Em 2021, a exemplo do que ocorreu em 2020, o Ceará ocupou a 19º colocação no ranking nacional (26 estados, mais o Distrito Federal) de emissão bruta de Gases do Efeito Estufa (GEE), com uma participação de 1,16%, o equivalente a 28.024.418 toneladas de carbono equivalente/ equivalente/CO2 do total do Brasil, que foi de 2.422.625.065. O resultado cearense está acima de seis estados do Nordeste (Pernambuco, Piauí, Paraíba, Sergipe, Rio Grande do Norte e Alagoas) e abaixo do Maranhão (7º) e da Bahia, em 12º. As maiores emissões foram registradas no Pará, que ocupou a 1ª posição no Brasil, com participação de 18,49%. O valor das emissões em 2021 do Ceará é o segundo mais baixo dos últimos 10 anos, quando se contabilizou, em 2012 a participação de 1,54%.
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São Gonçalo do Amarante, Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Sobral, Juazeiro do Norte, Quixeramobim, Morada Nova, Iguatu, Tauá, Limoeiro do Norte, Crateús, Acopiara, Crato, Quixadá, Canindé, Jaguaribe, Itapipoca, Maranguape e Icó são os 20 dos 184 municípios cearenses que mais emitiram GEE em 2019, de acordo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG). Dos 20, cinco estão localizados na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Os dados – e muitos outros – estão no “Boletim sobre a emissão de gases do efeito estufa no estado do Ceará 2021”, elaborado pela Gerência de Estatística, Geografia e Informações (Gegin) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
De acordo com Rafaela Martins Leite Monteiro, titular da Gegin e autora do trabalho, juntamente com o analista de Políticas Públicas Cleyber Nascimento de Medeiros, as emissões líquidas (emissões brutas menos remoções) no Ceará somaram, em 2021, 22.527.258 toneladas de CO2e, levando o estado a ocupar a 19º colocação, com 1,28% do total do Brasil, que foi de 1.755.709.897. Já as estimativas de remoção de GEE (a fixação biológica do carbono ocorre através da fotossíntese e, quando realizada, reduz temporariamente a concentração de CO2 na atmosfera) do Ceará foram de 5.497.160 toneladas de CO2e, levando a ocupar a 18ª posição nacional.
Emissão Bruta de GEE no Ceará
No Ceará, a principal fonte de emissão bruta de GEE correspondeu a geração de energia (42%), vindo em seguida a atividade da agropecuária (27%). Segundo Cleyber Nascimento, a fermentação entérica (66%) foi a principal responsável pelas emissões de GEE no setor da agropecuária no Estado em 2021. Ela corresponde a um processo digestivo natural (emissão de gás metano) que ocorre em animais ruminantes, como gado, ovelhas e cabras. Os solos manejados foram responsáveis por 21,68% das emissões de GEE da agropecuária, envolvendo a utilização de calcário, uréia, fertilizantes nitrogenados, entre outros. A atividade da pecuária bovina (gado de corte e de leite) é responsável por mais de 70% da emissão de GEE no Ceará relativo ao setor da agropecuária.
As emissões pela queima de combustíveis são as grandes responsáveis pela geração de GEE no setor de energia no ano de 2021, com cerca de 99%. Tais emissões são provenientes principalmente das atividades de transporte (41,15%) e geração de eletricidade (39,49%). O subsetor de produtos minerais foi o responsável pela totalidade de emissões de GEE no setor referente aos processos industriais em 2021. Eles são caracterizados pela produção de cimento, cal, vidro e consumo de barrilha. No que diz respeito aos resíduos, 67,66% das emissões de GEE no Ceará, em 2021, foram provenientes da geração de resíduos sólidos. Por sua vez, 32,34% dos gases de GEE estavam relacionados ao subsetor de esgotamento sanitário (efluentes líquidos).