floresta amazônica

A mudança climática, o desmatamento ilegal e a expansão de pastagens na maior floresta tropical do mundo podem, em breve, comprometer a produção agrícola do país, o abastecimento de água e até mesmo sua capacidade de gerar energia hidrelétrica. (Divulgação)

Mudanças climáticas na floresta amazônica podem custar US$ 184 bi ao Brasil até 2050

Por: Redação | Em:
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Relatório do Banco Mundial constata que a floresta amazônica está se aproximando de um ponto de inflexão além do qual partes de seu ecossistema não receberão chuva suficiente para se sustentar. Tal situação pode custar US$ 184 bilhões (aproximadamente R$ 920 bilhões) à economia brasileira até 2050.


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A mudança climática, o desmatamento ilegal e a expansão de pastagens na maior floresta tropical do mundo podem, em breve, comprometer a produção agrícola do país, o abastecimento de água e até mesmo sua capacidade de gerar energia hidrelétrica, disse o banco em um relatório de clima e desenvolvimento do país.

“O Brasil pode, em breve, atingir um ponto de inflexão”, alertou o relatório. O custo projetado para superar esse limite é equivalente a quase 10% do Produto Interno Bruto do país a partir de 2022. Eventos climáticos extremos já estão afetando a maior economia da América Latina, custando US$ 2,6 bilhões em média a cada ano, segundo o banco. De 800.000 a 3 milhões de brasileiros estarão em risco de pobreza extrema como resultado de tais eventos climáticos a partir de 2030, disse o relatório.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu reverter a tendência de aumento do desmatamento à medida que a Amazônia se aproxima do ponto além do qual alguns cientistas alertam que pode não se recuperar. Ele atraiu assistência internacional para sua causa, ganhando uma promessa da Casa Branca de destinar US$ 500 milhões ao Fundo Amazônia, uma iniciativa global liderada pelo Brasil para proteger a floresta. O Brasil está agora em negociações com o Reino Unido, França, Japão e União Europeia para aderir ao fundo iniciado ao lado da Alemanha e da Noruega em 2008.

“Cumprir a promessa do governo de reduzir o desmatamento ilegal e atingir emissões líquidas zero até 2050 pode resultar em uma redução significativa de dióxido de carbono, o que ajudaria a preservar ecossistemas vitais para os setores agrícola, energético e urbano”, disse o relatório. A equipe econômica de Lula estuda atualmente uma proposta de reforma tributária, e o Banco Mundial sugere que o Brasil considere uma taxa de carbono para atividades econômicas ligadas à mineração e à extração de combustíveis fósseis. Ele estima que um imposto sobre o carbono poderia despejar R$ 150 bilhões adicionais (US$ 30 bilhões) por ano nos cofres públicos até 2030.

O país também poderia aumentar sua produção de hidrogênio verde, aumentar sua energia renovável, ampliar áreas protegidas para incluir comunidades indígenas e melhorar a infraestrutura relacionada à irrigação, entre outras propostas. Mas precisará continuar a recorrer a fundos privados e internacionais, já que a necessidade de investimento soma 3,7% de seu PIB a cada ano até 2030 apenas para cumprir as promessas de infraestrutura sustentável, segundo as projeções do banco.

*Com informações da Bloomberg.

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