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Computação em nuvem, 5G e metaverso estão entre as principais tendências tecnológicas para 2023

As projeções de 5G e inovações tecnológicas, antes vistas nos filmes de ficção científica, agora fazem parte da realidade, do dia a dia das pessoas, pelo menos da grande maioria. Comportamentos, gostos, enfim, a vida está sendo transformada pelas tecnologias de maneira sutil, quase imperceptível, mas rapidamente. O futuro chegou, definitivamente. E numa velocidade absurda, o que para muitos é inacreditável.


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A automação e todas inovações (antes fictícias) mostradas no seriado Os Jetsons (animação), de 1962, hoje estão mais que presentes. E no comando está o 5G, que proporciona mudanças mais profundas para aplicações industriais e de automação do que para usuários dos chamados smartphones.

É claro que os usuários da nova tecnologia, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações, vão ter à disposição taxas de transmissão muito superiores. Porém, a grande inovação da geração 5G está nas aplicações comerciais (carros autônomos, cirurgias remotas, sensores em parque industrial, etc.). “Ela abre uma gama de possibilidades que vão ser exploradas, impulsionando aplicações mais eficientes no desenvolvimento de serviços nas variadas atividades econômicas”.

O mercado das telecomunicações movimenta bilhões de dólares, inclusive no Brasil. E a tendência é de crescer mais ainda, pois nem mesmo o céu é o limite. A receita total do mercado de serviços de telecomunicações no Brasil deve atingir, este ano, US$ 45,76 bilhões, superior ao verificado em 2016, quando o volume foi de R$ 38 bilhões. Pelo menos esta é a mais nova estimativa da consultoria Frost & Sullivan, que acaba publicar um relatório sobre o segmento.

Pesquisa revela setores mais impactados pela tecnologia 5G

A pesquisa “O Impacto da Tecnologia em 2023 e Além: um Estudo Global do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE)” – que incluiu 350 Chief Information Officers (CIOs), Chief Technology Officers (CTOs) e líderes em tecnologia (TI) globais para falar sobre as principais tendências tecnológicas – aponta as prioridades e previsões para 2023.

No Brasil, os setores Telecomunicações (60%), Serviços Bancários e Financeiros (48%) e Mídia e Entretenimento (48%) foram os mais impactados pela tecnologia em 2022. Em 2023, os mais impactados serão Automotivo e Transporte (44%), Telecomunicações (40%)e Assistência Médica (Healthcare) (40%).

As áreas mais importantes da tecnologia no próximo ano, segundo a pesquisa, serão 5G (66%), Metaverso (62%), Realidade aumentada (38%), Computação em nuvem (36%) e Internet Industrial das Coisas (IIoT) (34%). Um total de 97% dos entrevistados concorda que o 5G impactará a conectividade e a automação dos veículos em 2023. Os setores de Entretenimento, Esportes e Transmissão de Eventos Ao Vivo (70%), Aprendizagem e Educação Remota (50%) e Comunicação Pessoal e Profissional (44%) devem ser os segmentos mais beneficiados pelo 5G no Brasil em 2023.

Os entrevistados pela pesquisa do IEEE afirmam que computação em nuvem (40%), 5G (38%), metaverso 37%; veículos elétricos (EVs) (35%) e a Internet Industrial das Coisas (IIoT) (33%) serão as cinco áreas mais importantes da tecnologia no próximo ano. Já os principais setores da indústria que serão mais impactados pela tecnologia em 2023 são: telecomunicações (40%); automotivo e transporte (39%); energia (33%) e serviços bancários e financeiros, também com 33%.

5G

O metaverso, que se encontra em seu estado inicial, pode ser definido como uma rede digital imersiva em 3D com mundos interativos. Para este setor avançar em 2023, a pesquisa mostra as inovações mais importantes: (71%) 5G e conectividade onipresente; (58%) headsets de realidade virtual (VR) e (58%) óculos de realidade aumentada (AR).

As tecnologias que promovem a sustentabilidade estão crescendo em importância. A grande maioria (94%) dos entrevistados afirma ter priorizado metas de sustentabilidade para 2023 e para os próximos anos. Além disso, afirmam que qualquer tecnologia implementada por suas empresas deve ser energicamente eficientes e ajudar a reduzir a pegada de carbono.

Inteligência artificial é onipresente

De acordo com a pesquisa da IEEE, 98% dos entrevistados concordam que, em 2023 e nos anos seguintes, softwares autônomos e colaborativos com inteligência artificial e robôs móveis automatizarão processos e tarefas, incluindo análise de dados, permitindo que os humanos sejam mais eficientes e eficazes.

Quando perguntados qual porcentagem de empregos em toda a economia global será impactada positivamente pela inteligência artificial, 24% dos entrevistados disseram 1-25%; 40% dos entrevistados disseram 26-50%; e 27% dos entrevistados disseram 51-75%.

Sobre a IoT, que otimiza máquinas industriais inteligentes, sensores, processadores e os dados em tempo real que eles geram, 98% dos entrevistados dizem que usar a tecnologia de gêmeos digitais e simulações virtuais em 2023 para projetar, desenvolver e testar com segurança protótipos de produtos e processos de fabricação com mais eficiência será importante, incluindo 68% que dizem que será muito importante.

Devido ao seu rápido e alto rendimento de dados, o 5G vai impactar a conectividade e a automação veicular em 2023, de acordo com 97% dos entrevistados. Eles também afirmam que a nova geração beneficiará mais as seguintes áreas em 2023: (56%) aprendizado e educação remotos; (54%) telemedicina, incluindo cirurgia remota e transmissões de dados médicos; (51%) entretenimento, esportes e transmissão de eventos ao vivo; (49%) comunicações pessoais e profissionais do dia a dia; (29%) transporte e controle de tráfego; (25%) fabricação/montagem; (23%) redução da pegada de carbono e eficiência energética.

Globalmente, a grande maioria (95%) dos entrevistados concorda que os satélites espaciais para conectividade móvel em áreas remotas serão um divisor de águas em 2023, porque permitem conexões de dispositivos 5G em qualquer lugar, 24 horas por dia, 7 dias por semana, superando a infraestrutura terrestre. Quase nove em cada 10 dos entrevistados (88%) concordam que o 6G será primariamente ainda um trabalho em andamento em 2023, mas que o 6G deve ser padronizado nos próximos cinco anos.

O Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, ao realizar o estudo “The Impact of Technology in 2023 and Beyond: an IEEE Global Study” entrevistou 350 CIOs, CTOs, diretores de TI e outros líderes de tecnologia nos EUA, China, Reino Unido, Índia e Brasil. As pesquisas foram realizadas de 14 a 16 de setembro de 2022.

Investimentos no setor de telecom atingem R$ 17,4 bi

Relatório da Conexis Brasil Digital, que reúne as empresas de telecomunicações e de conectividade, aponta que o setor de telecomunicações investiu, no segundo trimestre de 2022, R$ 17,4 bilhões, em valores reais. A receita bruta do setor alcançou R$ 68,1 bilhões no mesmo período. Em valores nominais, a receita bruta do 2T22 teve um aumento de 6,5% e em valores reais houve uma queda de 4,8% em relação ao 2T21. Maior participação na receita foi da telefonia móvel, representando 40% da receita total do setor, que inclui a telefonia e a banda larga móvel, seguida da banda larga fixa, com 28%.

De ICMS, no primeiro semestre de 2022, foram recolhidos R$ 13,2 bilhões. O setor emprega diretamente 523 mil trabalhadores. Comparado com 1T22 houve um leve aumento de 0,2% na mão de obra do setor: crescimento na indústria, nos serviços e nos call centers e redução na mão de obra de implantação. A banda larga, fixa e móvel, cresceu 8,1% em relação a 2021, com a conexão de 20,1 milhões de novos acessos. Os acessos da telefonia fixa e da TV por assinatura seguem em queda, 8,3% e 5,7% respectivamente em relação aos números do 2T21.

5G: alta velocidade aliada a baixa latência

O professor e pesquisador do Departamento de Engenharia de Teleinformática da Universidade Federal do Ceará (UFC), Charles Casemiro Cavalcante, explica que a importância da tecnologia 5G reside, basicamente, em dois pontos: no aumento da taxa de transmissão, que é a velocidade com que os dados chegam nos dispositivos, e na baixa latência (tempo de resposta), que é a demora para a demanda de um serviço.

“Quanto menor for essa latência, melhor, pois o sistema está respondendo quase que instantaneamente”.

O 5G pode ser caracterizado justamente por isso. São altas taxas de transmissão com baixíssima latência. “Isso permite que se possa trabalhar com o que chamamos de sistemas críticos, ou seja, aqueles onde as soluções dependem fortemente dessa velocidade de reação. Essas duas coisas combinadas, de alta taxa e baixa latência em dispositivos móveis, permitem que a gente trabalhe em várias áreas. E isso traz um impacto enorme em diversas camadas da sociedade”.

A área de automação é uma delas. Ele cita também a área da saúde, onde vai ser possível ter médicos atendendo em uma localidade mais remota em tempo real, inclusive em uma cirurgia, com troca de informações instantâneas. Ele cita também o comércio de forma geral, que, com as altas taxas, permite a criação de plataformas de transferências de informações muito mais eficazes. A área da educação pode ser beneficiada, com acessos a conteúdos de forma mais rápida, e no agronegócio, um dos pontos fortes do Brasil.

“Quando a gente fala de 5G a gente não está falando só de aparelho celular que o ser humano está usando, não. A gente está falando de comunicação entre dispositivos, que podem ser muito pequenos, como, por exemplo, sensores, ou mais rebuscado, como máquinas maiores. Então, é esperada uma automação maior como, por exemplo, na atividade agrícola, quer seja para irrigação, monitoramento de umidade, temperatura. Enfim, para mensuração de uma forma geral de dados que são relevantes para tomada de decisão nos planos de negócios”.

O Brasil ainda está engatinhando quanto ao uso do 5G – afirma o professor. A maioria dos aparelhos celulares ainda não permite a conexão, de acessar as faixas de frequência que o 5G opera. “Então, a gente deve ter um aquecimento muito maior a partir do próximo ano, talvez consolidando em 2024, com essa proliferação de um maior número de celulares 5G. E também de um maior número de empresas migrando para essa parte de tecnologia de informação para habilitar o 5G para suas soluções”.

O vice-Presidente de Engenharia da V.tal, Cícero Olivieri, vai mais além ao afirmar que não serão apenas os smartphones que terão sua capacidade de baixar e enviar dados aumentada, ou a velocidade com que as pessoas acessam sites, baixam vídeos e usam aplicativos. O 5G vai viabilizar novas aplicações, como os carros autônomos e cirurgias remotas, que precisarão de baixíssima latência para funcionarem com segurança. A Internet das Coisas vai criar mais um monte de equipamentos conectados, produzindo e recebendo dados e utilizando as mesmas antenas.

“A nova tecnologia 5G na telefonia móvel tem um enorme potencial para mudar a forma como fazemos negócios, como trabalhamos, estudamos e muitas outras aplicações que ainda nem imaginamos, mas que virá em consequência das vantagens operacionais relacionadas, especialmente a velocidade e a capacidade de transportar um grande volume de dados”.

O maior desafio do setor vai ser conectar todas as antenas de 5G com fibra óptica, para que elas possam, de fato, transmitir e receber grandes volumes de dados e com a maior velocidade possível. A fibra óptica já era utilizada para conectar as antenas e estações rádio base usadas pelas operadoras para os serviços de 4G. Com a chegada do 5G, o que muda é a intensidade desse volume, que passará a ser de cinco a dez vezes maior.

Olivieri chama atenção para outro detalhe: além do alto volume de dados trafegado, o 5G possui uma baixíssima latência (tempo de resposta), ou seja, quando o usuário clicar num vídeo, por exemplo, ele tem que baixar imediatamente. Para isso, será preciso ter também de cinco a dez vezes mais antenas, o que significa que toda essa infraestrutura vai precisar ainda mais dos cabos de fibra óptica para atender a esse aumento gigantesco de dados circulando.

“E para que chegue mais rapidamente a um número maior de usuários, vai ser preciso ter uma rede de cabos já implantada, como a da V.tal, que é de 430 mil quilômetros e chega a 2.300 cidades em todos os estados do Brasil”, conclui. A empresa pretende investir, até 2025, R$ 30 bilhões no 5G, sobretudo no fornecimento de backhaul.

22 capitais já estão com 5G

De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações, já possuem estações de 5G em operação as cidades de Brasília/DF, Belo Horizonte/MG, Curitiba/PR, Fortaleza/CE, Florianópolis/SC, Goiânia/GO, João Pessoa/PB, Natal/RN, Palmas/TO, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Rio de Janeiro/RJ, Salvador/BA, São Paulo/SP e Vitória/ES. A faixa de 3,5 GHz é a que garante as melhores potencialidades da quinta geração.

Até o dia 28 de novembro, quando vence a obrigação editalícia, as prestadoras Claro, Tim e Vivo deverão ter, no mínimo, oito estações de 5G ativadas em Aracaju/SE, cinco em Boa Vista/RR, 11 em Campo Grande/MS, oito em Cuiabá/MT, 13 em Maceió/AL, 14 em São Luís/MA e 11 em Teresina/PI.

Mais cinco capitais brasileiras (Belém, Macapá, Manaus, Porto Velho e Rio Branco) estão liberadas para ativar o sinal 5G desde o dia 6 de outubro, completando a fase inicial da operação da nova tecnologia em todas as 27 capitais do país, incluindo Brasília.

Vendas de pacotes 5G da Brisanet só no 2º semestre de 2023

A venda de pacotes de dados 5G da Brisanet somente vão ser realizadas no segundo semestre de 2023 e não mais para o início do ano, como estava previsto anteriormente. O objetivo é “ativar comercialmente e vender só no segundo trimestre”. A informação foi passada pelo CEO da operadora nordestina, Roberto Nogueira, ao falar para os acionistas da empresa sobre os resultados do terceiro trimestre deste ano.

A operadora vai manter uma postura comedida na expansão da infraestrutura e acredita que a estrutura atual é capaz de adquirir novos clientes, conforme veiculação do Portal Tele.Síntese. “A ativação do 5G comercial, pôr o produto no mercado, estava estimada para o primeiro trimestre, com previsão para março. Vamos esticar um pouco mais esse prazo, em função da integração de todo o sistema”, afirmou o CEO, conforme apurou o Tele.Síntese.

O adiamento ocorre em função da habilitação da infraestrutura, como torres e antenas de 5G, e de uma plataforma de gestão e processamento de dados, recém-adquirida pela operadora, entrar em pleno funcionamento. No terceiro trimestre de 2022, a Brisanet apresentou lucro líquido de R$ 22 milhões, resultado que reverteu o prejuízo de R$ 6,6 milhões registrado em igual período de 2021, e a perda de R$ 1,3 milhão do segundo período deste ano.

Já a receita líquida da operadora cresceu 34%, passando de R$ 190 milhões (no terceiro trimestre de 2021), para R$ 254,2 milhões no mesmo período de 2022. De acordo com a empresa, isso foi consequência da elevação na quantidade de assinantes, de 790,7 mil em setembro de 2021 para 1,03 milhão em setembro de 2022, ou seja, alta de 31%.

Confira o ranking das telecomunicações no Brasil

Levantamento da Teleco – inteligência em telecomunicações revela o ranking em telecom no país no segundo semestre de 2022. A Claro liderou em cinco indicadores, seguida pela Vivo (três) e as Competitivas Desktop e Vero com um cada. Confira o quadro:

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