O brasileiro está viajando mais. Dados divulgados pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) apontam que 40% das agências de turismo tiveram um faturamento superior ao registrado no período pré-pandemia. (Foto: Envato Elements)

Agências de turismo registram aumento das vendas de pacotes de viagem em 2022

Por: Ívina Sales Maciel | Em:
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O brasileiro está viajando mais. Dados divulgados pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) apontam que 40% das agências de turismo tiveram um faturamento superior ao registrado no período pré-pandemia. Isso evidencia que a retomada no setor vem acontecendo a um ritmo expressivo. Após os dois últimos anos da pandemia de Covid-19, os brasileiros voltaram a planejar e realizar viagens a novos destinos.


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O início de 2021 foi marcado por expectativas tímidas de recuperação do Turismo, mas terminou com resultados surpreendentemente positivos. É o que revela o Anuário Braztoa 2022, estudo realizado pela associação em parceria com a SPRINT Dados, empresa de consultoria especializada em análise de dados para o turismo.

“Depois de tanto tempo dentro de casa, viajar está entre os principais desejos das pessoas. Nosso trabalho como especialistas em viagens é oferecer a melhor alternativa para que a viagem aconteça e caiba no orçamento de cada cidadão. Por isso, o Turismo segue numa evolução contínua, mas cautelosa. Temos muito a alcançar, mas vemos, a cada mês, uma recuperação. Temos uma estimativa de crescimento de 60% do faturamento de 2022 em relação a 2021. Com este crescimento, devemos empatar com o faturamento de 2019, que foi em torno de R$ 15,1bilhões”.

Roberto Nedelciu, presidente da Braztoa

De acordo com a Organização Mundial do Turismo, 2021 teve 415 milhões de viagens internacionais, com uma receita entre US$ 700 e US$ 900 bilhões. Segundo dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), 2021 contou com 29,5% menos viagens domésticas em nível global se comparado a 2019, e uma queda de 24% na oferta de assentos.

O turismo nacional representou um faturamento de R$ 5,8 bilhões (82,5%), já as vendas de viagens para o exterior, categoria que enfrentou diversas restrições, atingiram a marca de R$ 1,3 bilhão (17,5%).

O volume de passageiros contabilizou 7,4 milhões de embarques, o que corresponde a um aumento de 124,6% em relação a 2020 (3,3 milhões de pessoas), e 14,2%, se comparado a 2019 (6,5 milhões de pessoas).

Desse total, mais de 7,1 milhões (95,8%) foram para destinos dentro do Brasil, o equivalente à cidade de Nova Iorque com 100% de ocupação por 13 dias. Um aumento de 225% em relação ao ano anterior, e 48% a mais que em 2019. Já a porcentagem de pessoas que viajaram para destinos internacionais foi de 4,2%, ou seja, pouco mais de 300 mil brasileiros foram para o exterior em 2021.

A edição deste ano do Boletim Braztoa revelou, ainda, que as cidades de Maceió, Natal e São Paulo lideram o ranking entre os destinos nacionais mais procurados, na sequência estão Fortaleza, Salvador e Gramado em segundo lugar, e os Lençóis Maranhenses chegando à terceira colocação. Portugal ocupa a primeira posição no ranking internacional, seguido de Orlando e Argentina, que dividem a segunda colocação, e Cancun e Chile aparecem em terceiro lugar no ranking.

Sobre a data de realização das viagens nacionais comercializadas no segundo trimestre de 2022, 40,4% das compras foram para embarque no mesmo período das vendas, 27,3% para o terceiro trimestre, 21% para os três últimos meses de 2022, e 11,4% vão acontecer em 2023.

Em relação aos embarques internacionais, 31,3% aconteceram no próprio segundo trimestre, 30% ficaram para período entre julho e setembro, 19,4% para o quarto trimestre, e 18,7% se realizarão em 2023, o que mostra que as vendas para viagem quase imediata continuam com força, mas que a antecedência começa a recuperar seu espaço, principalmente pela busca de preços mais acessíveis, possibilidade de parcelamento, confiança na credibilidade e entrega das operadoras.

Turismo no Ceará

No segundo semestre de 2021, a retomada do turismo de eventos na capital cearense foi de grande importância e trouxe ótimos resultados. Três eventos nos quais a Secretaria do Turismo de Fortaleza (Setfor) realizou levantamento, por meio do Observatório do Turismo de Fortaleza – a 48ª ABAV Expo & Collab, a Brazil Travel Market (BTM) e o 51º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial – trouxeram um impacto econômico superior a R$ 14 milhões para a cidade.

Foto: Vista aérea da Beira-Mar de Fortaleza. Crédito: Prefeitura Municipal de Fortaleza

Dados do Observatório do Turismo de Fortaleza divulgados em julho deste ano apontam que a cidade recebeu quase 400 mil turistas do Brasil e do exterior, que injetaram mais de R$ 1,5 bilhão na economia da capital. Segundo a Fraport Brasil, foram 3.500 voos recebidos, com uma média diária de 17 mil passageiros e uma ocupação hoteleira em torno de 80%.

“Evidente que ainda há muito o que recuperar, pois sabemos que esse foi o primeiro setor a ser impactado com a chegada do novo coronavírus e um dos últimos a começar esse processo de recuperação, o que provocou grandes perdas, mas estamos muito otimistas e confiantes com essa retomada. O setor do turismo é responsável por 30% da economia de Fortaleza, então essa recuperação é essencial para a cidade. E temos visto com alegria que Fortaleza, especificamente, também está tendo um bom processo de recuperação”.

Alexandre Pereira, secretário do turismo de Fortaleza

Na avaliação de Alexandre Pereira, para que a retomada ganhe ainda mais força, o poder público precisa fazer sua parte. Na Secretaria do Turismo de Fortaleza estão sendo criados projetos que estimulam o turismo de forma geral, mas também direcionados ao turismo doméstico, especialmente o regional e ao próprio morador fortalezense, que é um potencial turista dentro de sua cidade. Os projetos da Setfor buscam ajudar a promover o destino no Brasil e no exterior, por meio da realização de feiras, roadshows e outros eventos em Fortaleza.

“O Governo Federal precisa criar incentivos e outros mecanismos para ajudar a reduzir os custos do setor. Os preços das passagens aéreas, por exemplo, estão em um patamar nunca visto antes. Se houvesse uma política pública que viabilizasse a redução dos custos das empresas aéreas atrelada à redução dos valores das passagens, por exemplo, haveria muito mais pessoas viajando”, conclui o secretário.

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