O ano de 2022 foi intenso – período que evidenciou uma “gangorra” financeira para o setor das startups. Começou bem, mas poderia ter terminado melhor. No primeiro semestre, houve mais abertura e facilidade de segurança para os investimentos, inclusive na área de venture capital, que é o investimento de risco das startups. Mas a partir do segundo semestre veio o recuo dos investidores. Apesar disso, 2023 traz um cenário mais sólido para apostar em empresas emergentes.
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Os fatores que determinaram o recuo dos investimentos nas startups se voltaram à insegurança e à desconfiança em relação ao mercado de risco. Aconteceu uma liquidez muito alta no setor e, consequentemente, a valorização extrema de valuations. Foi possível acompanhar casos de investimentos grandes e muitas vezes irreais em startups que não necessariamente estavam prontas para receber o aporte e viabilizar o retorno. Os investidores, então, perceberam esse movimento no mercado de risco.
Mas não foi só isso. Não podemos esquecer a guerra entre a Ucrânia e a Rússia, que causou instabilidade econômica no mundo. Ainda é preciso mencionar a transição de governo no Brasil. O país viveu nos últimos meses do ano uma eleição presidencial totalmente incerta.
Mesmo com a chegada de uma avalanche de notícias negativas vinda dos gigantes do mercado, como demissões em massa e lucros abaixo do esperado, a inovação segue na maré contrária. Os tempos mudaram e devemos aproveitar o momento, e abraçar as oportunidades. O ano de 2023 corresponde a uma nova página para as startups; um novo olhar para esse mercado. A inovação é um caminho sem volta e sem ela não há mudanças. A pergunta que fica é: como continuar investindo no mercado de risco de uma forma mais consciente? Existem muitas iniciativas para alavancar e investir em startups. As empresas e os investidores precisam entender que uma forma de trazer mais segurança à área é unir todos os modelos de negócios – aportes financeiros, fundos, venture capital e venture builders.
As ventures builders, por exemplo, proporcionam menor risco aos investidores, e aumentam as chances de sucesso das startups porque acompanham o dia a dia dessas empresas, toda a estrutura envolvida. A companhia não recebe simplesmente um aporte e vai para o mercado sozinha sem acompanhamento. A venture builder fica ao lado, o que aumenta as chances de prosperar e diminui os riscos daqueles que aportaram.
Este é o ano de união entre as iniciativas de coinvestimentos e parcerias, de junções para somar, a fim de entender o que um pode fazer e o outro acrescentar. A trilha do empreendedorismo das startups é longa e passa por várias etapas, como esta, de maturidade. E todas têm um papel fundamental na trilha dessas startups.
O movimento de porta-vozes desses modelos de negócios deve se voltar à aproximação de outras iniciativas. Ações que podem agregar e colaborar para maior chance de sucesso das startups. Afinal, empresas do tipo precisam de apoio, acompanhamento e cabeças pensantes. O smart money faz total diferença nessa hora. O dinheiro do investidor é importante, mas conta com um timing muito específico – recebê-lo muito antes ou muito depois pode atrapalhar a evolução em jogo. O momento é agora.
*Carolina Gilberti, é CEO da Mubius WomenTech Ventures, a primeira WomenTech do Brasil.
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