Em 2023, a Associação Brasileira das Indústrias de calçados (Abicalçados) projeta incremento 1,6%, chegando a 857,3 milhões de pares. O ritmo de crescimento é menor em relação a 2022 e ocorre pela desaceleração internacional, pela inflação mundial (provocada, principalmente, pela guerra no Leste Europeu), e pelo retorno gradual da China no mercado internacional, o que deve provocar uma queda de 5,7% nas exportações de calçados ao longo do próximo ano.
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Haroldo Ferreira, presidente-executivo da Abicalçados destaca que o mercado interno deve ter mais peso na performance do setor ao longo de 2023. “Ocorrerá uma inversão”. Em 2022, tivemos um pico nas exportações de calçados, algo que deve se ajustar para 2023. Ainda assim, mantendo-se 15,3% acima de 2019.
“Já o mercado doméstico, que responde por cerca de 85% das nossas vendas, deve ter maior relevância para o desempenho”, avalia o executivo, ressaltando que, neste contexto, deve influenciar o endividamento recorde das famílias brasileiras – hoje em 79%.
“Mesmo prevendo um ano mais difícil do que 2022, vamos crescer, como de praxe, acima do PIB brasileiro, que tem uma previsão de crescimento de 0,75% para 2023.”
Haroldo Ferreira, presidente-executivo da Abicalçados
Segundo o dirigente da Abicalçados, o ano de 2022 foi de recuperação para a atividade, após as perdas provocadas pela pandemia de Covid-19. Dados mais recentes elaborados pela entidade apontam que, entre janeiro e novembro, as exportações de calçados somaram 129,2 milhões de pares e US$ 1,2 bilhão, incrementos de 16,7% e de 49%, respectivamente, ante o mesmo período de 2021.
A recuperação das exportações ao longo de 2022 refletiu diretamente na geração de empregos, principalmente porque os embarques cresceram, em sua maioria, no segmento de calçados de maior valor agregado – couros -, que exigem mais mão de obra na fabricação.
Dados da Abicalçados apontam que, entre janeiro e outubro foram gerados 43,5 mil postos de trabalho na atividade, somando um estoque de cerca de 310 mil pessoas empregadas diretamente na indústria calçadista, 12% mais do que no ano passado, o melhor resultado dos últimos sete anos.
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