Um total de 72,9% dos consumidores da capital cearense possui algum tipo de dívida. O aumento foi de 2,3 pontos percentuais em maio/junho sobre o resultado do bimestre anterior. Porém o percentual é menor, se comparado ao mesmo período do ano passado (75,3%).
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Apesar da elevação do índice no bimestre, o levantamento aponta a permanência de queda no índice geral de endividamento. As informações estão na Pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, realizada para o bimestre maio/junho pela Fecomércio/CE, por intermédio do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC).
A pesquisa mostra que a proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso teve crescimento de 2,5 pontos percentuais, passando de 22,1%, no bimestre março/abril, para 24,6% no atual período. As dificuldades em honrar os compromissos financeiros afetam mais as mulheres (26,3%), os consumidores com idade acima dos 35 anos (27,4%) e da classe com renda familiar mensal abaixo de cinco salários-mínimos (26,1%).
O tempo médio de atraso é de 72 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro, citado por 48,3% dos entrevistados. O segundo motivo mais mencionado é a necessidade de se adiar o pagamento, para uso dos recursos em outras finalidades, com 46,6% das respostas, seguido da contestação das obrigações (9,3%) e da perda de prazo por esquecimento (3,6%).
Em média, o consumidor de Fortaleza está comprometendo 41,0% da renda familiar com o pagamento das dívidas, percentual 0,5 pontos acima do observado no bimestre março/abril (40,5%), mas abaixo do verificado no mesmo bimestre do ano passado (43,9%). Apesar do crescimento marginal no bimestre, permanece a tendência de redução do comprometimento da renda, acompanhando o ritmo da atividade econômica.
Já os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 79,4% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 13,9%; empréstimos pessoais, com 8,8%; carnês e crediários, com 1,8%; e cheque especial, com 1,1%.
A pesquisa mostra que são os gastos correntes os principais responsáveis pelo endividamento, com destaque para a compra de alimentos a prazo (66,4%), o pagamento de aluguel residencial (18,2%), a cobertura de despesas de saúde (13,0%) e o custeio da educação (9,3%). O valor médio das dívidas é de R$ 1.699, com prazo médio de oito meses.
A taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, teve aumento de 1,0 ponto percentual, atingindo o patamar de 12,1% no bimestre maio/junho. O índice também mostra piora com relação ao mesmo período de 2022, quando foi mensurado em 10,8%.
O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo feminino (inadimplência potencial de 13,2%), do grupo com idade acima dos 35 anos (14,3%) e do estrato com renda familiar mensal inferior a cinco salários-mínimos (12,9%).
A pesquisa ainda revela que 78,0% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 10,6% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos e 11,4% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos.
A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para a problemática do endividamento, listam-se: A falta de orçamento e controle dos gastos, com 54,4% das respostas; O aumento dos gastos considerados essenciais, com 18,9%; Desemprego, com 17,6%; As compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 17,0%; Redução dos rendimentos, com 15,0%; e Gastos imprevistos, com 14,8%.
*Com informações da Fecomércio/CE.
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