A produção da Indústria da Confecção no Ceará fechou 2022 apresentando um forte recuo de 32,8%. A retração intensa do último ano superou, inclusive, a redução na produção observada em 2020 – ano marcado pela pandemia -, quando a produção industrial foi paralisada diante da necessidade de combater contaminação pelo novo coronavírus. Naquele ano, a queda foi de 30,5%. Os dados, levantados pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), estão na Pesquisa Industrial Mensal do IBGE (PIM-PF).
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Em 2019, último ano antes da pandemia, o segmento apresentou uma leve expansão, com alta de 2,2%. Na sequência, após o recuou em 2020, o ano da pandemia, a atividade da confecção ensaiou um processo de recuperação em 2021, quando a produção cresceu 16,5%. No entanto, tal movimento não sustentou no ano seguinte. Os resultados e análise estão no Enfoque Econômico (Nº 247) – Indústria na Confecção no Ceará: Relevância e Desempenho Recente, publicado pela Diretoria de Estudos Econômicos (Diec) do Ipece.
Para o analista de Políticas Públicas do Ipece, Witalo de Lima Paiva, autor do trabalho, o resultado acumulado para o ano de 2022 demonstra um ano difícil para atividade industrial da confecção no Ceará. Quando a análise recai sobre o comportamento mensal ao longo do ano, a percepção de um momento de encolhimento severo da produção fica cristalina.
“O segmento da confecção registrou intensas retrações na produção em todos os meses de 2022, na comparação com iguais meses do ano anterior. Nestes, destaque para janeiro (-48,1%), dezembro (-42,6%) e fevereiro (-40,9%) com as maiores quedas”.
Witalo de Lima Paiva, analista de Políticas Públicas do Ipece
Witalo Paiva explica que os números destacam a realidade cearense em 2022. Ao realizar uma comparação com os demais estados brasileiros, o desempenho cearense, em 2022, mostra-se completamente descolado do resultado nacional e daquele apresentado pelos principais parques nacionais, São Paulo e Santa Catarina, em um quadro distinto do observado em 2021, quando os desempenhos foram similares. “A despeito dos resultados negativos para o país (-8,4%) e para a Indústria da Confecção catarinense (-3,1%), a retração cearense se deu de modo muito mais intenso, contribuindo também para o recuo nacional”.