hub de produção de componentes

Para se tornar um hub de produção de componentes, também é preciso derrubar barreiras internas de comércio entre o Brasil e a América Latina. (Foto: Envato Elements)

ABEEólica: Brasil pode ser hub de produção de componentes

Por: Redação | Em:
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O Brasil pode ser um hub de produção de componentes, mas necessita de mudanças na política para êxito dessa integração, o que demandará uma política de integração de cadeia de suprimentos e de recursos energéticos, afirma a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica), Élbia Gannoum. A integração energética regional da América do Sul pode trazer mais mercados para o Brasil, tanto na venda de recursos renováveis como para a cadeia de equipamentos.


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A integração enfrenta entraves regulatórios, como a descentralização, restrição da operação e a moeda. Um gerador independente hoje não pode fechar um contrato bilateral com algum agente de país vizinho. “Com o modelo que temos é muito mais barato tirar uma turbina da Europa e trazer por navio para atender Uruguai e Argentina”, explica e executiva, que participou do webinar Integração Energética Regional, realizado, dia 15 de março, pela Fundação Getúlio Vargas.

Para a presidente da associação, também é preciso que barreiras internas de comércio entre o Brasil e a América Latina sejam derrubadas. A descarbonização aparece como fator de oportunidades na integração, que teria várias dimensões e formas de ser feita. Ela vê a integração física como ponto de partida para a efetivação da relação de compra e venda com a criação de mecanismo regulatório para efetivação da negociação. Mas a questão regulatória não pode ser esquecida. “Poderíamos trabalhar no sentido de buscar a integração regulatória no primeiro momento e, à medida que ela permita os mercados operarem, pensar em integrações físicas propriamente ditas”, observa

Pedro Jatobá, diretor de geração da Eletrobras, lembra que a integração deve ser vista em três grandes ondas: a primeira na década de 60, com a busca pela eletrificação, forte investimento estatal, a eletricidade sendo um driver de desenvolvimento e a fonte hídrica um caminho natural; essa onda trouxe as conexões entre Brasil, Argentina e Uruguai. A segunda onda é a que estamos hoje, iniciada no começo desse século e é caracterizada pela abertura de mercado e chegada de novas tecnologias e a necessidade de atender o balanço nacional.

Segundo o diretor da Eletrobras, a terceira onda ainda não foi deflagrada, mas será caracterizada pela descarbonização da economia, com a globalização dos combustíveis verdes, como hidrogênio verde, amônia e os seus derivados, além de receber investimentos internacionais. “Isso vai criar uma demanda totalmente nova, com uma lógica de mercado diferente e a eletricidade passará a ser um insumo importante para isso”, avisa. Jatobá vê as limitações regulatórias como desafio pelo fato de o mercado estar propenso a passar por muitas transformações nos próximos anos. O executivo acabaria com as barreiras aos contratos bilaterais internacionais, de maneira que os intercâmbios privados aconteçam da melhor forma possível.

Ricardo Gorini, Senior Programme Officer da Agência Internacional de Energias Renováveis, mostrou estudo da agência sobre a integração energética na América Central, composta por Belize, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Honduras, Guatemala e Panamá. De acordo com ele, o planejamento integrado da transição energética é a chave. A integração física é decisiva, a região tem 300 MW de capacidade de escoamento e prevê chegar a 2 GW, viabilizando a demanda de renováveis entre os países. Para Gorini, a integração deve ter uma abordagem de planejamento energético integrado, visão de infraestrutura física e um olhar para o lado do consumo e viabilização de mercados. A Irena também estuda a integração energética na América do Sul e deve apresentar estudo similar em breve.

*Com informações do CanalEnergia

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