O Banco Central do Brasil deu início a um ciclo de corte da taxa Selic nesta semana, trazendo consigo projeções otimistas para a economia do país. Além de impulsionar investimentos e estimular o consumo, a redução da taxa Selic também promete alívio para os cofres públicos, com uma economia significativa nos gastos com juros da dívida pública.
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Mais de 40% da dívida brasileira em títulos públicos, que alcançou R$ 6,19 trilhões em junho deste ano, está vinculada aos juros básicos da economia. Isso significa que, à medida que a taxa Selic cai, reduzem-se também as despesas projetadas com juros nos próximos meses.
Os benefícios vão além da economia direta. As emissões de títulos prefixados, cujas taxas são estabelecidas no momento do leilão, também se tornam mais acessíveis. Especialistas apontam que a economia com o pagamento de juros da dívida pública poderá atingir R$ 80 bilhões em 2024.
Este cálculo incorpora não somente a redução de 0,5 ponto percentual desta semana, que estabeleceu a taxa em 13,25% ao ano, mas também considera as previsões do mercado de que a taxa Selic possa cair para 11,75% ao ano até o final de 2023, com base em indicações do próprio Banco Central.
Gabriel Leal de Barros, economista da Ryo Asset, destaca a relevância do corte de juros para as contas públicas. “A importância é grande pelo contágio da Selic para os demais indexadores da dívida. Cerca de 47% da dívida é Selicada, é uma parcela substancial, o efeito é bastante relevante e imediato“, avaliou.
Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, acrescenta que, considerando um corte total de dois pontos percentuais nos juros ao longo deste ano, como projetado pelo mercado, a economia também seria de R$ 80 bilhões em 2024. No entanto, se a taxa Selic cair para até 9% ao ano, conforme algumas projeções para o próximo ano, a economia potencial poderia chegar a R$ 100 bilhões, apontou Gala.
Além de contribuir para o ajuste fiscal, a redução dos gastos com juros da dívida pública também traz impactos positivos na expansão da dívida. Um menor crescimento da dívida pública auxilia na contenção do déficit primário do governo, que é esperado atingir R$ 100 bilhões no próximo ano.
As projeções sobre o impacto do corte de juros na economia governamental ressoam no contexto de um debate mais amplo sobre o papel da taxa Selic na economia brasileira. Em junho, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, ilustrou a importância dessa redução ao comparar os gastos com juros da dívida pública a um programa social significativo, como o Bolsa Família.
À medida que o Banco Central prossegue com sua estratégia de corte de juros, o cenário econômico e fiscal do Brasil está passando por uma transformação que poderia resultar em economias substanciais e um ambiente mais favorável para investimentos e crescimento sustentável.
*Com informações do G1
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