O mercado entrou em crise depois que a empresa varejista Americanas comunicou que encontrou inconsistências em seus balanços financeiros no valor de R$ 40 bilhões, segundo atualização feita sábado. O CEO da empresa, Sérgio Rial, renunciou ao cargo. Como consequência, as ações da Americanas caíram 77,33% na Ibovespa, passando de R$ 10,8 bilhões para R$ 2,4 bilhões.
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Com expertise em gerenciamento de crise e mais de 30 anos no mercado, o CEO da TrendsCE, Marcos André Borges, esclarece, em entrevista ao portal Nosso Meio, sobre o caso e conta como o setor da comunicação tem um papel fundamental nesse momento.
De acordo com ele, a reputação é o ativo mais valioso que uma empresa pública ou privada tem. No entanto, Marcos pontua que as crises de imagem são variáveis que qualquer instituição está sujeita.
“Muitas vezes os profissionais de comunicação podem prever uma crise pela expertise adquirida ao longo dos anos. São sinais que indicam que algo pode estar por vir. Então, muitas vezes, a equipe de comunicação já pode ir tomado providências – de forma preventiva – para tentar evitar que a crise se instale ou, pelo menos, amenizá-la”.
Marcos André Borges, CEO da TrendsCE
Porém, comenta o especialista, em muitos casos isso não é possível. “No caso das Americanas é provável que os responsáveis pela comunicação não tenham tido nenhum indício do que vinha acontecendo. Pegou todos de surpresa a não ser, possivelmente, alguns diretores que venderam suas ações antes que a ´bomba estourasse’. Fato, inclusive, que está sendo investigado”, diz Marcos.
Ele aponta algumas iniciativas que podem mudar ou minimizar os efeitos de uma crise. O especialista explica, no entanto, que esses passos não devem seguir, necessariamente, essa ordem. Porém, ele destaca que a empresa precisa se posicionar o mais rápido possível para minimizar o compartilhamento de informações falsas.
Nesses casos a primeira providência é formar um gabinete de crise com a presença de profissionais especializados em gerenciamento de reputação, advogados da empresa, gestores e técnicos das áreas envolvidas (direta e indiretamente) e a alta cúpula da instituição.
O segundo passo é instalar uma sindicância para saber se existe responsáveis dentro da empresa, quem são, se foi negligência ou sabotagem, se tem como reparar ou amenizar o dano etc. Enfim, “passar um pente fino” em todo ambiente interno da companhia para se ter uma radiografia do fato gerador.
O terceiro passo é avaliar a amplitude da crise e suas consequências. O alcance dos danos e onde está sendo repercutido tais como: imprensa, redes sociais, público interno, fornecedores, parceiros, poderes públicos, sociedade cível organizada e opinião pública em geral.
O quarto aspecto é fazer uma análise da conjuntura, avaliando todos esses aspectos citados, e, e uma projeção de alguns possíveis cenários (A, B, C…) e definir a estratégia global e um conjunto de ações táticas apropriadas para cada uma das situações projetadas.
E, finalmente, definir e treinar um único porta voz ou porta vozes específicos – para cada aspecto envolvido – e manter a uniformidade do discurso definido na estratégia traçada.
Com informações do portal Nosso Meio
Planejamento e estratégias asseguram eficiência na gestão de crises