De acordo com o ex-diretor do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, o governo Lula teve avanços significativos em suas políticas macroeconômicas nos primeiros seis meses.
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Porém, suas medidas voltadas para setores específicos vão na direção contrária, reeditando ideias e políticas de estímulo que falharam no passado.
A aprovação da reforma tributária e do arcabouço fiscal, juntamente com as medidas do Ministério da Fazenda para reduzir o déficit primário, contribuíram para melhorar o ambiente macroeconômico e reduzir a incerteza fiscal no país.
No entanto, Figueiredo destaca que as propostas e iniciativas do governo na área microeconômica colocam em risco os avanços conquistados nos últimos anos.
Ele ressalta que as ações e decisões na área macroeconômica são racionais, mesmo que haja preferências diferentes.
No entanto, a agenda microeconômica é considerada irracional e ideológica, citando exemplos como as tentativas de alterar o Marco do Saneamento, a Lei das Estatais, a reforma trabalhista e a reforma da Previdência.
Figueiredo destaca o papel do Congresso em evitar a aprovação de medidas problemáticas e ressalta a importância de um ambiente razoável para que as reformas sejam implementadas.
Ele enfatiza que o governo Lula não é homogêneo, o que leva a conflitos internos que vão contra as reformas defendidas pelo Ministério da Fazenda.
O economista também comenta sobre as críticas do presidente Lula à política monetária do Banco Central e ao presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.
Ele avalia que essas críticas prejudicaram as expectativas de inflação e juros, aumentando as incertezas no mercado.
No entanto, ele ressalta a importância de testar a autonomia do Banco Central e elogia a resistência da instituição em seguir uma política monetária técnica.
Quanto à atuação do BC, Figueiredo concorda com a postura cautelosa do Copom e destaca a importância de agir com parcimônia antes de iniciar um ciclo de corte de juros, a fim de evitar mudanças repentinas de direção.
Ele enfatiza que é necessário ter calma e confiança no processo, pois em alguns meses as discussões sobre esse assunto serão superadas.
No geral, Figueiredo destaca os acertos macroeconômicos do governo Lula, mas ressalta as falhas nas políticas microeconômicas, destacando a importância do Congresso e a atuação do Banco Central para evitar retrocessos e garantir um ambiente favorável ao crescimento econômico do país.
*Com informações da Bloomberg Linea.
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