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Energia solar favorece descarbonização de empresas

O processo de redução de emissão de carbono, ou descarbonização, se mantém nas discussões dos vários níveis da economia e da sociedade, distribuindo responsabilidades tanto para pessoas quanto para empresas.


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ESG, do inglês Environmental, Social and Corporate Governance ou Governança Ambiental, Social e Corporativa, e ODS, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ligado à Rede Brasil do Pacto Global da ONU, braço das Nações Unidas que reúne o setor corporativo, são algumas siglas presentes nas agendas globais ligadas à sustentabilidade. Termos como estes estão alinhados a processos de eliminação ou diminuição de emissão de gases lançados na atmosfera e acabam orientando novos hábitos e investimentos.

Dos mercados global e local, todos parecem ter aderido à pegada de carbono, uma forma de cálculo que aponta o descompasso entre emissões de CO2, por exemplo, e quais decisões – e ações – devem ser tomadas para neutralizar este impacto negativo na natureza.

Os prazos para descarbonização existem e ganharam mídia após COP26 (Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas), no final de 2021, ainda na pandemia. Para o Ministério do Meio Ambiente brasileiro, a neutralização da emissão de carbono fica para 2050, sendo que a metade disso pode ser conseguido até 2030, segundo o órgão federal.

Caminhos para a descarbonização de empresas

Soluções ligadas à sustentabilidade existem, mas por onde começar? Muitas empresas se veem diante desta questão. Algumas seguem pelo caminho tecnológico, adotando inteligências artificiais como ferramentas úteis, por sua praticidade, como o uso de programas em computadores, aplicativos, mapeamentos de desperdícios, etc. Exigem-se decisões básicas a serem adotadas na descarbonização do mundo corporativo, já que empresas têm grandes emissões de gases, oriundas de linhas de produção, transporte, armazenamento e descarte de resíduos, além de outras realidades.

As decisões para neutralidade em carbono exigem investimentos em novas tecnologias e estratégias na construção de uma cadeia logística eficiente. Todas estas opções certamente passam pelo mesmo caminho: o consumo de energia a partir de fontes primárias renováveis, cujo Brasil é apontado como o de maior potencialidade no mundo. Tais fontes são ofertadas abundantemente na natureza, como a eólica e a solar e ambas estão presentes no Nordeste brasileiro, mais precisamente em pontos geográficos chaves, como o litoral, com seus portos, como o do Pecém, e o sertão, com sua abundância em terras e mão de obra.

Recentemente o Brasil saiu de 13GW para 18GW de potência instalada da fonte solar, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar). Estão inclusos desde geração a partir de usinas fotovoltaicas, como as do interior cearense, à energia gerada pelas placas instaladas nos telhados de residências, cada vez mais vistas nos bairros de cidades maiores.

No Ceará, por exemplo, empresas vão ganhando cada vez mais possibilidades de ter uma presença eficiente de descarbonização, pela proximidade de instalações de usinas fotovoltaicas no interior do estado. Cada usina instalada forma um complexo de produção contínua de energia limpa, com seus milhares de painéis espelhados (células solares) voltados para o céu azul e Sol radiante, típicas realidades locais.

De forma simplificada, é possível dizer que a luz solar é captada, transformada e transmitidas por meio de linhas de transmissão. Resultado para as empresas: descarbonização e alinhamento com as atuais exigências dos stakeholders, do mercado e da sociedade.

Energia renovável no Sertão cearense

Os municípios de Quixeré e Jaguaruana, distantes, respectivamente, 218 quilômetros e 183 quilômetros de Fortaleza, foram escolhidos para receberem complexos fotovoltaicos por parte de um grupo empresarial pernambucano, alinhado com o novo ambiente de negociação, comercialização, gestão e geração de energia limpa. Os investimentos são da ordem de R$ 2,1 bilhões. As usinas possuem potências instaladas de 500 MWp, em Jaguaruana, e 192 MWp, em Quixeré.

Processo simplificado de usina solar. Fotomontagem. Foto: Redação

“O Ceará tem ambiente favorável para o negócio, com ótimos pontos de conexão no governo e mercado. Além do espírito empreendedor do cearense, o Ceará possui uma vocação incrível para energia renovável”, explica Rodrigo Mello, CEO do Grupo Kroma Energia, dono dos investimentos no Vale do Jaguaribe, região cearense onde estão as cidades de Jaguaruana e Quixeré.

Irradiação solar e a geração de emprego

A chegada de usinas de captação de energia solar atrai, de forma natural, além dos investimentos financeiros, mão de obra (local e de fora) e fomento econômico inédito na região onde são instaladas. A energia renovável é necessária para empresas atingirem suas metas de descarbonização, mas tem potencial para muito mais.

“A indústria de geração de energia renovável está sempre se atualizando. Além de você ter um custo competitivo de energia, também é gerado uma cadeia de empregos, contribuindo para a aceleração da economia local”.

Rodrigo Mello, CEO do Grupo Kroma Energia

Trabalhadores realizam manutenção em painéis fotovoltaicos no Complexo Apodi, em Quixeré, Ceará. Foto: Grupo Kroma Energia

No período de construção destas usinas, centenas de vagas são disponibilizadas, gerando melhorias econômicas. Estudos indicam que, entre empregos diretos e indiretos, devem ser geradas 800 vagas, em Jaguaruana, e outras 500, em Quixeré.

Toda movimentação na economia e sociedade acaba por deixar legados inevitáveis, como de tecnologia, novos mercados de trabalho, qualificação e salário acima da média, elementos que, bem orquestrados, tem potencial para desenvolver regiões inteiras por longos períodos.

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