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Financiamentos do BNB para energia solar residencial crescem 55%

Em 2022, as operações do Banco do Nordeste para financiamento de sistemas para geração de energia solar em residências cresceram 55% em relação a 2021. Em valores, passaram de R$ 113 milhões em 2021 para R$ 184 milhões no ano passado, ou seja, elevação de 62%. Para 2023, a previsão inicial do Banco é que o montante chegue aos R$ 186 milhões. A quantidade de clientes que contrataram o crédito passou de 3.428 (2021) para 5.335 (2022).


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De acordo com o BNB, as operações e os valores correspondem a todas as contratações da linha FNE Sol Pessoa Física realizadas na área de atuação do Banco. No Ceará, os valores contratados cresceramquase 80% em 2022. O valor passou de R$ 16,1 milhões financiados em 2021 para R$ 28,9 milhões no ano passado. As mudanças nos processos de liberação do crédito na instituição facilitaram as operações e estimularam novas contratações.

O BNB adotou o parecer de acesso feito pelas concessionárias de energia em substituição a três documentações que eram exigidas antes, que são a viabilidade técnica, a certificação dos equipamentos e a própria vistoria técnica. O Banco manteve a segurança nas operações, mas reduziu a burocracia. Outras mudanças importantes foram a liberação integral do financiamento para aquisição do equipamento e a digitalização do processo de contratação, da consulta à aprovação do crédito.  

De acordo com Mário Henrique Januário Xavier, gerente de Negócios doEscritório de Suporte à Superintendência Estadual do Ceará, o Banco do Nordeste possui a linha de crédito denominada FNE Sol Pessoa Física, que tem por objetivo financiar projetos de micro e minigeração distribuída (GD) de energia por fontes renováveis, inclusive de forma isolada, para consumo próprio do ou destinados à locação (quando empresas), reduzindo os custos com energia elétrica de forma sustentável para o planeta.

A linha de crédito, que teve início em 2016, financia todos os componentes dos sistemas de micro e minigeração de energia elétrica fotovoltaica, bem como sua instalação. Para pessoas físicas, o programa concede até seis meses de carência e até oito anos de prazo total do financiamento. Os interessados em obter esta linha devem procurar a agência mais próxima ou realizar seu cadastro digital através do app MEU BNB ou site.

“Dos R$ 184 milhões financiados pela linha de crédito em 2022 na área de atuação do BNB, R$ 28,9 milhões foram no Ceará, o que representou 15% de todos os financiamentos da instituição e 150% do valor realizado no ano anterior, enquanto o banco atingiu 138% dos valores realizados em 2021. Foram beneficiados 818 clientes com esta linha de crédito no estado e 5.335 clientes em toda a área de atuação do Banco. Este ano, nosso orçamento prevê uma meta de R$ 29 milhões para este programa no estado do Ceará, sendo este valor o mínimo estabelecido, e pode ser superado de acordo com a demanda.”

Mário Henrique Januário Xavier, gerente de Negócios do Escritório de Suporte à Superintendência Estadual do Ceará do BNB

Conhecendo o programa de financiamento

O Programa de Financiamento à Micro e Minigeração Distribuída de Energia Elétrica e Sistemas Off-grid tem como público empresas, produtores rurais e pessoas físicas. A linha financia todos os componentes dos sistemas de micro e minigeração de energia elétrica fotovoltaica, eólica, de biomassa ou pequenas centrais hidroelétricas (PCH), bem como sua instalação. A fonte de recursos é o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e os limites de financiamento são de até 100% do investimento, dependendo do porte do cliente, localização e garantias. O limite máximo de financiamento é de R$ 100 mil para micro e minigeradores de energia elétrica para pessoa física.

geração de energia solar

Crédito para energia solar cresce mais de 300%

Segundo dados da Área de Políticas de Desenvolvimento Sustentável da Instituição, as contratações globais para das operações de crédito para energia solar, considerando todos os tipos de operações, vêm crescendo de forma substancial nos últimos quatro anos. Os valores passaram deR$ 948 milhões em 2019 para R$ 3,8 bilhões em 2022, alta de 304%. No acumulado, os investimentos totais em energia solar nos últimos quatro anos, na área de atuação do BNB é de R$ 9,8 bilhões.

Aplicações em energias renováveis totalizam R$ 25 bilhões

Nos últimos quatro anos, os projetos de energia renovável na área de atuação do Banco do Nordeste já receberam mais de R$ 25 bilhões, segundo dados da Área de Políticas de Desenvolvimento Sustentável do Banco. Os valores correspondem a todas as operações de crédito para matrizes eólicas e solares de todos os portes de clientes. Somente em 2022, o BNB contratou R$ 5,9 bilhões. No Ceará, as operações realizadas pelo BNB em energia renovável somaram R$ 3,6 bilhões nos últimos quatro anos. Somente em 2022, foram contratados R$ 1,7 bilhão, quase o dobro dos valores contratados três anos antes.

Nordeste é a maior potência

O mercado de energia fotovoltaica no Brasil tem crescido muito, sobretudo a partir de 2017, e isso ocorre por vários motivos, segundo Camila Ramos, CEO da Clean Energy Latin American (Cela). Um deles e o mais importante – observa – é em consequência do aumento da competitividade da energia solar. E isso passou a ocorrer mais fortemente porque os preços dos equipamentos passaram a cair, ficando mais acessíveis. “A energia solar passou a ser a energia mais barata, mais competitiva do país. E a eólica também. Outro motivo está no aumento da eficiência dos equipamentos solares”.

“A gente passou de 91 megawatts de capacidade instalada de energia solar em 2016 para 24 gigawatts no final de 2022. E hoje já chegamos a 28 gigawatts de capacidade instalada. Um crescimento enorme. Estamos falando de projetos de geração centralizada, que são aqueles projetos de leilão de energia, do Mercado Livre, e também do crescimento da geração distribuída (GD).”

Camila Ramos, CEO da Clean Energy Latin American

O Nordeste é a principal potência da geração solar centralizada, que são as usinas de grande porte. Cerca de 60% da capacidade instalada de projetos solares de geração centralizada (GC) de grande escala estão na Região – afirma. Ela acrescenta que a primeira posição é ocupada pelo Piauí, seguido pela Bahia, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Na geração distribuída, o ranking é diferente: os primeiros são os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.

Para 2023, as perspectivas para a geração de energia solar são as melhores possíveis, com crescimento acentuado na capacidade instalada de geração centralizada (energia gerada em grandes usinas e enviada aos consumidores pelas linhas de transmissão). As perspectivas também são excelentes para a geração distribuída (que consiste na energia gerada pelos consumidores, próxima ou no próprio local de consumo), que está passando por crescimento acelerado, com recordes sendo batidos a cada ano.

Absolar acredita que geração deve atingir 34GW este ano

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) estima que o Brasil deverá acrescentar mais de 10 GW de geração solar fotovoltaica em 2023 e atingir a capacidade instalada acumulada de 34 GW na fonte. Caso a perspectiva seja confirmada, o desempenho representará um crescimento de 52% em relação a potência atual e o melhor ano da história do setor no País. Conforme a entidade, desse total (34GW), 21,6 GW seriam provenientes de pequenos e médios sistemas de geração própria (geração distribuída), enquanto 12,4 GW de grandes usinas solares (geração centralizada).

A Absolar observa que o cenário não leva em consideração, por exemplo, a prorrogação para julho de 2023 da data limite para que consumidores possam garantir a manutenção das regras atuais de cobrança da geração distribuída até 2046. Essa alteração no Marco Legal foi aprovada na Câmara dos Deputados, mas ainda precisa ser apreciada pelo Senado.

A expectativa é que, em 2023, a fonte solar fotovoltaica gere mais de 300 mil empregos e R$ 50 bilhões em novos investimentos. O setor deverá fechar o ano com 23,8 GW de capacidade instalada.

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