O Wi-fi 6 é a última geração de redes sem fio e trata-se de um tipo de conexão que opera em canais de 160 MHz (megahertz) de 6 GHz (gigahertz). Na prática, uma rede mais veloz e de menor latência, comparável ao desempenho do 5G.
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O professor universitário, líder de TI e consultor educacional da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), Oscar Sarquis, explica que o padrão Wi-Fi 6 veio para incorporar as melhores funcionalidades do padrão 802.11ac. “A 6ª geração para redes móveis permite que os pontos de acesso comportem mais clientes em ambientes densos e proporcionem uma melhor experiência aos usuários nas redes LAN sem fio tradicionais”.
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Essa tecnologia também oferece um desempenho mais previsível para aplicações avançadas, como vídeo 4K ou 8K, aplicativos de colaboração de alta densidade e alta definição e escritórios que trabalham exclusivamente com conectividade sem fio e Internet das Coisas (IoT).
Uma tendência importante é que o IoT apresenta um desafio significativo para as empresas. “Como conectar com segurança e facilidade centenas ou milhares de dispositivos eletrônicos à rede corporativa de TI de acordo com suas necessidades operacionais e de engenharia”, aponta Sarquis.
Tradicionalmente, essas necessidades foram atendidas com tecnologia proprietária, de nicho ou específica de provedor de serviços.
“O Wi-Fi corporativo tem sido cada vez mais escolhido como a plataforma interna de IoT por causa de suas economias de escala significativas e facilidade de gerenciamento pela TI”.
Oscar Sarquis, consultor da Abstartups
Principais atributos de qualidade Wi-Fi
- Maior velocidade: o Wi-Fi 6 pode alcançar velocidades de até 9,6 Gb/s;
- Menor interferência: roteadores com suporte ao Wi-Fi 6 entregam a assinatura BSS Color para diminuir interferências;
- Maior número de dispositivos conectados: é possível conectar mais dispositivos sem perda de velocidade;
- Economia de energia: a tecnologia Target Wake Time diminui o consumo de energia, aumentando a vida útil da bateria dos dispositivos.
Para o líder de TI, no futuro também podemos imaginar uma empresa em que os usuários estejam virtualmente conectados a colegas, parceiros e clientes por meio da tecnologia de Realidade Aumentada (AR), Realidade Virtual (VR) ou Realidade Mista (MR).
“Os benefícios dessa forma de colaboração estão sendo descobertos todos os dias à medida que pesquisadores, engenheiros e TI desenvolvem soluções corporativas como telemedicina, suporte de campo remoto, treinamento virtual e colaboração. O que está claro é que uma taxa de transferência significativa (por exemplo, 1 Gbps+) e baixa latência (por exemplo, <10 ms) são necessárias para esses aplicativos, requisitos esses plenamente atendidos pelo novo padrão”, destaca Sarquis.
O Wi-Fi 6 ainda traz a tecnologia Target Wake Time (TWT). Com ela, dispositivos conectados à rede podem determinar quando vão começar a receber e enviar dados, aumentando a vida útil da bateria de smartphones, tablets e de outros aparelhos inteligentes. Esse novo padrão de rede sem fio também entrega a criptografia WPA3, que oferece maior proteção contra ataques de força bruta.
Por fim, a combinação de 5G, Wi-Fi 6 e Web 3.0 terá também um papel relevante para reduzir a lacuna digital, segundo o empreendedor Victor Ximenes. “Esse combo muda totalmente a visão dos negócios, tanto do ponto de vista tecnológico quanto da descentralização dos serviços, acessibilidade, organização e transparência”, afirma.
“Historicamente, cada geração de celular (2G, 3G e 4G) transferiu cada vez mais tráfego para o Wi-Fi. Para o futuro, está claro que mesmo a mais nova tecnologia celular (5G) exigirá uma capacidade Wi-Fi significativa compatível com serviços de voz e vídeo. Assim, os padrões de telefonia móvel foram elevados, mas não houve até então uma melhoria dos serviços de Wi-Fi que dessem suporte a essa evolução”, confirma Oscar Sarquis.
A expectativa para o mercado global de Wi-Fi 6 para este ano é de que atinja a marca de US$ 11,5 bilhões. Esta estimativa foi divulgada no relatório mais recente elaborado pela MarketsandMarkets. Ainda de acordo com o estudo, até 2027 esse valor aumentará para US$ 26,2 bilhões.
Uso de novas tecnologias e gerenciamento de dados
A Web 3.0, conhecida também como Web Semântica, é a nova tendência mundial que afetará o modo como as pessoas se relacionam com a internet, bem como o impacto disso na sociedade moderna.
Segundo o empreendedor Victor Ximenes, um fator interessante dessa internet futurista é conseguir fazer a leitura dos dados de forma eficiente.
“A Web Semântica proporciona pegar o algoritmo como o conteúdo e vincular uma indexação mais amigável para o consumidor”
Victor Ximenes, empreendedor
Nessa etapa, tecnologias como blockchain, 5G, internet das coisas (IoT) e inteligência artificial (IA), serão responsáveis por potencializar o uso de novas ferramentas e plataformas na nova internet, e os tokens não fungíveis (NFTs) concedem propriedade sobre obras artísticas, músicas, colecionáveis e até itens de jogos.
Oscar Sarquis confirma que no novo ciclo da Web 3.0, ganha relevância o uso inteligente e descentralizado de dados, produzidos e consumidos em diversas plataformas. “Parece claro que a disseminação do IoT, mais o uso de inteligência artificial, mais a capacidade de processamento confiável de forma descentralizada propiciado pelo blockchain serão revolucionários nesse sentido”, comenta.
Nova web é marcada por três grandes conceitos
- descentralização: independência de bancos, órgãos governamentais, fronteiras demográficas ou tecnologias de empresas
- privacidade: evitar a exposição de dados pessoais, incômodo com rastreamento e fuga das publicidades direcionadas
- virtualização: fortalecimento de mundos digitais e reprodução de experiências realísticas de modo virtual
Nessa nova fase da Web, é adicionado um elemento inovador e fundamental: a inteligência artificial. A partir do cruzamento de dados e do desenvolvimento do machine learning, a Web 3.0 tem a capacidade não apenas de gerar e armazenar informações, mas também de interpretá-las. Dessa forma, a combinação de esforços entre homem e máquina cria uma experiência de uso muito mais personalizada e interativa.
A tecnologia também vem para solucionar uma das maiores preocupações atuais do internauta, que é a segurança de dados. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor em fevereiro de 2020, tem o objetivo de regulamentar a utilização de informações pessoais por parte de empresas e evitar seu uso indevido ou não autorizado.
De acordo com Oscar Sarquis, a capacidade de processamento descentralizado e confiável propiciado pela IA e blockchain tornaram possível esse novo padrão. “A Web 3.0 é rotulada como a web inteligente, em que o usuário tem maior controle sobre o uso de dados produzidos por ele no espaço digital. Além de otimização de informações disponibilizadas, essa nova fase promete mais segurança, transparência e velocidade”, esclarece.
“As aplicações na Web 3.0 são baseadas no sistema chamado DAO (Organização Autônoma Descentralizada), que é um algoritmo pré-programado de alta complexidade em que tem uma automaticidade e que os próprios usuários servem como votantes diretamente na plataforma. Ou seja, o usuário tem direito de voto de acordo com a quantidade de empresas que ele tem. A questão é que foi desenvolvida uma tecnologia completamente descentralizada”, confirma Victor Ximenes.
Com isso, as empresas não vão mais atuar como intermediárias na personalização da navegação dos usuários, e a Web 3.0 reforça isso. A descentralização não diz respeito apenas ao armazenamento de dados por parte das companhias, mas sim à totalidade do cenário digital.
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