De acordo com o Ministério da Economia, o benefício para a economia brasileira com a implantação do 5G pode chegar aos R$ 590 bilhões pela próxima década. (Foto: Envato Elements)
As operadoras de telefonia móvel brasileiras já estão presentes com a quinta geração (5G) em todas as capitais brasileiras (26 estados e mais o Distrito Federal) e no próximo ano a expansão vai atingir os principais municípios do país. Elas não perdem tempo e estão acelerando ao máximo para manter e conquistar mais clientes, cada uma buscando sua fatia no grande mercado de telecom.
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O conselheiro Moisés Moreira, vice-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), afirmou no mês passado, em Brasília, ao participar do Painel Telebrasil Talks, que mais de 400 cidades vão estar liberadas para receber o 5G já a partir de janeiro de 2023. Ele, inclusive, observou que o 5G já está ativado em todas as capitais brasileiras e que as prestadoras instalaram cerca de três vezes mais antenas do que o determinado no edital. “Aproximadamente 24% da população brasileira está impactada pela faixa de 3,5 GHz”.
Os consumidores não precisam mudar os planos nem os chips dos celulares para usar a nova tecnologia, pelos menos neste primeiro momento. Basta apenas um aparelho apto a captar o sinal. Atualmente, no Brasil, são 67 modelos de celulares com a capacidade para rodar o 5G, tudo isso certificado e homologado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), 27 a mais do que o registrado até dezembro de 2021.
Mas, a corrida por novos aparelhos deve crescer ainda mais no próximo ano. Na liderança estão a Samsung, com 25 modelos, Motorola, com 14, Apple, com nove, e Xiaomi, com seis. A partir de R$ 1,5 mil o consumidor pode ter acesso a um aparelho 5G.
De acordo com o Ministério da Economia, o benefício para a economia brasileira com a implantação do 5G pode chegar aos R$ 590 bilhões pela próxima década. Já o volume de vendas de produtos e serviços tem estimativa de atingir US$ 13,2 trilhões até 2035, gerando cerca de 22,8 milhões de empregos pelos cálculos da Qualcomm.
Este ano, os investimentos no segmento de telecomunicações devem chegar aos R$ 37,2 bilhões, crescimento de 5% em relação ao ano passado. E o ritmo seguirá o mesmo em 2023. Pelo menos é o que prevê a Conexis Digital Brasil, associação que reúne empresas de telecom.
O diretor de Vendas da Tim Nordeste, Bruno Talento, afirma que a ativação do 5G em Fortaleza e em todas as capitais do Brasil este ano foi um marco importante, pois a chegada da nova tecnologia será revolucionária no país, uma vez que vai permitir o surgimento de uma nova economia. Em Fortaleza, a Tim chegou a 34 bairros, com 68 antenas, número duas vezes maior que a obrigação mínima estabelecida pela Anatel para a cidade.
“Para os primeiros meses de operação, temos um feedback positivo, chegando a cerca de 12% do total de tráfego de dados nas localidades de Fortaleza cobertas com o 5G. Registramos picos superiores a 1Gbps (gigabite por segundo). Nosso objetivo é entregar ao cliente a melhor experiência em 5G, especialmente em velocidade. Nossa presença 5G terá um aumento gradativo, tanto em cobertura quanto na qualidade do serviço. Seguimos com um cronograma de implementação que prevê, inclusive, a ampliação de rede para outras cidades.”
Bruno Talento avalia que o 5G ainda é uma tecnologia muito nova no país e no mundo, e sua disponibilidade incentivará naturalmente a criação de aplicações que usem suas funcionalidades, assim como aconteceu no surgimento de outras tecnologias. “O 5G será um propulsor fundamental para uma grande transformação tecnológica e social, impulsionando negócios e realidades. Acreditamos muito nisso e investimos para ter a maior e melhor rede de quinta geração do Brasil, colaborando na evolução da vida das pessoas em diferentes sentidos”.
Onde a rede de quinta geração foi ativada – avalia – já foi possível testar pela primeira vez um dos principais atributos da nova tecnologia: a capacidade de suportar mais acessos simultâneos, podendo conectar milhares de dispositivos por quilômetro quadrado ao mesmo tempo e com qualidade de navegação. Ele informa que foi durante o Rock in Rio, em setembro, no Rio de Janeiro. Como patrocinadora oficial, a TIM fez um grande investimento em infraestrutura na Cidade do Rock, para oferecer a melhor experiência aos clientes.
A operação contou com 35 sites (antenas), sendo 25 com 5G. Como resultado, cerca de 20% do tráfego na rede TIM já aconteceu na quinta geração, com velocidade média de 300 Mbps e picos que superaram 1 Gbps. Em Fortaleza, a TIM patrocinou o Festival Elos e reforçou a rede 5G na Praia de Iracema. O resultado foi muito positivo.
Além disso – informa o Diretor de Vendas da Tim Nordeste – a operadora tem atuado no segmento corporativo e fechou novas parcerias para que o 5G estimule negócios e revolucione diferentes setores da economia no Brasil. Entre os cases, a Fazenda Ipê, no Piauí, que foi a primeira propriedade rural a contar com demonstração 5G com drones, colheitadeiras e outras máquinas agrícolas. Em Pernambuco, o projeto-piloto na fábrica da Stellantis/Jeep, em Goiana. O projeto é integrado ao chão de fábrica e aplicado à manufatura, o objetivo é assegurar a identificação dos veículos de acordo com sua versão e acessórios, com uso do 5G.
O projeto mais recente da TIM com uso da rede 5G foi com o Brasil Terminal Portuário (BTP), que escolheu a TIM e a Nokia como parceiras para a construção e operação de sua rede 5G privada, que vai alavancar a transformação digital de suas operações no terminal de contêineres em Santos, o maior da América Latina. Um dos principais objetivos do BTP neste projeto era ter uma rede privada que possibilitasse a implementação de soluções para aumentar a conectividade dos equipamentos e, consequentemente, a sua eficiência operacional.
A chegada do 5G, segundo Talento, consolida uma série de inovações e investimentos da TIM em infraestrutura no estado. Antes da ativação da nova tecnologia, a operadora realizou projetos-piloto na região, como a ativação do 5G DSS em Fortaleza e antenas chamadas de biosites para aumentar a cobertura 4G na cidade. Os biosites são estruturas criadas e patenteadas pela TIM que têm baixo impacto visual e permitem a expansão da cobertura de voz e dados.
Em dezembro de 2021, a companhia antecipou a meta de cobrir 100% dos municípios cearenses com tecnologia 4G. No Brasil, o plano de investimento da operadora, que inclui o 5G, é de R$ 4,8 bilhões em 2022, ou aproximadamente R$ 14 bilhões entre 2022 e 2024.
O Ministério da Economia estima R$ 240 bilhões de reais em impactos com a chegada do 5G, sendo R$ 20 bilhões para setor de Tecnologia da Informação e Comunicação, “mas a grande transformação do 5G se dará na cadeia produtiva, permitindo que se ganhe mais produtividade” – observa. A chegada do 5G tem o potencial de ser uma grande aliada do processo de transformação digital do país e pode tornar as cidades cada vez mais inteligentes e conectadas.
Ele acredita que a nova tecnologia vai potencializar, por exemplo, a implementação da Internet das Coisas (IoT) no dia a dia dos brasileiros. “Tem um estudo recente do BNDES apontando que o uso de IoT vai gerar uma economia estimada de US$ 1,6 trilhão até 2025 nas cidades em todo o mundo. No Brasil, a previsão é de um ganho econômico potencial de US$ 27 bilhões”.
“Além disso, os benefícios da rede de quinta geração podem impulsionar uma maior conectividade das cidades e adoção de recursos inovadores, como semáforos inteligentes e plataformas de transporte conectados para diminuir os congestionamentos. É verdade que o Brasil ainda tem uma longa jornada pela frente, mas algumas cidades estão antenadas com as novas tecnologias”.
Bruno Talento, diretor de Vendas da Tim Nordeste
A Vivo começou a oferecer o 5G no final ano passado, após ser a empresa que mais arrematou frequências durante o leilão da Anatel – cujo investimento total foi de R$ 4,5 bilhões – utilizando a faixa de 2,3GHz (NSA) nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, de acordo com a sua Assessoria de Imprensa. E, desde o início de julho, iniciou a ativação na frequência de 3,5GHz, já disponível em todas as capitais.
“O 5G já é uma realidade para aqueles que possuem um smartphone que permita a conexão na quinta geração. De forma geral, a rede 5G traz benefícios imediatos aos consumidores a partir de uma internet móvel de ultravelocidade, abrindo espaço para as empresas criarem serviços e experiências imersivas, com o uso mais frequente e eficiente de tecnologias de realidade virtual e inteligência artificial. Com a infraestrutura 5G em sua máxima potência, abrimos um mundo de possibilidades para clientes e sociedade em geral”.
Além da quinta geração, que segue expandindo pelas capitais, a Vivo garante que seus clientes contam com a maior cobertura móvel em 4,5G, presente em mais de 3,3 mil municípios – além de 4G e 3G –, e com a principal rede de fibra da América Latina. “Atualmente, estamos em 486 bairros, 22 em Fortaleza. Como esse ano a previsão é lançar somente as capitais, a população coberta é de 24%. Temos um dos maiores backbones do país, que é um diferencial para implantação da tecnologia, pois as antenas do 5G devem estar conectadas por uma rede de transmissão de alta capacidade e qualidade”.
Mais de 70% dos aparelhos comercializados pela Vivo são de quinta geração, desde os smartphones de entrada até a linha premium. Atualmente, a Vivo possui em seu portfólio 57 devices, entre smartphones e tablets, homologados para o 5G que podem ser adquiridos nas mais de 1,7 mil lojas físicas ou pelo e-commerce da Vivo. Sendo que 26 dos dispositivos vendidos pela Vivo já funcionam na rede SA (standalone). Houve um crescimento de 36% na participação de aparelhos 5G desde o início do ano (julho em relação a janeiro). Eles representaram 85% da receita de vendas em julho, com crescimento de 24% quando comparado com o mês de janeiro.
O sítio Minha Operadora, especializado em telecomunicações, publicou, no final de novembro, informação de que a Ericsson projeta que a base mundial de dispositivos 5G vai crescer cinco vezes de 2022 até 2028. Com isso subirá de 1 milhão para 5 milhões. Essa projeção foi resultado do relatório da empresa Ericsson Mobility Report. A expectativa é que em 2028 a rede 5G seja a principal internet móvel para a telefonia celular. Correspondendo assim por 55% do total de 9,2 bilhões de conexões móveis. Com isso, a espera também que a América do Norte será a porção com maior participação do 5G em 2028 (91%). Logo após ela vem a Europa Ocidental (88%) e depois a América Latina com 50% da sua base móvel sendo 5G.
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