As vendas do varejo comum cearense mantiveram o mesmo ritmo de crescimento observado nos últimos dois trimestres do ano com taxas iguais a 2,3%. Mas, na comparação com os dois primeiros trimestres, é possível observar uma forte desaceleração. Apesar disso, o desempenho geral do varejo comum cearense ficou acima do observado para o varejo comum nacional, cuja alta trimestral foi pouco expressiva: 1,4%.
Quer receber os conteúdos da TrendsCE no seu smartphone?
Acesse o nosso Whatsapp e dê um oi para a gente.
Como resultado da dinâmica mensal e trimestral, o varejo comum cearense finalizou 2022 com uma alta acumulada de 4,3%, muito influenciada pelo bom desempenho dos dois primeiros trimestres, bem acima dos 1,0%, observado para a modalidade nacional, recuperando parte das perdas observadas nos últimos três anos. A informação e análise está no Ipece/Informe (Nº 223) – Dinâmica das Vendas Trimestrais do Comércio varejista Cearense até Dezembro de 2022, publicado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
Já com relação ao varejo ampliado, a situação é completamente diferente. De acordo com o analista de Políticas Públicas Alexsandre Lira Cavalcante, autor do estudo, o Ceará registrou queda expressiva nas vendas pelo segundo trimestre consecutivo, finalizando com involução de 4,7% e revelando um movimento forte de desaceleração ao longo do ano. Movimento parecido foi observado nas vendas do varejo ampliado nacional que registrou queda nos últimos três trimestres, mas numa escala menor, revelando uma desaceleração nas vendas mais lenta no período comparado ao estado.
O varejo ampliado cearense finalizou o ano de 2022 com uma alta pouco expressiva de apenas 0,3%, bem abaixo da marca observada no ano de 2021, e também bem abaixo do crescimento registrado pelo varejo comum, de 4,3%, deixando claro em quais setores estão concentrados os maiores problemas nas vendas do varejo estadual. Por sua vez, varejo ampliado nacional também expressou forte deterioração nas vendas, passando a registrar queda no último ano de 0,6%.
Das 13 as atividades do varejo cearense, as mais impactadas pela conjuntura foram: Móveis; Materiais de construção; Outros artigos de uso pessoal e doméstico; e Veículos, motocicletas, partes e peças. Isso revela que, apesar destes setores estarem muito bem em 2021, passaram a enfrentar sérios problemas no ano de 2022.
As cinco maiores altas foram observadas nas vendas de Livros, jornais, revistas e papelaria (+23,5%); Combustíveis e lubrificantes (+11,7%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (+10,4%); Tecidos, vestuário e calçados (+9,4%); e Eletrodomésticos (+7,3%). O crescimento nas vendas de Livros, jornais, revistas e papelaria ocorreu após quatro anos sucessivos de fortes quedas. O aumento nas vendas de Eletrodomésticos também se deu como uma recuperação de partes das perdas observadas nos últimos dois anos.
Varejo: prateleira infinita e experiências imersivas são desafios
Varejo do futuro: evento mundial discute tendências do setor