Para driblar a dependência do Plano Safra, as soluções do mercado financeiro para os produtores rurais agora se voltam para a digitalização do crédito rural.
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Contudo, nesse contexto, a digitalização vai além de apenas fornecer smartphones aos profissionais, mas sim oferecer ferramentas que possibilitem aos agricultores e pecuaristas realizar decisões importantes de forma rápida e eficiente, mesmo enquanto estão em campo.
Observando essa dinâmica cíclica das safras, três sócios fundaram a Farmtech, uma empresa que se posiciona entre uma agtech e uma fintech, percebendo que a conexão entre o crédito e o produtor acontece por meio das revendas de insumos.
Desde 2017, a Farmtech tem se expandido silenciosamente pelo interior do país.
Rafael Pilla, CEO da Farmtech, destaca que “o mercado financeiro está aprendendo a lidar com o produtor, mas é preciso quebrar essa barreira da digitalização. Por isso, a parceria com revendas diminui essa resistência cultural”.
Qual a atuação da Farmtech?
A fintech conquistou 70% do mercado de insumos, com quatro dos principais grupos varejistas de defensivos e sementes adotando sua solução.
Nomes como UPL, Syngenta e Yara são parceiros da Farmtech, o que contribui para a facilitação do pagamento a prazo, envolvendo tanto a indústria quanto as revendas e produtores.
Em seis anos, a Farmtech atendeu mais de 1.500 revendas e cerca de 12.000 clientes, totalizando R$ 6,5 bilhões financiados em 2022, após conceder R$ 4 bilhões em crédito no ano anterior.
A meta para 2023 é atingir R$ 10 bilhões em financiamentos.
A Trajetória da Farmtech
Fundada em 2017 pelos sócios Rafael Pilla, Hiram Maisonnave e Ricardo Alves, a Farmtech surgiu da percepção da falta de recursos financeiros para os insumos agrícolas.
Com experiência em instituições financeiras relacionadas ao agronegócio, eles investiram recursos próprios e atualmente a Farmtech possui R$ 4,7 bilhões em fundos patrimoniais, além de aproximadamente R$ 400 milhões de investidores para operações em todo o Brasil.
A Farmtech adota um modelo de crédito “prazo safra”, ajustado ao calendário agrícola, o que garante rotatividade.
O formato B2B foi o foco inicial de 2017 a 2020, com relacionamentos restritos às revendas. A partir de então, ampliaram para o varejo, dividindo a atuação igualmente entre ambos os públicos.
Nesse modelo direto com os produtores, a análise de crédito é baseada no CPF, com pré-aprovação antes da safra para maior previsibilidade. Rafael Pilla enxerga um futuro promissor, afirmando que “a volta do ciclo de normalidade do crédito” é evidente, com decisões mais ponderadas e cautela em relação ao crédito.
*Com informações da Exame