Com o objetivo de melhorar sua rentabilidade, pressionada pelo aumento da inadimplência, o Bradesco (BBDC4) reforçou o controle de custos no primeiro trimestre de 2023. De janeiro a março, o segundo maior banco privado do Brasil reduziu em 10,5% as despesas administrativas na comparação com o quarto trimestre de 2022. Mesmo assim, a instituição financeira reportou uma queda de 37% no lucro líquido (R$ 4,3 bilhões) em 12 meses.
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A rede de atendimento encolheu 6,5% em 12 meses, passando de 8.317 para 7.773 pontos (agências, unidades de negócio e postos de atendimento), redução de 544 unidades. O objetivo de enxugar a estrutura é ser mais eficiente e rentável, aproveitando o avanço dos canais digitais, segundo o balanço. O Bradesco, anunciante relevante da TV aberta, também reduziu gastos em propaganda/publicidade.
Há, no entanto, despesas de pessoal, que tiveram um aumento de 9,6% em 12 meses, reflexo dos efeitos dos acordos coletivos, especialmente dos bancários, que tiveram reajuste de 8% nos salários e 10% nos benefícios a partir de setembro de 2022.
O controle de custos resultou em uma queda de 5,2% nas despesas operacionais do banco em três meses, totalizando R$ 12,8 bilhões no 1º trimestre. Entretanto, na comparação com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de 9,3%. Já o índice de eficiência operacional do Bradesco caiu de 47,7 para 47,1 no intervalo de três meses, mas subiu na comparação anual (era de 43,5 no 1º trimestre de 2022).
Com a alta da inadimplência persistindo desde o segundo semestre de 2021, o Bradesco teve de endurecer os critérios para a concessão de crédito e aumentar provisões para devedores duvidosos, como a Americanas (AMER3), que deve R$ 4,8 bilhões ao banco da Cidade de Deus. No trimestre, a inadimplência total da carteira do Bradesco atingiu 4,6% (atrasos entre 15 e 90 dias) e 5,1% (acima de 90 dias). A provisão total sobre a carteira atingiu 9,3%, um aumento de 0,5 ponto percentual em relação aos 8,8% do quarto trimestre.
“No portfólio de grandes empresas a inadimplência acima de 90 dias continua nos menores níveis da série histórica, e o aumento no indicador de 15 a 90 dias está relacionado a clientes Large Corporate 100% provisionados”, observou a instituição. Segundo o banco, as revisões e ajustes nas políticas de crédito que estão sendo realizados nesse cenário agravado vem trazendo a inadimplência das novas safras para patamares inferiores aos observados atualmente.
A carteira de crédito expandida caiu 1,4% no trimestre, totalizando R$ 879,3 milhões, mas subiu 5,4% na comparação anual. Já o ROAE (Retorno Sobre o Patrimônio) atingiu 10,6% no primeiro trimestre, um aumento de 6,7 ponto percentual em três meses. Já a receita de prestação de serviços recuou 5,5% em três meses, somando R$ 8,7 bilhões.
*Com informações da Bloomberg.
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