Em 2022, as exportações da piscicultura brasileira aumentaram 15% em faturamento chegando a U$S 23,8 milhões. É o maior resultado na história do setor, segundo estudo realizado pela Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), O país que mais consome o pescado brasileiro são os Estados Unidos, respondendo por 81% das exportações nacionais.
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No geral, o primeiro semestre de 2022 apresentou maiores volumes de exportação se comparado à segunda metade do ano. Foram exportados US$ 14,3 milhões em produtos da piscicultura, com 100% de crescimento em relação ao mesmo período de 2021. A análise mensal das exportações indica variação ao longo do ano, apresentando o maior volume, em valores financeiros e em toneladas, no mês de maio.
Entre as espécies mais exportadas, a grande estrela do setor continua sendo a tilápia, responsável por 98% das exportações do País em piscicultura. A preferência dos estrangeiros se manteve na tilápia inteira congelada, promovendo um crescimento de 70% em relação ao ano anterior. Filés frescos ficaram em segunda posição, com 25% do total exportado e aumento de 8% em relação a 2021. Na modalidade filés congelados foi registrado o maior crescimento: 98% entre 2021 e 2022.
A segunda espécie mais exportada em 2022 foi o tambaqui (Colossoma macropomum), com US$ 268 mil e uma queda de 51% frente a 2021. A categoria dos surubins ocupou a terceira posição, com US$ 114 mil e crescimento de 186% no ano, sendo o maior crescimento entre as espécies.
Segundo o pesquisador da Embrapa Manoel Xavier Pedroza Filho, o aumento da produção, principalmente da tilápia, e a busca por novos canais de venda são alguns dos fatores que explicam o aumento das exportações da piscicultura brasileira. “O crescimento do setor é o resultado de uma maior profissionalização e um aumento da escala de produção das empresas, permitindo a entrada no mercado internacional, que é bastante exigente em termos de qualidade e volume”, explica ele.
“Ao mesmo tempo, o mercado interno tem apresentando períodos de estagnação no consumo de peixes, levando a uma queda na demanda e nos preços. Nesse contexto, a exportação surge como uma alternativa para o escoamento da produção, diminuindo a dependência das empresas de um só mercado”, analisa o especialista.
Líder absoluto entre os países que importam peixes brasileiros, os Estados Unidos foram os responsáveis por 81% das vendas nacionais, seguidos do Canadá, com apenas 5%, Taiwan, Líbia e México. As exportações para os EUA apresentaram um aumento de 43%, atingindo US$ 19 milhões. Apesar de não ter havido embarques para a Líbia no quarto trimestre, o destino teve um aumento de 550% nas exportações no acumulado de 2022.
“A pauta de exportação da piscicultura para os Estados Unidos é concentrada nas categorias de peixes inteiros congelados, filés frescos ou refrigerados e filés congelados. Estes últimos com aumento de 80% nas exportações, o que reforça uma tendência verificada ao longo de 2021 de crescimento desta categoria”, destaca Pedroza. Para o Canadá, o principal produto exportado também foram os peixes inteiros congelados, representando 79% (US$ 941 mil). Já para Taiwan, a principal categoria foi dos subprodutos impróprios para alimentação humana (US$ 531 mil), a qual inclui itens como óleos, farinhas e escamas.
Entre os estados que mais exportaram produtos de piscicultura, o destaque foi para o Paraná, responsável por 58% do total exportado, com aumento de 114% em relação ao ano anterior. Na segunda posição aparece o Mato Grosso do Sul, com 18% do total, seguido pela Bahia, com 11%. Também merece destaque o Estado de São Paulo, com 127% de crescimento em relação a 2021.
Para 2023, as expectativas também são otimistas tanto para o mercado interno como para o externo. Quanto às exportações, após um aumento de 15% em 2022, a perspectiva é de crescimento dos embarques em 2023, principalmente de tilápia inteira e filés congelados. Empresas do setor preveem um aumento das exportações da espécie, em especial no segundo semestre. A perspectiva de reabertura do mercado europeu para o pescado brasileiro – fechado desde 2018 – poderá contribuir para um aumento das exportações de produtos da piscicultura.
Desde o segundo semestre de 2022, os preços da tilápia têm se mantido em alta, como reflexo de uma redução dos povoamentos em meses anteriores. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea-USP), publicados no Boletim do CIAqui, a tilápia vendida no mercado nacional apresentou aumento de preço de 16% em 2022, fechando o ano com o valor de R$ 8,51 o quilo.
*Com informações da Embrapa.
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