Diante das incertezas ainda existentes quanto ao comportamento da economia global e brasileira, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) optou por manter as projeções anunciadas, pela entidade, no início do ano, que apontam para um crescimento geral de 3,3%. Para o presidente da entidade, Andreta Júnior, não existe possibilidade de rever as projeções para 2023, mas o setor está preocupado com a situação geral do mercado.
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Diante da queda de mais de 23% nos emplacamentos somados de autos, leves, caminhões e ônibus, registrada nos três primeiros meses de 2022, o crescimento de 16,3% no primeiro trimestre de 2023 não reflete a realidade do mercado. O volume de antes da pandemia era de 608 mil unidades comercializadas, no 1º Tri de 2019, e passou para 472 mil emplacadas em igual período de 2023, numa queda de 22,3%.
Segundo a Fenabrave, em março de 2022, os emplacamentos de veículos registraram alta no volume diário em função dos cinco dias úteis a mais do que em fevereiro. Com isso, no trimestre, o setor acumulou aumento de 19% sobre igual período do ano passado. “Apesar deste aumento percentual, não vimos, ainda, a recuperação do setor para os níveis obtidos até 2019, antes da pandemia. A alta global foi potencializada pela diferença de dias úteis de março (23 dias) ante fevereiro (18 dias) e pelo baixo resultado que obtivemos nas vendas do primeiro trimestre do ano passado” – observou o presidente da Fenabrave.
Para ele, o setor está diante de “um cenário, novamente, desafiador para 2023, que apresenta alto endividamento das famílias, aumento da inadimplência, além da alta de juros e seletividade de crédito por parte das instituições financeiras, o que vem restringindo a demanda por parte do consumidor, que vem perdendo seu poder de compra”.
Mercado de usados
De acordo com informações da Fenabrave, as transações de veículos usados atingiram, em março, 1.307.795 unidades, alta de 32,2% sobre fevereiro e evolução de 9,9% sobre o resultado de março de 2022. No acumulado do ano, a expansão foi de 6,2%. Como comparação, em 2019, ano anterior ao início da pandemia, o setor registrou 3.310.171 de transações. Em 2023, as trocas de titularidade somam 3.357.290 unidades na comparação dos trimestres de cada ano.
As transações de automóveis comerciais leves totalizaram 953.882 unidades em março. Os modelos usados, com até 3 anos de fabricação, representaram 9,1% do total transacionado no mês. No ano, estes veículos acumulam participação de 8,6%. O segmento de caminhõesregistrou 32.576 transações e teve alta percentual sobre o resultado de fevereiro: evolução de 37,7%. Já os implementos rodoviários apresentaram alta de 28,2% ante o mês anterior e seguem com número positivo no ano (alta de 14,1% no trimestre). Os ônibus somaram 4.530 transações, resultado próximo ao de março de 2022 (4.481 unidades).
O segmento de motocicletasevoluiu 34,6% em março, o que permitiu que o acumulado do trimestre ficasse positivo em 2,5% – a categoria havia fechado os dois primeiros meses do ano com resultado estável em relação a 2022. “Vemos que, em motos, as vendas de novas estão mais aquecidas, apoiadas pelo consórcio, por exemplo”, analisa Andreta Jr.
*Com informações da Fenabrave.
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