Ônibus elétricos já fazem parte do sistema de transporte público de São José dos Campos, a 98 quilômetros de São Paulo. São os VLPs (Veículos Leves sobre Pneus). Eles são usados na Linha Verde, um corredor sustentável que liga a região Sul ao Centro da cidade. Não emitem carbono e nem ruído, proporcionam uma viagem mais confortável e até 50% mais rápida.
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Com capacidade para 168 pessoas, os VLPs contam com ar-condicionado ecológico, Wi-Fi, conectores USB para celulares e vidros com tratamento UV. Possuem autonomia de 270 km e são alimentados exclusivamente por baterias, com tempo de recarga em até 3h. São José dos Campos é uma das primeiras cidades do Brasil a planejar o transporte coletivo com veículos elétricos. O novo sistema não possui catracas ou cobradores. É o próprio passageiro que valida seu cartão eletrônico nos equipamentos instalados nas portas de entrada do ônibus.
Ao todo são 12 ônibus articulados 100% elétricos circulando pela cidade. Com 22 metros de comprimento cada, os VLPs têm poltronas estofadas com apoio de cabeça, além de monitores instalados no teto (seis câmeras de alta definição, duas delas com infravermelho), rádio e alto falantes. Os veículos também contam com um sistema UV-C de desinfecção do ar instalado no ar-condicionado, acabamento com aditivos antimicrobianos nas poltronas, balaústre e alça pega mãos. Os VLPs de São José, em vez de espelhos retrovisores, contam com duas câmeras de alta definição, que cobrem um campo de visão maior e permitem que os motoristas vejam pontos cegos.
Empresa de ônibus elétricos planeja abertura de fábrica no Pecém
Em julho do ano passado, a chinesa Higer Bus, que fabrica os VLPs de São José dos Campos, assinou um memorando com o governo cearense de Eletromobilidade Urbana na cidade de Fortaleza com a implantação de uma fábrica de ônibus e caminhões elétricos movidos a bateria e hidrogênio.
A empresa vai aplicar US$ 50 milhões em uma fábrica de ônibus elétricos no Pecém, na região metropolitana de Fortaleza. A montadora já investiu US$ 10 milhões no desenvolvimento de um veículo destinado ao mercado brasileiro, que recebeu homologação, e planeja oferecer, num futuro próximo, ônibus a hidrogênio montados no Brasil.
A Higer Bus planeja iniciar a produção de seus veículos no Brasil a partir de 2023. Na primeira fase, os ônibus elétricos da Higer serão importados. A etapa final será a nacionalização da oferta de peças, dentro de dois anos, para completar os planos de estabelecer em território brasileiro uma unidade de produção local.
O diretor-geral da Higer Bus para América do Sul, Marcelo Barella, disse ao Estadão que identificou no Brasil e na América do Sul “os maiores mercados no segmento de ônibus urbano”. A empresa conta com a possibilidade de cidades brasileiras investirem em eletromobilidade. De acordo com o executivo, São Paulo, por exemplo, tem como compromisso comprar 2,6 mil ônibus elétricos até 2024. São José dos Campos planeja ter uma frota de ao menos 400 ônibus urbanos. E cidades como Curitiba, Niterói, Recife e Salvador também iniciaram estudos para o setor.
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