A plataforma de varejo de moda Shein, com sede em Singapura, anunciou que, após acordo com o Governo Federal, investirá R$ 750 milhões no Brasil e produzirá 85% de seu portfólio com fabricantes locais. A expectativa da empresa é gerar até 100 mil empregos no país em três anos.
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Um dos principais parceiros da Shein nessa frente de investimentos será a Coteminas, do grupo Springs Global, que pertence ao empresário e presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva. O memorando entre as duas companhias prevê que 2 mil dos clientes confeccionistas da Coteminas passem a ser fornecedores da Shein para atender os mercados doméstico e da América Latina.
A parceria também abrange o financiamento para capital de trabalho e contratos de exportação de produtos para o lar. Com a notícia, as ações da Coteminas fecharam com alta de 196%, para R$ 3,58.
A indústria têxtil e de vestuário brasileira já é a quinta maior do mundo em produção e tem 15% de capacidade ociosa. A projeção de contratação de fábricas no país pela Shein representa cerca de 10% da indústria local.
Como referência, em 2022, a Renner contou com cerca de 1.402 fornecedores (463 diretos, 939 indiretos) para adquirir seus produtos, enquanto a C&A contou com 794 fornecedores locais (221 diretos, 573 indiretos). De acordo com entrevistas do CEO da Shein para América Latina, Marcelo Claure, análises foram feitas para reduzir os impactos de custos e conseguir manter preços baixos mesmo produzindo no Brasil.
Em relatório, analistas do Santander afirmam que o impacto potencial dos investimentos da Shein nos varejistas de moda de vestuário do Brasil é misto. Varejistas locais de vestuário podem enfrentar desafios em equilibrar os benefícios e riscos das mudanças na indústria têxtil, segundo a equipe do Santander.
Entre essas mudanças podem estar a necessidade de maior investimento em parcerias com fornecedores, adoção acelerada de e-commerce e gerenciamento de riscos de lucratividade devido ao aumento da concorrência e pressão de preços.
Para os analistas do Santander, o anúncio da Shein já aponta que a empresa tem preocupação com a maior fiscalização do governo. “Acreditamos que o aumento da supervisão sobre as importações pode impactar significativamente os negócios da Shein (e outros grandes internacionais) no Brasil”, observa a equipe.
“O aumento da supervisão do governo sobre o processo de importação deve levar a uma mudança nesses valores, mas isso provavelmente prejudicaria a quantidade de importações de pequeno valor que acreditamos abranger a maior parte das vendas da Shein no Brasil”, diz o relatório dos analistas do Santander.
Pelos dados do Banco Central, as importações de encomendas até US$ 51 somaram US$ 3 milhões por ano entre 2019 e 2022.
*Com informações da Exame.
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