Num país diverso como o Brasil, o turismo de aventura e a busca por uma conexão com a natureza tem crescido nos últimos anos. Um dos destinos que tem despertado a atenção de brasileiros e de turistas internacionais é a região da Amazônia. O portal TrendsCE conversou com a jornalista e empresária Thaís Di Miceli, que viajou com o turista alemão Phillip para Manaus e, de lá, seguiram para uma imersão na floresta.
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“Foi uma experiência muito rica. Eu moro no exterior e a Amazônia era um dos destinos dos sonhos do Phillip, e planejamos tudo sozinhos, a iniciativa de viver esse novo foi dele. É muito gratificante saber que comunidade internacional admira demais tudo que a floresta nos oferece. Acredito que o ecoturismo é uma tendência que chegou pra ficar, e é algo que os brasileiros estão despertando agora para visitar. No exterior, visitar a Amazônia é um dos sonhos de muitos estrangeiros e eles admiram essas vivências na floresta, conhecer as comunidades indígenas, dormir na floresta. Coisas que só uma floresta tropical como a Amazônia nos oferece”.
Thaís Di Miceli, jornalista e empresária
De olho em proporcionar vivências e uma conscientização ambiental da floresta, as opções de hospedagem são os chamados “lodge”, hotéis que ficam localizados na selva e proporcionam uma experiência peculiar ao público. Dentre as atrações estão trilhas na floresta, rituais com a cultura local, pesca esportiva, pernoite na mata, passeio no Rio Negro e contato com os nativos.
Dentre as experiências inusitadas e desafiadoras, a jornalista e amante de aventuras pelo mundo fala sobre os momentos que marcaram a viagem. “A noite que realizamos o pernoite na floresta foi bem peculiar. A equipe do lodge nos proporciona uma vivência bem real, e nessa noite dormimos em redes, aprendemos a ascender uma fogueira com pedras. Foi tudo bem rústico e natural. E também vivi perrengues, num dia precisei de cuidados médicos por conta de um mal-estar, em vez de ir a um pronto socorro que era a 150 quilômetros do local, a equipe do hotel me levou numa tribo indígena na região de canoa, bem na madrugada, hora que os crocodilos estão acordados, gelei e fui, lá recebi um medicamento natural à base de limão e em pouco tempo os sintomas passaram. Foi uma experiência memorável”, lembra Thaís.
Alter do Chão (PA) e seus encantos
Já a engenheira elétrica Priscila Cavalcante e a pedagoga belga Linde Goubert, visitaram Alter do Chão, que fica em Santarém, no Pará, cidade conhecida como o Caribe da Amazônia. “Escolhemos passar dois dias em Belém e de lá seguimos para Alter do Chão. A decisão do destino foi para conhecer culinária local, que é deliciosa e também para visitar floresta. Em Alter do Chão, fizemos passeios belíssimos nos rios, conhecemos a mata nativa da Amazônia e árvore ‘mãe’ samaúma, que é a maior árvore do local. Fizemos passeios nos rios e visitamos as florestas de Igapó, o lugar é lindo, composto por árvores da região, e a luz do sol gera um espelho d’água com reflexos das árvores. Fiz fotos belíssimas que hoje decoram o nosso lar. Sendo que tínhamos uma expectativa ainda maior, e precisamos voltar, já está nos nossos planos conhecer Manaus e viver uma experiência imersiva na floresta”, comenta Priscila.
A busca de turistas por destinos onde a preocupação ambiental é vista como um dos atrativos cresce no mundo todo cerca de 3% ao ano, segundo a Sociedade Internacional de Ecoturismo (Ties, na sigla em inglês). Seguindo essa tendência, comunidades indígenas e ribeirinhas da Amazônia, bioma que abrange o território de seis países (Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia e Venezuela), encontraram no turismo sustentável uma forma de contribuir para a conservação de seu território e da sua cultura, de acordo com informações do portal National Geographic Brasil.
A Organização das Nações Unidas (ONU) também conhece esses benefícios. Um documento criado em 2015 coloca o turismo como uma das ferramentas capazes de auxiliar a sociedade a atingir as metas de progresso sustentável até 2030. Trata-se dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), cujos artigos 8, 12 e 14 tratam exatamente desse tema. Entre os benefícios de projetos turísticos administrados de forma sustentável, a ONU elenca: reduzir as ameaças à vida selvagem e manter a biodiversidade; diminuir a pobreza; promover inclusão social e preservar a herança cultural.
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