atendimento a condomínios. Sem tarifas nem taxas, o sistema é voltado a administradoras de imóveis e síndicos que precisam fazer a gestão financeira de um conjunto habitacional de maneira transparente.

Atilio Borges, co-founder da CondoConta, diz que a solução nasceu para cobrir a lacuna do segmento bancário tradicional que sabe atender empresas tradicionais.

Condomínios não são PFs e nem PJs, embora tenham CNPJ. Não têm faturamento, têm arrecadação; não têm balanço nem balancete, mas demonstrativo financeiro, não têm sócios, mas condôminos”.

O fato, segundo ele, faz com que os bancos não tenham produtos específicos como financiamentos sem garantia.

O CondoConta, com pouco mais de dois anos, tem mais de 2000 condomínios com cliente com custo zero de abertura de conta, de manutenção e emissão de boletos. E acessa financiamentos sem a contrapartida da garantia. “Num banco tradicional, por exemplo, síndicos já deixaram seus próprios imóveis em garantia”, ilustra.

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