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O BNDES repassou, de 2015 a 2022, R$ 873 milhões ao Tesouro Nacional, enquanto os desembolsos foram de R$ 646 bilhões. (Foto:Miguel Ângelo/Confederação Nacional da Indústria)

Cresce 46,2% lucro líquido do BNDES em 2022

Por: Redação | Em:
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O lucro líquido recorrente Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) totalizou R$ 12,5 bilhões em 2022. O valor considera o lucro contábil líquido de R$ 41,7 bilhões, deduzido dos elementos de caráter extraordinário. Entre eles, o banco destaca receitas de dividendos da Petrobras, valores devidos pela operadora Oi e alienação de ações da JBS e da Eletrobras. Com relação a 2021, o resultado significa crescimento de 46,2%. Os resultados financeiros do ano passado foram divulgados na última terça-feira (14), pelo BNDES.


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De acordo com o Banco, os desembolsos, que incluem os empréstimos e as ofertas de crédito, foram de R$ 98 bilhões em 2022, o que equivale a 1% do PIB. Em comparação mais ampla, o BNDES repassou, de 2015 a 2022, R$ 873 milhões ao Tesouro Nacional, enquanto os desembolsos foram de R$ 646 bilhões. O diretor financeiro do banco, Alexandre Abreu, explicou que a diferença entre os lucros de R$ 12,5 e R$ 41,7 bilhões se dá pela forma de contabilização dos montantes recebidos.

“Tudo aquilo que entendemos que não se repetirá de forma recorrente, nós extraímos para chegar ao lucro recorrente.Alexandre Abreu, diretor financeiro do BNDES

Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, criticou a diferença de valores. Para ele, a instituição teve a função social histórica desvirtuada durante esses anos e o plano agora é dobrar o tamanho da instituição até 2026. Isso significa aumentar de 1% para 2% do PIB o valor dos desembolsos.

“Não é esse o papel de um banco de desenvolvimento. Não é financiar o Tesouro nessa proporção, nessa escala, nessa velocidade. Todas as antecipações ocorreram antes que as aplicações do banco dessem o retorno esperado. Esses mecanismos que estão aí precisam ser revisitados e revistos.” Aloizio Mercadante, presidente do BNDES

Para ele, um dos mecanismos a serem revistos é o pagamento de dividendos, o lucro obtido com ações. Ele criticou o fato do BNDES passar a recolher 60% dos dividendos em vez de usar esse dinheiro para investimento, financiando obras e projetos. “Os principais bancos de desenvolvimento do mundo não recolhem dividendos aos seus Estados nacionais. Nós não recolhíamos, depois fomos para 25%, agora são 60% do nosso resultado. Qual é o problema? Que esse é o capital próprio do banco, aquilo que o trabalho da instituição realizou e que deveria voltar para a economia como crédito, financiamento, geração de empregos, de renda, que é o papel fundamental do BNDES”.

*Com informações da Agência Brasil

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